Toda nação tem suas pessoas egoístas e agressivas que creem que a força é justa e que os homens devem ser governados pela lei da selva, se apoderando do que querem, sem se importar com o que custa aos demais.

A CRISE MUNDIAL DO PONTO DE VISTA HIERÁRQUICO.
(Extraído de A Exteriorização da Hierarquia”, pág. 180-193)
.../...

Durante   décadas,   nós,   os   instrutores  da  raça  dos  homens,   observamos   que  certas  grandes   tendências mundiais ou planetárias tomam forma, assumem delineamentos definidos e pronunciados e se convertem em potências   condicionantes.   Estas   formação   e   definição   foram   essenciais   quando   a   questão   tinha   de   ser apresentada com clareza à humanidade, permitindo assim aos filhos dos homens, fazer uma escolha básica e pôr em suas mãos certas determinações que, se corretamente dirigidas, poderiam forjar para eles um futuro novo e melhor. Tal apresentação não foi possível antes, porque nunca o gênero humano havia alcançado a etapa em que pudesse captar a situação   inteligente mente, e estivesse tão estreita e rapidamente inter-relacionada pelo rádio, o telefone e a imprensa. As escolhas necessárias podem ser feitas hoje com mútua colaboração, averiguação e com   os olhos   abertos. As pessoas reflexivas de cada país têm claramente diante de si, a escolha, e de sua decisão depende a sorte das massas menos inteligentes. Daí a responsabilidade  atual  dos líderes nacionais,   dos representantes  do povo  nos governos, das  igrejas e dos intelectuais de todos os países, sem exceção alguma. Não deveria fugir nem evitar a responsabilidade, o que acontece com muita frequência.

Em comunicações passadas. falei com frequência das Forças da Luz e das Forças do Materialismo, significando com estes termos, as tendências prevalecentes para a fraternidade, as corretas relações humanas e o propósito altruísta, e aquelas que invertem estas tendências superiores e introduzem nos   assuntos humanos a aquisição egoísta, a ênfase sobre os interesses materiais, a agressão e a crueldade brutais. As duas posições são claras para o observador isento de preconceitos.

A estes dois grupos agregaria um terceiro, o qual está tomando forma muito definida no mundo atual,
composto por aqueles que não exercem toda sua influência e atividade sobre nenhum dos lados; teoricamente podem advogar pelo método superior; mas na prática nada fazem para aumentar os interesses deste. Este terceiro grupo é formado internamente por dois grupos: primeiro, as pessoas que são potencialmente fracas e, portanto, estão abatidas pelo medo e pelo terror, sentindo que de nenhuma maneira podem ir contra as forças da  agressão e, segundo, um grupo intrinsecamente poderoso que,   mediante  interesses  materiais  egoístas, além de um sentimento de superioridade separatista, e que por estar longe do lugar das dificuldades e da dominação dos falsos valores, mantém-se afastado da   situação, esquivando-se da sua evidente responsabilidade como membros da família humana. Este último grupo inclui, entre outros, um certo número de democracias e repúblicas poderosas. A um grupo regem as reações de medo, de terror e o sentimento de futilidade impotente, e quem pode criticá-lo? O outro é controlado pelo egoísmo e pela separatividade.

Portanto, temos no mundo, neste momento, três grupos de pessoas que personificam os três pontos de
vista principais de toda a humanidade, mais as massas irreflexivas, influídas pela propaganda,controladas por seus governos, sendo presas do que gritam mais alto. Seria útil terem esta imagem clara em suas mentes e gostaria de definir novamente esses grupos.

1. As antigas e entrincheiradas forças da agressão, da aquisição material e do egoísmo puro, atuando
com uma pronunciada crueldade que estende o braço e agarra o que quer, sem se importar com os direitos dos demais, as posses históricas e legais ou a vontade do quem quer que seja.

