O que se visualiza mentalmente em cada ano no Festival de Wesak, durante o Plenilúnio de Maio, é a imediata e iminente probabilidade da reconstrução mundial e o reaparecimento do Cristo.
O Festival de Wesak
Primeira Parte (por Alice Bailey)
Ao estudarmos a situação mundial, somos advertidos que, aparentemente, perdeu-se o segredo da síntese. A humanidade está dividida, uma metade contra a outra metade, o Leste contra o Oeste, raça contra raça, nação contra nação. Os Homens precisam voltar ao antigo conhecimento de que o nosso Planeta está destinado a demonstrar a unidade essencial da humanidade, que há de manifestar a energia de integração e de coerência. Quando isto for verdadeiramente realizado, nossos problemas mundiais se solucionarão por si mesmos e o ritmo mundial básico será restabelecido e estabilizado.
A humanidade, não tem, ainda, consciência grupal e por isso ao homem comum não se pode confiar que trabalhe, pense e planeje para o grupo. Os seres humanos são ainda demasiado egoístas. Este fato, entretanto, não deve ser motivo de desânimo porque, para aqueles que têm uma ampla visão mundial, está se tornando definitivamente claro que a consciência grupal e também a responsabilidade grupal são, já, algo mais que uma simples e formosa visão. A fraternidade e o consequente reconhecimento de suas obrigações começam a penetrar na consciência dos seres humanos de todas as partes. Isto se deve à crescente atividade da Hierarquia de Luz, ao serviço realizado através dos séculos pelos Guias da Humanidade e, hoje por Cristo e Sua Igreja. Está começando a ser demonstrado ao ser humano o verdadeiro significado da Fraternidade e os homens começam a captar e compreender suas responsabilidades. Há no ser humano uma inata resposta ao ideal supremo e os homens estão reagindo a uma profunda necessidade de síntese.
Quando Cristo voltar e demonstrar Seu poder, dando à humanidade uma nova nota chave para a futura era, poderemos estar seguros de uma coisa: que Ele voltará como Mestre do Amor e da Unidade, duas coisas que o mundo necessita mais que qualquer coisa neste momento. A nota chave que Ele emitirá será a da regeneração da humanidade e da reorganização da estrutura social. Isto será conseguido através do amor que derramará sobre todos os seres, porque em primeiro lugar produzirá efeitos através da natureza do “amor-desejo” da humanidade. A aspiração dos homens será demonstrada na Terra, em cada cidade e em cada país, pela formação de grupos ativos que trabalharão definida e decididamente em favor da unidade, da cooperação e da fraternidade em todas as ordens da vida, seja econômica, religiosa, social ou científica.
Estes grupos alcançarão resultados inimagináveis, hoje impossíveis devido à incapacidade do ser humano para compreender a verdadeira natureza do Amor. Mais adiante esta grande força de Amor será liberada na Terra pelo trabalho mediador do Cristo, atuando como representante de Deus, ajudado e assistido nesta obra pelo esforço consciente e a Energia Divina do Buda.
A indicação da proximidade deste grande acontecimento e do constante reforço do poder do Cristo pode ser demonstrada na reação em todo o mundo contra o crime e organizações que fomentem o ódio e as diferenças de classe, contra o radicalismo extremado utilizado para fins contrários aos planos Crísticos. A Nova Era de Paz será introduzida pela união em toda a Terra das forças que impulsionam a reconstrução e o verdadeiro desenvolvimento evolutivo. Será produzida uma união consciente e deliberada de grupos que personificarão o princípio da fraternidade por aqueles que podem perceber isto em todos os países. Os homens deverão vigiar os sinais dos tempos e não desanimarem quando olharem o futuro imediato.
O que se visualiza mentalmente em cada ano no Festival de Wesak, durante o Plenilúnio de Maio, é a imediata e iminente probabilidade da reconstrução mundial e o reaparecimento do Cristo. Os aspirantes deveriam ajudar a levar adiante os objetivos dessas Grandes Inteligências que querem ajudar a humanidade nesta época, através de uma definida concentração no momento do Festival e familiarizar paulatinamente o pensador ocidental da realidade desta oportunidade. Podem assim criar uma corrente de aspiração e um vórtice de força que constituirá uma viva chamada que trará uma resposta definitiva (resposta no sentido espiritual da palavra) por parte daqueles que querem ajudar.
