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Os Amigos de Caminhada!

I - "O Despertar do Cristo Interno"



Palestra de Aldomon Ferreira

O tema desta noite é "O Despertar do Cristo Interno", meta tão importante e tão maravilhosa ao ser alcançada. Quem dera todos nós saíssemos daqui, hoje, com o nosso Cristo interno já desperto. Mas é um começo, para aqueles que já estão trabalhando tal dádiva já há algum tempo, terão a oportunidade de sentir um pouco mais do contato. E para quem está iniciando ou quem nunca conheceu, vai ter a oportunidade de perceber, de ter contato com algo incomum, porque a idéia de Cristo que até agora nós sabíamos, geralmente, é associada a Jesus, um ser que veio à carne, veio ao mundo material já há algum tempo e que mudou toda a nossa História, principalmente a ocidental.
Então, hoje, quero mostrar que o aspecto crístico não é apenas aquele trazido por Jesus, mas aquele que, nessa fase tão importante que o Planeta está vivendo, será marcado em cada um de nós que nos auto-aprimorarmos nessa fase de transição planetária.
O despertar do Cristo interno é um meta que tem sido almejada por seres aqui na terra desde os primórdios das civilizações que surgiram e que desapareceram, ressurgiram. O Cristo é uma coisa pouco conhecida hoje, mal compreendida, mal interpretada. Vejam que Jesus, de forma bem direcionada, veio trazer a mensagem do que é o Cristo há, praticamente, dois mil anos.
Outros seres, antes dele, também vieram até aqui dar a sua vivência - não apenas a sua mensagem, mas a sua vivência - a respeito da personificação do amor, da justiça, da sabedoria e do poder. Personificação essa que se manifesta como Cristo. O nível existencial, o nível consciencial da personificação do Cristo é irradiada de mundos mais sutis para o mundo físico.
Nós temos no corpo humano diversas coisas que desconhecemos, porque, na escola, estudamos que bem aqui, no coração, nós temos um centro de força cardíaco. Esse centro de força é sede do nosso sentimento. Muitas pessoas desejam desenvolver o seu cardíaco, o seu amor. No entanto, não podemos esquecer que o centro de força cardíaco não é meramente uma porta de entrada de energias ou uma porta de saída de energias psíquicas.
Para quem nunca estudou sobre os chakras, ao longo do nosso corpo, existem mais de dois mil pontos energéticos que concentram energia, absorvem energia, transmitem energia e circulam energia. Os hindus os chamam de chakras ou rodas. Nós, aqui do Ocidente, usamos muito o nome de centro de força, centro de energia. Ao longo do corpo, temos mais de dois mil e escolhemos principalmente sete. Temos aqui, na base, na região sexual, o chakra chamado chakra base, de onde vem a energia vital que irriga de vitalidade todo o nosso corpo, o Kundalini. Depois, temos, na altura do intestino, do umbigo, o chakra umbilical.
Esse chakra umbilical é responsável pela energização dos nossos órgãos do aparelho digestivo. Ele, associado a outro chakra ou centro de força do plexo solar, que fica no estômago. No entanto, por enquanto, o chakra que vamos explorar não são esses. Visto que o nosso tema é Cristo Interior, vamos ver de onde é que se irradia tal força crística em nosso corpo: no coração, o chakra cardíaco, sede de todos os nossos sentimentos elevados.
No chakra cardíaco se manifesta a vibração de quatro planos. O primeiro plano, a que estamos mais acostumados, é o plano físico, o nível da dimensão física. Essa dimensão física, ao gostarmos de alguém, de alguma coisa, ao desejarmos ter um ente querido preservado de qualquer dor, de qualquer sofrimento, ao desejarmos que tal pessoa seja feliz, pelo prazer ou pelo contentamento físico que tal pessoa ou bem ou objeto ou ser, seja vegetal, animal ou mineral, ao desejarmos o bem-estar de tais seres, estamos manifestando, se a fonte de tal bem-estar é o contentamento de ter o contato físico, estamos associados ao cardíaco físico, quer dizer, ao chakra cardíaco modulado na vibração do plano físico, este plano em que estamos vivendo.
Ainda não é o Cristo, ainda não é a manifestação de Cristo, quando o nosso amor manifesta-se apenas no nível físico, no nível material, no nível corporal. Quando começamos a ter certa afinidade, certo sentimento, independente do contato corporal, mas ainda há o desejo de troca, onde você ama uma pessoa e uma pessoa te ama e, aí, você se sente feliz e aumenta esse amor, nós estamos associados ao plano astral, ao chakra cardíaco sintonizado ao plano astral.
O plano etéreo não vou mencionar muito, porque não é um plano de manifestação nossa, humana. Quando desencarnamos, perdemos esse corpo material vamos não para o plano etéreo, mas para o plano astral, o plano onde os espíritos constituem colônias, cidades, países, onde vivem após desencarnarem.