2. As forças do propósito espiritual, personificadas na vontade de proteger os direitos de outros, juntamente com os direitos individuais; de pôr fim à agressão e o medo consequente e de lançar o peso da sua influência combinada a favor dos valores mais espirituais, da liberdade humana, do direito a pensar e da generosidade. Uso a palavra “generosidade” deliberadamente, porque personifica a ideia de consanguinidade, de fraternidade e de corretas relações humanas. É a boa vontade mundial em expressão, assim como a vontade-para-o-bem é a base de qualquer paz possível – uma boa vontade que negaria qualquer paz prematura neste momento, porque daria tempo às Forças do Materialismo de consolidar seus ganhos e preparar o caminho para outra agressão. A  generosidade, a vontade para-o-bem e a paz deveriam ser a expressão prática e a intenção formulada dos que estão condiciona dos pelas Forças da Luz.

3.A força da negatividade maciça, expressa hoje pelos povos dominados nas fortalezas da agressão e
pelas pessoas de posicionamento neutro de todas as partes. Todas estão matizadas pelo medo racial, pelo instinto de autoconservação e pelo interesse egoísta e míope.
O problema é muito difícil, porque embora as linhas de demarcação venham se definindo continuamente,
os expoentes destes três grupos se encontram entre todos os países e povos – em cada igreja e em cada lar.
Nenhuma nação ou grupo está isento desta triplicidade. Está arraigada nas atitudes humanas, e por isto este conflito é estritamente humano e não uma guerra europeia. Toda nação tem suas pessoas egoístas   e agressivas que creem que a força é justa e que os homens devem ser governados pela lei da selva, se
apoderando do que querem, sem se importar com o que custa aos demais. Em todas as nações, dentro de suas fronteiras, há aqueles que têm uma visão das corretas relações humanas, procuram viver de acordo com a lei da fraternidade, respondem à influência das Forças da Luz e da Hierarquia espiritual e desejam que a paz, a bondade e a boa vontade governem os assuntos do mundo e controlem a política dos governos. Toda nação tem, dentro de si mesma, pessoas neutras que não podem pensar com clareza e procuram culpar a outros, menos a elas mesmas, que teorizam e especulam, aconselham e atribuem a responsabilidade a outros, mas se abstêm de participar ativamente no processo de reajuste, por razões de orgulho ou falta de disposição para pagar o preço. Várias delas fazem parte de um grupo de opositores conscientes, que   oportunamente se beneficiarão com o triunfo das Forças da Luz, mas que se negam a participar da luta, reservando-se para os futuros ajustes de paz, ansiando pelo fim do conflito, mas sem nada fazer para que se realize. Muitos são totalmente sinceros, mas suas ideias devem ser reajustadas.
Se querem captar corretamente a realidade dos enunciados expostos acima, devem tomar parte do
esclarecimento mental que está ocorrendo no mundo. Estes três grupos atuam agora e estão em conflito. O grupo neutro dificulta definidamente o trabalho das Forças da Luz. Estas três atitudes mundiais existem em toda nação e também na consciência de cada indivíduo. A compreensão disto lhes permitirá captar e assumir melhor a responsabilidade individual. Compreenderão a necessidade de se assegurar por si mesmos do lugar que   ocupam, e não se deixarão condicionar pelos pontos de vista de outras   pessoas e pela   propaganda mundial; deverão saber qual é a situação da sua nação e a favor de quem estão e onde se encontram vocês como almas. Então – se são sinceros e pensam com clareza - poderão trabalhar para o grupo que para vocês personifica a atividade e as metas mais elevadas possíveis, e abandonarão a atitude de negatividade inútil, de neutralidade presunçosa e confusão desconcertante que talvez os caracterize. Assim, sairão do espelhismo, produzido pela propaganda, e da ilusão mundial, e penetrarão na clara luz da sua própria alma, cuja natureza essencial  é amor e altruísmo e sua  maior  aspiração  é  trazer paz e boa  vontade entre os homens e ver a culminação da missão de Cristo.
Isto levará oportunamente ao desaparecimento da assim chamada "neutralidade na Terra"" – neutralidade na ação, pois não existe neutralidade na mente.