O reaparecimento do Cristo e sua manifestação terá início em certo Festival de Wesak em que a Grande Invocação será pronunciada por Buda, libertando assim a força Divina que preparará o caminho para Seu Grande Irmão, assistindo-O na realização de sua Missão. É por esta razão que está ocorrendo um crescente reconhecimento do Festival de Wesak no Ocidente. Chegou o momento em que o Ocidente deve compreender o verdadeiro significado deste acontecimento. Quando os homens compreenderem e aproveitarem esta oportunidade oferecida pelo Festival de Wesak, estarão se alinhando com uma determinada energia Espiritual. Estarão vitalizados e estimulados espiritualmente por esta energia e, consequentemente, estarão dispostos a servir.
Dois fatores são de muito interesse hoje. Em primeiro lugar a necessidade e a aspiração do mundo são tão grandes e o momento tão crítico que há uma orientação geral, nas pessoas com tendências espirituais, para a ideia de uma Intervenção Divina. Se existem Forças Espirituais e Grandes Vidas e Inteligências Espirituais, e se Deus sabe o que acontece em nosso Planeta, seguramente será possível que surja do Reino Espiritual essa sabedoria orientadora, esse estímulo amoroso, que guiará os seres humanos da obscuridade à Luz. Se isto não fosse assim, todas as nossas crenças não teriam valor. Em segundo lugar, surge da nossa demanda e, como resposta do Alto, um crescente reconhecimento de que o reaparecimento do Cristo é iminente. Os crentes de todas as escolas de pensamento do mundo cristão e de outras partes esperam este acontecimento, e por este motivo o Festival de Wesak e o Festival da Humanidade (que ocorre na Lua Cheia de Gêmeos) são importantes períodos preparatórios. O Festival de Wesak confirma esta crença e nisso está o profundo interesse para todo cristão. A esperança do mundo está posta nesta verdade e é uma necessidade para os povos de todas as raças e credos, de aclarar em si mesmos, o que entendem pela frase a Vinda do Cristo.
Não duvidamos de que por trás dos assuntos do mundo há um grupo organizado de Inteligências. A humanidade tem sido conduzida, etapa após etapa, para uma luz paulatinamente crescente. Os seres humanos progrediram, desde a etapa da mais profunda barbárie, até a presente etapa de nossa iluminada civilização. A história mostra o Caminho de Deus com relação ao ser humano e nos garante que o contínuo progresso está assegurado. Grandes momentos de crise têm ocorrido em todos os períodos da história e em todas as civilizações. Encontramo-nos agora num deles. Em todas estas crises houve uma resposta à demanda e, respondendo ao chamamento, Deus tem enviado o Mestre e Representante que encarnou em Si o ensinamento que era requerido pela Era vindoura, propagando a nota que caracterizou o gênio de uma determinada civilização.
Estamos passando agora por um destes tempos de crise, com sua consequente e concentrada demanda e resposta. Estes chamamentos, ao penetrarem no mundo das realidades espirituais, ganham poder adicional se puderem ser enfocados em determinados períodos. Estes períodos ocorrem em cada plenilúnio durante o ano. É o que ocorre durante a Lua Cheia de Maio, chamado Festival de Wesak, que oferece à humanidade a oportunidade especial de chamar a atenção Daqueles que são responsáveis pela evolução da humanidade. Este é o momento de nossa oportunidade, e o motivo deste artigo é dar uma informação sobre o Plenilúnio de Maio, sobre a relação do Buda e do Cristo com a nossa presente humanidade e pôr ênfase em nossa imediata oportunidade de cooperar.
