CRISTO COMO O LIBERADOR DE ENERGIA ( 1)
Talvez seja útil fazer algumas observações preliminares sobre o ensinamento difundido (no transcurso das épocas) pelos filhos de Deus que apareceram nas horas de mais necessidade para a humanidade, a fim de exporem, ante a consciência dos homens de Sua época, certas idéias e conceitos acerca da Verdade.
Quando Eles aparecem, seu objetivo é satisfazer as necessidades imediatas, de maneira que as idéias apresentadas possam converter-se em ideais, aos quais se adaptará, oportunamente, a vida da humanidade, trazendo como conseqüência uma civilização melhorada. Tem havido uma grande continuidade através dos séculos.
Não haveria tempo para escrever nem para ler uma análise ou descrição completa sobre a revelação progressiva de idéias transmitidas à humanidade pelas grandes e iluminadas mentes autorizadas pela Hierarquia espiritual do planeta.
Todos os instrutores cíclicos (para diferenciá-los de inumeráveis Instrutores de menor importância) têm dominado Suas vidas – nas três esferas da evolução humana – física, emocional e mental – logrando controlar o nível físico da consciência, Sua natureza emocional ou sentimental e alcançar compreensão mental e, finalmente, iluminação.
O problema da Hierarquia tem consistido – e ainda consiste – em conhecer a capacidade de captação da humanidade acerca da verdade, e até que ponto pode ser apresentada às mentes incipientes a verdade absoluta; também tem consistido em determinar qual o aspecto da verdade universal que permitirá ao homem resolver suas dificuldades e avançar no Caminho do Retorno a Deus; necessita saber, ademais, em que ponto da escala evolutiva se encontra a humanidade, num período dado. Isto em si constitui para Ela um campo de investigação.
O método até agora seguido tem consistido em determinar qual é o principal fator de que carece o homem para perceber a realidade – num dado momento – e qual é a verdade divina que contém a semente de uma atividade vital para uma humanidade que se acha em determinadas condições e necessita de um certo tipo de ajuda. Também têm que decidir qual o melhor modo de prestar essa ajuda, de maneira que seus resultados sejam duradouros, educativos e eficazes.
Até agora, os conceitos expostos têm sido formulados pelos Instrutores mundiais da época, e difundidos tão somente a uns poucos eleitos, cuja tarefa tem sido tomar a idéia recém apresentada, disseminando-a entre os homens que possuam a suficiente iluminação para que seja aceita, divulgada, vivida e polarizada. Isto já tem sido realizado durante épocas, com maior ou menor êxito.
Torna-se impossível expor aqui as poucas verdades que serviram para orientar o desenvolvimento da humanidade na antiga Atlântida, posto que constituam uma base sólida de todo o ensinamento posterior.
Podemos estudar (como fundamento do ensino que Cristo difundirá depois de Seu reaparecimento) vários conceitos de menor importância que estão contidos, hoje, nos ensinamentos de todas as religiões mundiais, os quais deveriam ser apresentados ao público pelos modernos instrutores religiosos.
O primeiro desses Instrutores pertence a uma época tão remota que não se pode dizer com exatidão a data em que viveu. Seu nome foi modernizado e atribuído a um antigo herói e instrutor, chamado Hércules. Apresentou ao mundo, através de um histórico drama mundial (de natureza simbólica), o conceito de uma grandiosa finalidade, alcançável tão somente por meio de lutas e dificuldades. Traçou uma meta que os homens deveriam alcançar, sem levar em conta os obstáculos.
Estes foram representados nos “Doze Trabalhos de Hércules”, os quais eram mitos e não acontecimentos reais. Desta forma representou, para os que tinham olhos para ver e coração para compreender, a natureza do problema que teriam de resolver, no Caminho de Retorno a Deus. Descreveu o regresso do Filho Pródigo ao Lar do Pai, e as provas e esforços que têm de enfrentar todos os aspirantes, discípulos e iniciados, igualmente enfrentados por todos os que hoje formam a hierarquia espiritual.
