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Os Amigos de Caminhada!

"Chico Xavier, à sombra do abacateiro",




Por Acid

O livro que estou lendo agora é "Chico Xavier, à sombra do abacateiro", de Carlos A. Bacelli. Gostaria de agradecer publicamente a Om Shanti, que o enviou. Aproveito para partilhar aqui o presente com meus leitores, em trechos selecionados que muito me interessaram:

De 1980 a 1985, todos os sábados, habitualmente Chico Xavier realizava um culto evangélico, à sombra de um frondoso abacateiro, em pleno coração da Natureza, em Uberaba (Minas Gerais). Bacelli e colaboradores escreveram, à mão, o que Chico dizia, intuído por Emmanuel. É uma coletânea de frases e lições preciosas ditas a ceu aberto, para um público heterogêneo, que incluía desde médicos sedentos do pão espiritual de Chico/Emmanuel, a pobres esfomeados que iam atrás do pão material (distribuído no local). Muito embora Chico (ou Emmanuel, ninguém sabe ao certo) fizesse uma ressalva: "Jesus multiplicou os pães. Nós repartimos as migalhas".
Para os poucos (creio eu) que ainda não sabem quem foi Chico Xavier (no futuro dirão que ele foi apenas uma lenda, como alguns dizem de Buda ou mesmo Jesus), faço aqui um breve histórico, baseado na tradicional e conceituada enciclopédia eletrônica, a Desciclopédia:

Xavier em sua cadeira flutuante

Fase de adolescente rebelde

Como detetive sobrenatural, Francisco Cândido Xavier (também conhecido pela alcunha de Professor X) é um renomado mutante psicógrafo e também o líder dos X-píritas. Xavier possui a faculdade de ver mortos, ouvi-los, conversar com eles via MSN, adicioná-los no Orkut e receber Torpedos MMS dos mesmos.
Chico teve uma infância difícil, por conta do medo e da incompreensão dos seus poderes, que o levaram a se afastar da sociedade e refugiar-se no movimento punk, como líder da banda Ramones. Pra sobreviver, fazia bicos como Detetive Sobrenatural, resolvendo aqui casos de espíritos que fugiam do Umbral para a Terra.
Já em 1931, Chico Xavier entrou em contato com uma entidade do Ultiverso, conhecida como Emmanuel, que acabou amplificando seus poderes, tornando-o um dos mutantes mais poderosos do planeta. Guiado por Emmanuel, Xavier devotou a sua vida a ensinar os mutantes a lidar com os seus poderes, ajudando os mutantes, mortos e humanos normais a coexistirem sem medo.

Agora que já conhecemos melhor este fenômeno mediúnico, vamos aos trechos de suas palestras à sombra do abacateiro:

Sobre as reuniões espíritas

Chico principiou afirmando que "durante trezentos anos quase, os cristãos se reuniam ao ar livre. (...) O Sermão da Montanha, o documento mais importante da humanidade, não foi produzido entre quatro paredes; mas sim, ao ar livre, junto daqueles que são os herdeiros do Evangelho, que somos nós todos, através dos tempos". Aproveitou então para se referir às reuniões de caráter elitista. Ultimamente, Chico vinha se preocupando muito com o elitismo que grassa nas fileiras espiritas, não deixando passar a oportunidade de alertar quanto ao mesmo erro em que incorreu o Cristianismo ao metamorfosear-se em Catolicismo. Ele acrescentou que as "reuniões fechadas" são também necessárias, mas carecemos ir de encontro aos mais simples "para que todos saibam, e nós também, que somos irmãos uns dos outros. (...) Quando desencarnarmos, encontraremos com a família da idéia, do coração..."

Repetindo que, na essência, somos todos irmãos, Chico advertiu-nos em nome da Espiritualidade Superior: "O cumprimento do dever estabelece a diferença; igualdade absoluta só existe na origem e na chegada. (...) Os mais fortes são chamados para ajudar os mais fracos; os que têm mais saúde podem ajudar os doentes..."

E falou que as reuniões "fora de nossas especificidades são boas e necessárias...", pela aproximação real que promovem... pelo formalismo que é posto de lado...