Tem havido, nos últimos anos, um crescente interesse no Ocidente pela nova tendência para reconhecer este Festival Oriental. O Festival de Wesak está relacionado com uma antiga lenda que alguns consideram como um mito histórico, outros como uma narração simbólica, e para inumeráveis seres é um estado de realidade presente. Esta história se relaciona com o Buda e com um acontecimento na Sua Vida, no qual, seguindo os ditames do Seu Coração, determinou voltar uma vez por ano, do alto lugar onde reside e atua, para abençoar o mundo. Os dois Grandes Filhos de Deus, Buda e Cristo, são, um o guardião e o outro o receptor desta bênção. Ambos estão encarregados de transmiti-la a um mundo necessitado e atuam como transmissores desta Energia Espiritual para a Humanidade.
O Festival de Wesak tem sido considerado pelos conhecedores do mundo como de máxima importância nos assuntos mundiais porque, por intermédio dos dois representantes da Divindade em nosso Planeta, o mundo das realidades espirituais e o dos assuntos humanos podem se aproximar mais intimamente. Nos atuais tempos de crises isto é mais necessário do que nunca e a obra destes Grandes Filhos de Deus adquire uma transcendência pouco comum e a oportunidade oferecida à humanidade nestes momentos encerram implicações mais profundas que anteriormente. O crescente interesse pelo festival em si mesmo, a solicitude por seu significado e a demanda do público em geral referente às informações sobre ele, nos levaram a reunir a informação disponível e apresentá-la de forma breve à consideração do aspirante ocidental.
O Festival de Wesak acontece na Lua Cheia de Touro e a Festa da Humanidade um mês depois, na Lua Cheia de Gêmeos. A Festa da Páscoa, como as outras duas, está determinada pela Lua Cheia de Áries, a primeira lua depois do Equinócio da Primavera (no Hemisfério Norte). Estes três Festivais: Páscoa, Wesak e a Festa da Humanidade são os três Maiores Acontecimentos Espirituais do Ano. Em geral os plenilúnios de Touro e Gêmeos têm lugar nos meses de maio e junho, mas nem sempre é assim. O fator determinante é o Signo do Zodíaco. Lua Cheia de Touro ou Lua Cheia de Gêmeos.
Segunda Parte
(por Alice Bailey)
Na Índia o Festival de Wesak tem sido considerado durante séculos como uma festa pública. É dia de reunião, de peregrinação e de gostosa expectativa. É um Dia Santo. É verdade que o significado interno deste dia é reconhecido somente por um pequeno grupo especialmente orientado e que a vasta maioria não conhece nada e importa-lhe menos o que pode significar. Acontece o mesmo com qualquer das Grandes Festas Cristãs. Para alguns são símbolos de grandes realidades espirituais, para outros significa simplesmente uma festa ou um dia para descansar ou fazer visitas, mas não conhecem praticamente nada da força espiritual liberada nestes momentos sobre o mundo ou do verdadeiro significado daqueles “Dias de Graça”, como por exemplo, a Sexta-Feira Santa, em que a Divindade vem em ajuda da humanidade. As relações internas e verdadeiras estão muito além da sua mente. Da mesma maneira ocorre com o Festival de Wesak.
Entretanto há, neste Festival, algo que o diferencia de todos os demais e o põe numa categoria à parte. Todas as nossas festas cristãs são comemoradas em honra de acontecimentos passados, acontecimentos que ocorreram séculos atrás ou se realizam em honra de algum grande Discípulo de Cristo que serviu à Raça no passado, como Ele o fez. O Festival de Wesak celebra-se em reconhecimento de um acontecimento atual e vivente. Constitui uma cerimônia de participação, que acontece (de acordo com a crença daqueles que o observam) enquanto se produz um fato grandioso e celestial. Este acontecimento celestial tem lugar anualmente no momento do Plenilúnio de Touro, ou Lua Cheia de Maio, e é nele que se transmite à Terra (em relação à medida da demanda do Homem) a Bênção de Deus, através de Buda e seu Irmão, Cristo.