Ao considerar essa assertiva, deve-se também incluir o Cristo, por haver sido “tentado em tudo”, segundo nossa semelhança (Hebreus, 4,15), não obstante haver triunfado nas provas e obstáculos.
Em data também desconhecida, veio Hermes. Segundo se disse, foi o primeiro em proclamar-se a “Luz do Mundo”. Mais tarde, apareceu o grande Instrutor Vyasa. Trouxe uma mensagem singela e necessária, no sentido de que a morte não é o fim.
Desde essa época, a humanidade começou a pensar sobre a possível imortalidade da alma. Instintiva e debilmente o homem havia nutrido a esperança e pressentido que o abandono do veículo físico não constituiria o fim de toda a luta, do amor e aspiração humanos; naquelas épocas primitivas, somente predominavam o sentimento e o instinto; as massas não possuíam a capacidade de pensar, como na atualidade.
No período culminante em que vivemos, o trabalho de todo o movimento espiritualista constitui, em realidade, a emergência daquela corrente de energia mental e da idéia que Vyasa implantou na consciência humana, há milhares de anos.
O esforço que realizam os intelectuais para demonstrar a possibilidade científica da imortalidade, também faz parte desta grande corrente, levada a níveis intelectuais, salvando, assim, o trabalho realizado por Vyasa, das brumas, da fascinação e da imoralidade psíquica, que hoje o envolve. A realidade da imortalidade está a ponto de ser provada cientificamente.
Já foi comprovada a sobrevivência de determinado fator, se bem que o demonstrado como sobrevivente, não é em si, intrinsecamente imortal. A natureza real da alma e sua sobrevivência, frente à eterna vivência, são uma só e mesma coisa e não foram ainda comprovadas cientificamente. Entretanto, são verdades conhecidas e aceitas hoje por milhões de homens e por inumeráveis intelectuais, os quais – a menos que constitua um histerismo e engano coletivo – têm pressentido sua existência.
Buda é o Instrutor ao qual nos referiremos a seguir, apesar de haverem existido outros, entre Sua época e a de Vyasa. Durante esses séculos, cuja história é relativamente obscura e vaga, a inteligência dos homens se desenvolvia rapidamente, e a percepção investigadora do gênero humano se apresentava cada vez mais ativa. As indagações – para as quais não existe uma aparente nem mesmo fácil resposta – foram formuladas por um grupo de pensadores da Índia, representando os pensadores de todos os países de então.
Propuseram repetidas perguntas sobre por que existem a dor e a miséria em todos os recantos da Terra e em cada vida; qual seria a causa disto e que se deveria fazer para melhorar as condições de vida; queriam saber, igualmente, qual era o princípio integrante do homem; se era a alma e se existia um eu. O Buda veio para dar a resposta a todas essas indagações e firmar as bases de um enfoque mais iluminado à vida, difundindo os ensinamentos que preparariam o caminho para o trabalho do Cristo, que, Ele sabia, haveria de seguir Seus passos.
É interessante relembrar que, quando veio o Buda, aproximadamente quinhentos anos antes de Cristo (pois a data exata do nascimento de Cristo ainda se discute), podiam sentir-se as primeiras tênues influências da Era Pisceana fazendo impacto sobre a poderosa qualidade da era de Áries, a vítima propiciatória ou o carneiro. Foi a influência dessa era – persistindo através da dispensação judaica – que conduziu, finalmente, à deformação dos simples ensinamentos de Cristo, quando Ele veio.
Foi apresentado, erroneamente, ao mundo como a vivente vítima propiciatória que carregou com os peca dos da humanidade, originando, assim, a doutrina da expiação vicária. São Paulo foi o responsável por isso. Um exemplo análogo de distorção, também teve origem judaica, aparecendo nas primeiras etapas do ciclo de Áries, o carneiro. Afirmou-se que os Filhos de Israel se prosternaram ante o bezerro de ouro, o símbolo de Taurus, o touro, e o adoraram; este foi o ciclo astronômico precedente, cujos períodos são ciclos astronômicos e não signos astrológicos. Nas primeiras etapas de Áries, o ensinamento retrocedeu ao de Taurus, e nas primeiras etapas de Piscis retrogradou ao de Áries, e assim se iniciou a regressão do ensinamento que agora domina a tantos cristãos ortodoxos.
