MUDAR O MUNDO?

Assumindo nosso potencial

A confusão na qual o mundo se encontra não é culpa dos políticos. Nós, coletivamente, permitimos que chegasse a este ponto. Em vez de permitirmos que a comunidade aconteça através de nossa crescente compaixão, consciência e preocupação, continuamente tentamos legislá-la. Ao fazermos isso, entorpecemos nossas reações humanas, fugimos de nossas responsabilidades uns com os outros e negamos a nós mesmos nosso verdadeiro potencial para crescermos como seres humanos numa comunidade global.

Vamos encarar, pessoal, nós simplesmente não queremos enfrentar. Nós nos automedicamos para não nos sensibilizarmos, ou corremos atrás de distrações de curto-prazo, que incluem tecnologia, pornografia, drogas, ou objetivos pessoais próprios que consideramos virtuosos. Em outros casos, fugimos totalmente do problema colocando a culpa em outra coisa, ou negando por completo a existência do problema.

Há outra maneira: aceitarmos os problemas que criamos, aprendermos com eles e depois trabalharmos juntos para descobrirmos soluções viáveis. Só assim cresceremos como indivíduos e como sociedade. Sem assumir responsabilidade e culpando esse ou aquele grupo, simplesmente continuaremos a cavar um buraco cada vez maior, e assim, problemas ambientais tornam-se- desastres ambientais que não poderemos reverter.

Precisamos lidar tanto com os problemas que nós mesmos criamos, como também com os que estão bem na nossa cara – mesmo se não foram nossas mãos que despejaram os produtos químicos nas águas, ou se não foram nossas serras elétricas que derrubaram as florestas. Não podemos continuar a processar um ao outro para nos livrar do problema; não podemos continuar colocando isso debaixo da terra e esperar que as toxinas se infiltrem em nossas comunidades. Não importa se é nosso lixo físico ou emocional que estamos jogando fora.

Não podemos mais escondê-lo do mundo. Temos de lidar com isso como se fosse extensão do nosso corpo humano, o que é realmente, caso contrário todos sofrerão.

Tornar-se um ativista de verdade – ser um verdadeiro catalisador de mudanças – só pode acontecer quando mudamos a nós mesmos ! Esta compreensão abre nossa consciência, e ao atingirmos esta consciência o universo deixa claro o que precisamos corrigir. Estes elementos são o único meio de transformar o nosso comportamento egoísta em ativismo verdadeiro e eficaz. Quando nos colocamos como sendo “ativista” na verdade estamos presos a um objetivo pura e simplesmente pessoal, e assim criamos um problema ainda mais difícil de ser solucionado do que a questão contra a qual estamos lutando!

Pelo fato de estarmos todos conectados, nada fora de nós mudará até que mudemos a nós mesmos. Temos a tendência de querer “mudar o mundo” para melhorar a nossa vida. Em vez disso, temos que mudar a nós mesmos a fim de melhorar o mundo. É um paradoxo.

Quanto mais quisermos mudar o mundo, mais precisamos mudar a nós mesmos.