Este fato pode atuar – e atua no mundo físico – e tem a sua contraparte física. Paralelamente à cerimônia subjetiva e espiritual, tem lugar simultaneamente um acontecimento de certa importância num pequeno vale no Tibete, do outro lado dos Himalaias. É ali que acontece, supõe-se, a cerimônia terrestre da Bênção e assim muita gente do distrito e dos arredores se encaminha para o vale, como peregrinos para a Luz. Logo na hora do Plenilúnio realiza-se um ritual solene que pode ser visto e reconhecido com toda a clareza como qualquer cerimonial em nossas grandes catedrais.
Um detalhe muito interessante relacionado com este Festival e a sua realização cerimonial no Tibete está no fato de que muitos cristãos ortodoxos, que rechaçariam de forma absoluta qualquer associação com os credos budista ou hinduísta, são testemunhas desta cerimônia em seus sonhos. Por duas vezes na época em que eu atuava como membro ortodoxo da Igreja da Inglaterra e como evangelista – para mim o budismo era simplesmente uma religião pagã e (tão grande era a minha ignorância) Buda era tão somente mais um ídolo pagão – sonhei, por duas vezes num intervalo de sete anos, que eu participava de uma estranha cerimônia num acontecimento fora do comum. Os fatos registrados eram tão claros e vívidos e os detalhes tão idênticos nos dois sonhos, que era impossível considerar o sonho como uma fantasia vã, ou como um dos fenômenos do sonho. Vinte anos mais tarde, quando li uma descrição do Festival de Wesak, descobri o que era aquilo que eu havia visto. Aparentemente o meu sonho indicava um acontecimento real. Por muitas vezes encontrei várias pessoas que haviam tido o mesmo sonho e se perguntavam qual era o significado do que haviam visto. Quando um sonho é igualmente registrado por muitas pessoas, em várias partes do mundo, quando os detalhes do sonho são idênticos e quando se descobre que o sonho está baseado em determinado cerimonial que acontece num dado momento, isso cria, seguramente, um grande campo de discussão, um motivo para evocar um interesse real e, talvez, evidencia o testemunho de um fato.
O sonho, a lenda, o fato, pode ser descrito assim:
Existe um vale situado numa altura bastante elevada nos pés dos Himalaias Tibetanos. Este vale está rodeado por altas montanhas de ambos os lados, com exceção do nordeste onde há uma estreita abertura. O vale tem a forma de uma ânfora com a boca virada para o nordeste, abrindo-se consideravelmente para o sul. No extremo nordeste e próximo do gargalo da ânfora encontra-se uma grande rocha plana. Não há árvores nem arbustos no vale que é coberto com uma espécie de pasto denso, mas as vertentes das montanhas são cobertas de árvores.
No dia da Lua Cheia de Maio começam a chegar peregrinos de todos os distritos próximos; os homens santos, mulheres e lamas chegam ao Vale e ocupam a parte ao sul e média, deixando o extremo nordeste relativamente livre. Ali (segundo a lenda) congrega-se um grupo daqueles Grandes Seres que são guardiões, na Terra, do Plano de Deus para o nosso Planeta e para a Humanidade. O nome que damos a estes Seres não tem grande importância. O crente cristão preferirá falar de Cristo e Sua Igreja e Os considerará parte dessa Grande Nuvem de testemunhas que garantem à humanidade a salvação definitiva.
Os esotéricos do mundo podem chamar-Lhes os Mestres de Sabedoria, a Hierarquia Planetária que em seus diversos graus estão regidos e guiados por Cristo, o Mestre dos Mestres, de Anjos e Seres Humanos; ou podem também chamar-Lhes os Rishis das Escrituras Hindus, ou a Sociedade de Mentes Iluminadas, segundo o ensinamento tibetano. Eles são os Grandes Intuitivos e os Grandes Companheiros segundo a apresentação moderna, o conjunto da humanidade aperfeiçoada que seguiram os passos do Cristo e penetraram, por nós, nos mistérios, dando-nos exemplo para fazermos o que Eles fizeram. Com sua Sabedoria, Amor e Conhecimento constituem uma muralha protetora para a humanidade a guiar-nos passo a passo – como Eles foram guiados por seu turno – da obscuridade à Luz, do irreal ao Real, da morte à Imortalidade. Este grupo de conhecedores, que são os principais participantes do Festival de Wesak, situa-se no confim nordeste do Vale e, em círculos concêntricos (de acordo com o estado e grau de Seu desenvolvimento Iniciático), preparam-se para um grande ato de serviço. De frente para a rocha, olhando para o Nordeste, estão Aqueles Seres Que são chamados por seus discípulos “Os Três Grandes Senhores” que são: O Cristo que se situa no centro; O Senhor das Formas Viventes, o Manu, que se situa à Sua Direita; o Senhor da Civilização, que se situa à Sua Esquerda. Os Três se colocam de frente para a rocha, sobre a qual repousa uma grande taça de cristal cheia d’água.