"Temos o percursor do 'céu aberto' em Jesus Cristo, que ensinou nas praças públicas e deixou o Sermão da montanha em pleno ar livre, falando a milhares de pessoas de todas as condições, ensinando o amor, a misericórdia, a brandura, a paz. O Sermão da montanha representa para muitos dos estudiosos do progresso humano o maior documento da humanidade. Jesus nos ensinou, sobretudo, a despertar o nosso coração para o amor, e Allan Kardec prosseguiu nessa tarefa doando-nos O livro dos espíritos, que contém os ensinamentos do amor."

"Jesus ensinou em barcos emprestados, ensinou em bancos públicos, nas praças em que comparecia, nos montes, nos lares de companheiros... A única propriedade de Cristo foi a cruz. Não se fala de uma casa do Cristo, de um território do Cristo, mas a Cruz do Cristo é muito recordada".

Sobre a aflição (stress)
"À medida que a Providência Divina determina melhoras para nós, na Terra, inventamos aflições. (...) Para cultivar o solo temos o auxílio do trator, antes só possuíamos carros-de-bois. Hoje, temos veículos motorizados encurtando distâncias, mas não nos contentamos com os 80 km/h; antes, andava-se a pé. Hoje, a geladeira conserva quase tudo; antes, plantava-se canteiros..."

Fala então do conforto em que o homem vive e do seu comodismo espiritual:
"É que precisamos de contentar-nos com o que temos; estamos ricos, sem saber aproveitar a nossa felicidade. Antes, as pessoas idosas desencarnavam conosco, hoje as mandamos para os abrigos. Tínhamos um pouco de prosa durante o dia, a oração à noite. Agora inventamos dificuldades e depois vem o complexo de culpa e vamos para os psiquiatras. (...) Se estamos numa fila e uma senhora doente nos pede o lugar, precisamos cedê-lo. Recordemo-nos da prece padrão para todos os tempos que é o Pai Nosso, quando Jesus nos diz: O pão nosso de cada dia... Por que acumular tanto? Existem pessoas que possuem 35 pares de sapatos; onde é que irão arrumar 70 pés?! (...) Estamos sofrendo mais por excesso de conforto do que por excesso de desconforto. Morre muito mais gente de tanto comer e de tanto beber, do que por falta de comida. (...) A inflação existe, porque queremos o que é demais..."

E conclui:
"Esta é a opinião dos Espíritos. Perdoem-me se eu falei mal, mas se eu falei mal, falei, foi, de mim."

Paciência
"...Apenas uma lembrança do nosso Benfeitor Emmanuel. Ele me pede para recordar um item sobre a lição da paciência que nunca me havia ocorrido antes: paciência que nasce do verdadeiro amor pregado por Jesus, a paciência com a felicidade dos outros! Felicidade de um adversário de nossas idéias; às vezes, criamos dificuldades em torno da pessoa que se sente feliz num modo diferente do nosso. Estamos falando das pessoas operosas, que servem ao Bem".

"Então, é muitas vezes um filho que queremos que seja advogado, mas ele se sente feliz sendo lavrador... Por que, então, impor-lhe a obrigação de estudar ciência, em livros, a pretexto de ser feliz como queremos?! De outras vezes é o casamento... Por que é que procedemos dessa maneira se o nosso filho ou nossa filha estão felizes com esse tipo de união?! Doutras vezes, é um amigo que recebe uma casa... meu Deus, por que fulano ganhou a casa e não eu?!
Devemos sentir a felicidade de ter os nosso amigos felizes.
A felicidade deve reinar com todos e para todos.
A felicidade é um patrimônio que deve pertencer a todos.
Quantas vezes teremos perdido grandes oportunidades para aproveitar as lições da vida, quando nos deixamos perder pela inveja, pelo ciúme, pelo espírito de antagonismo... Todos podemos ser alegres dentro do nosso próprio lugar. Muitas vezes temos errado pela falta de paciência com a felicidade dos outros, especialmente com aqueles que estão convivendo conosco no cotidiano.
Se o nosso amigo está feliz, se o nosso irmão está feliz com determinado caminho, peçamos a Deus alegria, ainda que tenhamos pensamentos negativos a respeito da escolha deles, porque também queremos respeito para as nossas escolhas. Quantos suicídios e quantas fichas de Sanatório não existem por falta de paciência com a felicidade dos familiares?!
Deus não dá Xerox. Cada um é um mundo por si."