Buda respondeu às interrogações de Sua época, difundindo as Quatro Nobres Verdades, que esclarecem, satisfatoriamente, o eterno porquê do homem.
Estas verdades podem ser sintetizadas da seguinte maneira: Buda ensinou que a miséria e o sofrimento eram produzidos pelo próprio homem, e que a tendência do ser humano para o indesejável, efêmero e material, é a causa de todo desespero, ódio, e competição, e a razão pela qual o homem vive no reino da morte – o reino da vida material, que é a verdadeira morte do espírito.
Buda fez uma excepcional abordagem dos ensinamentos disseminados por Hércules e Vyasa, e coadjuvou na estruturação da verdade que Eles haviam erigido, preparando, assim, o caminho para o Cristo. Entre estes dois grandes Instrutores, Buda e Cristo, apareceram instrutores menores, a fim de ampliar as verdades fundamentais já dadas.
Entre estes, Sankaracharya foi um dos mais importantes, porque deu profundas instruções sobre a natureza do Eu. Também deve ser citado Shri Krisna, o Instrutor que figura no Bhagavad-Gita, e que muitos crêem ter sido uma encarnação anterior do Cristo.
Desta maneira, as verdades fundamentais sobre as quais se baseia a relação com Deus (e, portanto, com nossos semelhantes), são sempre difundidas pelo Filho de Deus que, num determinado período mundial, é o Guia instrutor da Hierarquia espiritual.
A seu devido tempo, o Cristo veio e deu ao mundo (sobretudo por intermédio de Seus discípulos) duas verdades principais: a realidade da existência da alma humana e, em segundo lugar, o sistema do serviço como meio (emprego esta palavra deliberadamente) para estabelecer corretas relações – com Deus e com os nossos semelhantes.
Disse aos homens que todos eram filhos de Deus, no mesmo sentido que Ele; apresentou de muitas maneiras simbólicas o que era e quem era Ele, assegurando-lhes que podiam fazer coisas ainda mais grandiosas, porque eram tão divinos como Ele. Estas coisas mais grandiosas, a humanidade já as fez, no plano físico.
Também controlou sua natureza, como Cristo sabia que os homens o fariam, porque conhecia a atuação da Lei de Evolução. Ensinou que o serviço constituía a chave da libertação. Também lhes ensinou, por meio de Sua própria vida, a técnica de servir, fazendo o bem, curando enfermos, predicando e instruindo sobre as coisas do Reino de Deus e dando de comer, física e espiritualmente, aos famintos.
Fez da vida cotidiana um âmbito divino de vivência espiritual, acentuando, assim, o ensinamento de Buda, de não desejar nada para o eu separado.
Assim Cristo ensinou, amou e viveu, levando adiante a magna continuidade da revelação e do ensinamento hierárquico; entrou, então, no arcano, deixando-nos Seu exemplo para que pudéssemos seguir Seus passos (Pedro 2,21), imitando-o em Sua fé na divindade, em Seu serviço e em Sua capacidade para penetrar nessa esfera de consciência e nesse campo de atividade, a que chamamos a verdadeira igreja de Cristo, a Hierar quia espiritual – atualmente invisível – de nosso planeta, o verdadeiro Reino de Deus. O véu que oculta a verdadeira igreja está por desaparecer o o Cristo está a ponto de reaparecer.
À luz do passado e das atuais necessidades da humanidade, às quais o Cristo e a Hierarquia devem satisfa zer, que ensinamento será difundido desta vez? Tal é a pergunta formulada agora por Seus discípulos.
Provavelmente, Sua instrução versará sobre quatro pontos. Faríamos bem em considerarmos cada um em separado, e nos empenharmos em compreender e preparar a mente humana para receber aquilo que Ele há de dar.
Livro: "O Reaparecimento do Cristo"
Pesquisa: Cassia de Resende Rixse
http://www.cassiarr.blogspot.com/
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