Um ponto interessante e que lança certa luz sobre esta cerimônia e sua realidade, é que todos aqueles que sonharam que participavam dela, estão seguros da exata posição que ocupavam na parte mais baixa do Vale. Uma pessoa que a descreveu para mim, me disse que esteve num local reservado, junto a uma árvore em que estava amarrado um cavalo; outros pareciam conhecer muito bem o lugar em que se encontravam. Poucos se davam conta que o lugar que ocupavam no grupo de observadores indicava com muita clareza o estágio de evolução do participante.
Por trás do Grupo de Mestres, Adeptos, Iniciados e Colaboradores Maiores no Plano de Deus, encontram-se os discípulos e aspirantes do mundo, em seus vários graus e grupos, “no corpo ou fora dele” (citando São Paulo), que constituem nesta época o Novo Grupo de Servidores do Mundo. Os que estavam presentes fisicamente chegaram ali por meios comuns. Outros estavam presentes em seus corpos espirituais e outros em sonhos. O “sonho” mais tarde relatado, não seria o reconhecimento físico da recordação de um acontecimento espiritual interno?
Ao se aproximar o momento da Lua Cheia produz-se uma grande quietude na multidão e todos olham para o Nordeste. Então, tem lugar certos movimentos rituais nos quais os Grupos de Mestres e Seus Discípulos de todos os graus ocupam seus lugares em posições simbólicas, formando no chão do Vale alguns símbolos significantes como a estrela de cinco pontas com Cristo na parte de cima; ou um triângulo com Cristo no vértice superior; ou uma cruz e outras formações conhecidas que têm um profundo e potente significado. Tudo isto se faz enquanto se entoam certas palavras e frases esotéricas chamadas mantrans.
A expectativa dos assistentes aumenta e cada vez mais a tensão torna-se maior. Através de todas as pessoas sente-se um estímulo ou vibração potente que tem o efeito de despertar as almas dos presentes, fundindo o grupo num todo unificado elevando-o a um grande ato de invocação, ansiedade e expectativa espiritual. É o ponto culminante da aspiração mundial enfocada neste grupo expectante. Estas três palavras: inspiração, ansiedade e expectativa são as que melhor descrevem o ambiente que rodeia os que assistem esta Cerimônia no Vale Secreto.
O canto e o movimento rítmico intensificam-se cada vez mais e todos os participantes e a multidão elevam os seus olhos para o céu, na direção da parte estreita do Vale.
Uns poucos minutos antes da hora exata da Lua Cheia pode ser visto, ao longe, um pequeno ponto no céu que cresce cada vez mais, e pouco a pouco sua silhueta torna-se mais nítida, definem-se seus contornos até que a forma do BUDA torna-se visível: sentado na posição de lótus, envolto em seu manto açafroado, banhado de Luz e Cor, com uma mão estendida abençoando. Quando Buda chega no ponto exato, no centro sobre a rocha, flutuando sobre as cabeças dos Três Grandes Senhores, um grande mantram, que é pronunciado somente uma vez por ano no Festival, é entoado por Cristo, e todos os assistentes que se encontram no Vale se prostram. Esta Invocação produz uma grande vibração ou corrente de pensamento, de tal potência, que chega, desde o grupo de aspirantes, discípulos e iniciados, até o Próprio Deus, assinalando o supremo momento de intenso esforço espiritual durante todo ano e a vitalização espiritual da humanidade, projetando seus efeitos espirituais durante e através dos meses subsequentes. O efeito desta Grande Invocação é universal ou cósmico e serve para ligar-nos com esse Centro de Força Espiritual, do qual vieram todos os seres da Criação. Dá-se a Bênção e Cristo, como representante da Humanidade a recebe para distribuí-la.