Sobre a palavra
"As palavras são uma rede de seda, através das quais nos escondemos, mas quem nos conhece nos vê".


Autismo

A lição que passaremos hoje para o papel, não ocorreu propriamente à sombra do frondoso abacateiro onde, habitualmente, Chico Xavier realiza o culto evangélico, em pleno coração da Natureza. O que iremos narrar, tão fielmente quanto possível, ouvimos num sábado à noite no "Grupo Espírita da Prece", logo após o contato fraterno com os irmãos que residem nas imediações da "Mata do Carrinho", o novo local onde as nossas reuniões vespertinas estão sendo realizadas.

Um casal aproximou-se do Chico; o pai sustentando uma criança de ano e meio nos braços, acompanhado por distinto médico espírita de Uberaba. A mãe permaneceu a meia distância, em mutismo total, embora com alguma aflição no semblante.

O médico, adiantando-se, explicou o caso ao Chico: a criança, desde que nasceu, sofre sucessivas convulsões, tendo que ficar sob o controle de medicamentos, permanecendo dormindo a maior parte do tempo; em conseqüência, mal consegue engatinhar e não fala.

Após dialogarem durante alguns minutos, o Chico perguntou ao nosso confrade a que diagnóstico havia chegado.

- Para mim, trata-se de um caso de "autismo" - respondeu ele. O Chico disse que o diagnóstico lhe parecia bastante acertado, mas que convinha diminuir os anticonvulsivos mesmo que tal medida, a princípio, intensificasse os ataques. Explicou, detalhadamente, as contra-indicações do medicamento no organismo infantil. Recomendou passes.

- Vamos orar - concluiu.

O casal saiu, visivelmente mais confortado, mas, segurando o braço do médico nosso confrade, Chico explicou a todos que estávamos ali mais próximos:

- O "autismo" é um caso muito sério, podendo ser considerado uma verdadeira calamidade. Tanto envolve crianças quanto adultos... Os médiuns também, por vezes, principalmente os solteiros, sofrem desse mal, pois que vivem sintonizados com o Mundo Espiritual, desinteressando-se da Terra...
"E preciso que alguma coisa nos prenda no mundo, porque, senão, perdemos a vontade de permanecer no corpo..."

E Chico exemplificou com ele mesmo:

- Vejam bem: o que é que me interessa na Terra? A não ser a tarefa mediúnica, nada mais. Dinheiro, eu só quero o necessário para sobreviver; casa, eu não tenho o que fazer com mais de uma... Então, eu procuro me interessar pelos meus gatos e meus cachorros. Quando um adoece ou morre, eu choro muito, porque se eu não me ligar em alguma coisa eu deixo vocês...

Ele ainda considerou que muitos casos de suicídios têm as suas raízes no "autismo" , porque a pessoa vai perdendo o interesse pela vida, inconscientemente deseja retornar à Pátria Espiritual, e para se libertar do corpo, que considera uma verdadeira prisão, força as portas de saída...

E Chico falou ao médico:
- É preciso que os pais dessa criança conversem muito com ela, principalmente a mãe. É necessário chamar o Espírito para o corpo. Se não agirmos assim, muitos Espíritos não permanecerão na carne, porque a reencarnação para eles é muito dolorosa.

Evidentemente que não conseguimos registrar tudo, mas a essência do assunto é o que está exposto aqui.
E ficamos a meditar na complexidade dos problemas humanos e... na sabedoria de Chico Xavier.
Quando ele falava de si, ilustrando a questão do "autismo", sentimo-lo como um pássaro de luz encarcerado numa gaiola de ferro, renunciando à paz da grande floresta para entoar canções de imortalidade aos que caíram, invigilantes, no visgo do orgulho ou no alçapão da perturbação.

Nesta noite, sem dúvida, compreendemos melhor Chico Xavier e o admiramos ainda mais.
De fato, pensando bem, o que é que pode interessar na Terra, a não ser o trabalho missionário em nome do Senhor, ao Espírito que já não pertence mais à sua faixa evolutiva?!

O Espírito daquela criança sacudia o corpo que convulsionava, na ânsia de libertar-se...

Sem dúvida, era preciso convencer o Espírito a ficar... Tentar dizer-lhe que a Terra não é tão cruel assim... Que precisamos trabalhar pela melhoria do homem...

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