Então, os sentimentos de amor, amor-afeto, está relacionado a esse plano, o plano astral. Ainda não é a manifestação de Cristo. O que eu quero colocar aqui é que, quando se fala a respeito de amor - muitas vezes, nós pensamos que o amor que um homem sente por uma mulher ou que a mãe sente por um filho - nem sempre esse amor é crístico.
Jesus manifestou um amor crístico. Buda manifestou um amor crístico. O Krishna manifestou. Vários santos da história de diversas religiões, e até santos que não tinham religião - religião dessas pré-estabelecidas - manifestaram um amor crístico. Mas era um amor que não tinha tais características físicas de: ter um bem que dá prazer, faz amar, esse não é crístico ainda. Ter um amor que tem afinidade, que tem uma troca de sentimento ainda não é crístico.
O amor crístico tem uma natureza. A natureza dele é ser incondicional. O que quer dizer isso? Não há troca. Qualquer amor em que haja troca não é amor crístico. O amor crístico se dá sem absolutamente nada desejar receber. No entanto, quando falamos que ele é incondicional, estamos referindo ao fato de que ele não pede nada para se doar, não cobra nada, não deseja prêmio. Ele é incondicional nesse sentido, no entanto, tem algumas condições, mas não relacionadas a barganha, a troca.
A condição do amor incondicional é, em primeiro lugar, justiça. Existem leis na vida que, mesmo que ninguém aqui, na Terra, obedeça isso não invalida as leis, isso não as torna injustas. Aliás, é o tema da próxima palestra, sobre as leis de ação e reação e a justiça suprema. Mas essas leis de justiça, quem quer manifestado em si o amor crístico precisará manifestá-las.
Então, enquanto estamos apegados a receber para poder doar ou a doar com o intuito de receber, nós estamos vivendo o amor ainda astral, quando se trata de afinidade. É como aquela história: quando uma pessoa chega perto de você e começa a te adular ou a te elogiar e, quando você menos vê, ela lhe pede alguma coisa, de forma sutil ou de forma declarada.
Aquele amor que ela estava tentando demonstrar nada mais é do que um desejo de troca. Isso não é amor crístico. Quando uma mãe cuida de um filho com o desejo de ter o prazer de vê-lo crescendo, de vê-lo ser aquilo que ela acredita que ele deveria ser e que, quando o filho não reage na expectativa da mãe ou do pai, começa a sentir raiva, contrariedade, é porque o amor que a mãe ou que o pai estava sentido não era crístico.
Nós temos, saindo do Cardíaco, a vibração ou energia de ondas vibratórias do plano mental. Esse plano mental divide-se em quatro níveis. O primeiro nível é o crístico. O nível crístico do Cristo interno em Cristo Externo. Depois, o nível búdico, o nível da sabedoria. Aqui, embaixo, é o nível do amor. Vejam bem que, a partir do Cristo, precisa haver um equilíbrio entre quatro forças: amor, justiça, sabedoria, poder. Se não houver o equilíbrio dessas forças, não forma-se a manifestação do Cristo.
Mais acima do nível mental, temos o nível da justiça e, depois, o nível do poder. O poder é o aspecto máximo. Por que ele é o aspecto máximo? Porque para alguém mover o poder é preciso, antes de tudo, mover esse aspecto, que é o Cristo ou o amor dosado de justiça, dosado de sabedoria, dosado de poder. Sem amor não se tem sabedoria. Sem sabedoria não se tem justiça. E sem justiça não se tem poder.
Muitas pessoas buscam o poder, seja o poder político, o poder religioso, o poder material, como o dinheiro, o poder da magia. Mas nenhum poder estará de fato completo ou será absoluto, pleno enquanto a pessoa não tiver três elementos precedendo o poder, os três elementos que formam a manifestação crística. Muitas pessoas alegam: "Não, mas Cristo é coisa do passado. Agora é da sabedoria, agora é de Buda, agora é a era mental."
Só ficará para a era mental quem assimilar em si a era do sentimento. Quem não sabe amar não saberá compreender, não saberá entender as leis da vida, não terá sabedoria.
Então, no plano mental, o nível crístico é o primeiro que precisamos buscar. Agora, esse nível do poder é um nível relacionado à criação dos mundos, os mundos da forma são criados nos planos mentais, astrais, etéricos e físicos. Quando Cristo se manifesta, ele faz um fenômeno incrível. Ele faz a agregação da vida, essas quatro forças.

(Continua na 2a. parte a ser publicada)

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