Assim, segundo a lenda, Buda volta uma vez por ano, para abençoar o mundo, transmitindo, através do Cristo, nova vida espiritual.
Logo depois... lentamente, Buda se afasta, até que novamente pode ser visto somente um ponto no céu que finalmente desaparece.
Todo o cerimonial da bênção, desde sua primeira aparição ao longe, até o momento em que Buda desaparece, dura apenas oito minutos. O sacrifício anual do Buda, pela humanidade (pois vem a custo de um grande sacrifício), terminou e Ele retorna novamente ao Alto Lugar onde trabalha e espera. Ano após ano volta a abençoar; ano após ano a mesma cerimônia se realiza; ano após ano o Buda e Seu Grande Irmão, o Cristo, trabalham na mais íntima cooperação para o benefício espiritual da humanidade. Nestes dois Grandes Filhos de Deus concentram-se dois aspectos da Vida Divina. Eles atuam juntos como guardiões do mais elevado tipo de força espiritual à qual a humanidade pode responder. Através do Buda flui a Sabedoria de Deus; através do Cristo o Amor de Deus manifesta-se na humanidade. Esta Sabedoria e este Amor são derramados sobre a humanidade a cada Lua Cheia de Maio.
Segundo antiga história, esta é a lenda que existe por trás desta Festa popular no Oriente, e é real se nos atrevermos a crer e termos a mente suficientemente aberta para reconhecer esta possibilidade. Para o Ocidente é uma ideia algo nova e requer o reajuste de algumas de nossas mais apreciadas crenças. Mas, se puder ser captada e entendida, surgirá em nossa consciência uma nova visão e a possibilidade de que a humanidade, conscientemente, seja conectada, agora, com uma nova fonte de inspiração e um novo centro de força espiritual.
Para algumas pessoas, atualmente, este Festival representa certas ideias muito claras e definidas e oferece uma grande oportunidade. As ideias que ele simboliza podem ser enumeradas da seguinte maneira:
Primeiro - Este Festival une o passado com o presente de um modo como nenhum outro Festival relacionado com qualquer das grandes religiões do mundo o faz. Representa uma verdade vivente e uma oportunidade, e em seu mútuo serviço à humanidade Buda e Cristo trazem esta união. Também une o Oriente com o Ocidente que por sua vez fundem, num todo, a tradição cristã com os credos budista, hinduísta e a aspiração de todos os crentes do mundo de hoje, sejam ortodoxos ou não. Assim desaparecem as diferenças religiosas.
Segundo - Este Festival assinala o ponto máximo de Bênção Espiritual para o mundo. É um momento de extraordinário fluxo de vida e estímulo espiritual e serve para vitalizar a aspiração de toda a humanidade.
Terceiro – Por meio do esforço unido do Cristo e do Buda, atuando em íntima cooperação no transcurso do Festival, abre-se um canal de comunicação entre a humanidade e Deus, através do qual o Amor e a Sabedoria do Próprio Deus podem fluir a um mundo ansioso e necessitado. Falando simbolicamente e recordando que os símbolos sempre velam alguma verdade, pode se dizer que no momento do plenilúnio é como se abrisse completa e repentinamente uma porta que em outro momento permanece fechada. Através dela os aspirantes e discípulos podem pôr-se em contato com energias difíceis de se alcançar de outro modo. Através desta porta pode-se chegar Àqueles que guiam a humanidade; à verdade e à realidade, o que não é possível em outra circunstância. Todos aqueles que estão de um lado ou de outro da porta podem valer-se desta oportunidade e isto ocorrerá de forma crescente. Durante o plenilúnio de Maio é como se abrisse a porta do céu – falando simbolicamente – para estabelecer contato com aquelas Vidas Maiores que são para a nossa Hierarquia Planetária o que Ela é para a Humanidade.
Uma vez reconhecido isto, será possível desenvolver a Ciência de Aproximação das mais profundas verdades e forças da vida, que estão ocultas por trás do véu. Isto será revelado pela Nova Era e é parte da verdadeira técnica que emerge do Caminho e do progresso espiritual.
Novamente, nesta hora, existe a possibilidade de grandes expansões de consciência que são impossíveis noutros momentos. Os discípulos e iniciados de todas as partes podem ser ajudados e estimulados espiritualmente na realização daquelas grandes etapas que chamamos iniciações e que permitem ao homem penetrar um pouco mais profundo e conscientemente nos mistérios do Reino de Deus, revelando com mais clareza a maravilha da sua própria divindade, a beleza do divino em cada ser humano e algo do plano que está sendo realizado pela humanidade e com o qual pode cooperar.
Voltemos ao cenário dos Himalaias:
Quando Buda desaparece, a multidão põe-se de pé; a água da taça é distribuída em pequenas porções aos Mestres, Iniciados e discípulos e logo eles retornam ao seu lugar de serviço. A multidão, que trouxe seus pequenos copos e vasilhas de água, bebe-a e a distribui com todos. Nesta maravilhosa “Cerimônia da Água” nos é apresentada, de forma simbólica, a Nova Era que já está sobre nós, a Era de Aquário, “o Carregador de Água”, como Cristo disse no episódio que precedeu o serviço de comunhão iniciado por Ele. Esta Cerimônia perpetua para nós o fato da universalidade do Amor de Deus, a necessidade de nossa purificação individual e a oportunidade de compartilhar com cada um o que pertence a todos. A água, magnetizada pela presença do Buda e do Cristo, contém certas propriedades e virtudes que ajudam e curam. Abençoada assim, a multidão se dispersa silenciosamente, os Mestres e discípulos regressam com renovada força para cumprir outro ano de serviço ao mundo.
Esta lenda ou este relato de um acontecimento espiritual autêntico e vital lentamente nos chega, em nossos dias, ao Ocidente e suscita da parte de muitos a curiosidade, admiração e perguntas. Alguns aspirantes Ocidentais pensam que chegou o momento, tanto para o Ocidente como para o Oriente, de se unirem espiritualmente num Grande Festival e comunhão de almas. Em união com cada um e sob a direção do Buda que vem para trazer Luz ao Oriente, e do Cristo que vem para trazer a Luz ao Ocidente, podemos, então, pedir e evocar uma bênção e uma revelação espirituais, com as quais deveremos gozar da “paz na Terra e boa vontade aos homens” que tanto necessitamos atualmente. Poderemos assim entrar na era da fraternidade e da compreensão que permitirá a cada um livrar-se do medo e ter mais tempo para encontrar Deus.
A Cerimônia de Wesak é, do ponto de vista espiritual, o mais importante acontecimento no nosso planeta, sendo o mais eficaz testemunho do acontecimento que causa o maior efeito sobre a humanidade. A sua influência é sempre sentida, embora a maioria das pessoas o ignore. É importante que agora seja admitido, aceito e conscientemente utilizado por todos. Cada um dos grupos de servidores, em todo o mundo, colaboram com pleno conhecimento de causa com a Hierarquia Planetária, atuando assim, segundo certas leis, através de palavras de poder e certas Grandes Invocações. Desta maneira os resultados requeridos serão obtidos. A unificação do ritmo de alguns destes grupos e de suas invocações permite a relação do núcleo de aspirantes com a consciência de certas Grandes Vidas e Inteligências. Isto se dará quando houverem aprendido a alinhar suas personalidades em união com suas almas. Estes grupos de aspirantes podem entrar em contato com o mundo subjetivo destas Inteligências por intermédio de dois pontos focais: Buda, representante do campo das realidades espirituais subjetivas que nos rodeiam, e Cristo, representante do mundo das aspirações humanas. Este fato está simbolizado para nós no rito da Igreja, em que o sacerdote é o ponto focal. Há que remarcar uma diferença importante. O sacerdócio, no transcurso das grandes “cerimônias de contato” no futuro, não será exclusivo de uns poucos. Todos, inclusive os profanos, poderão oficiar os ritos. A única qualificação requerida será a capacidade de estar alinhado e em harmonia com a sua própria alma, e assim capaz de cooperar com todas as outras almas.
Finalmente, pode ser dito que em certo período do ano, a Loja dos Mestres se reúne em assembleia de todos os membros. Este termo “Loja” não é mais que uma forma de designar este corpo de discípulos e colaboradores que o Cristão chama “Cristo e sua Igreja”. Neste período, que coincide com a Lua Cheia de Touro e a Festa de Wesak, os Mestres reúnem-se por três razões essenciais. Desejam entrar em contato com a força espiritual transmitida ao nosso planeta pela mediação do Buda e do Cristo; adaptar, às necessidades imediatas, o trabalho que fica por fazer para a humanidade; admitir à iniciação aqueles que estão preparados e estimular Seus discípulos em vista de um serviço e de uma atividade mais eficazes.
Terceira Parte
Uma das coisas que está sendo realizada atualmente é a preparação de um instrumento de serviço para instaurar a Nova Era. Está integrando-se, paulatinamente, o grupo de místicos e conhecedores em todo o mundo. Seus membros provêm de todas as organizações (políticas, científicas, econômicas e religiosas) e pertencem a todas as igrejas, nações e raças. Está se reunindo um só grupo, mas seus membros pertencem a muitos grupos. Este grupo é o que, definitivamente, pode pôr-se em relação com a força e estímulo espiritual transmitido durante o Festival de Wesak. Pode atuar como transmissor das forças da Luz, do Espírito de Paz, Sabedoria e Amor para o resto da humanidade. Tem a oportunidade de ser o canal pelo qual pode atuar a Hierarquia de Conhecedores e Inteligências. Através dele as Grandes Vidas Espirituais podem transmitir o Seu pensamento iluminado e podem trabalhar para o progresso da humanidade. Também o rápido advento da Nova Era poderá ser acelerado de acordo com a resposta dos discípulos, conhecedores e místicos em todo o mundo.
Do “Lugar Secreto do Altíssimo” Grandes Palavras de reconstrução estão sendo emitidas, palavras que não devem cair em ouvidos surdos, mas impulsionar a atividade daqueles que podem responder. Uma destas Grandes Palavras é difundida em cada Plenilúnio de Wesak.
A grande necessidade do momento atual é o desenvolvimento da intuição e do discernimento por parte dos discípulos do mundo. Seja qual for o custo para o eu inferior, terão de aprender a sentir a elevada visão, a responder ao dia da oportunidade e a conseguir uma relação superior consciente. Devemos recordar que a natureza inferior, que é parte da sua íntima e fechada natureza, lhes será anormalmente atrativa e somente poderá ser transcendida a um grande custo. Portanto, antes de poder estar à altura das necessidades e cumprir a sua função de inaugurar a Nova Era, a intuição deve estar desenvolvida no grupo, bem como o sentido dos valores estar adequadamente ajustado. O fluxo de força espiritual durante o Festival de Wesak tem por objetivo estimular, como um todo, a intuição dos discípulos, dos aspirantes e das pessoas de boa vontade.
As dificuldades atuais se devem, em grande parte, à ausência desta capacidade intuitiva. Os místicos do mundo preocupam-se, principalmente, com o seu próprio desenvolvimento espiritual, em obter visões e estudar os efeitos em si mesmos. O problema não está na falta de idealismo ou inteligente sinceridade, está na falha ao não sacrificar a personalidade a todo momento e a qualquer custo e assim poder transformar a realização intuitiva num fato de manifestação física. Se são toleradas certas liberdades, que no trabalho espiritual realçam a personalidade, relegando o homem espiritual a segundo plano, isto não é permitido. Os Guias da humanidade buscam, atualmente, aqueles que têm uma visão clara, uma adesão incondicional à verdade, tal como a entendem, mais a capacidade de adiantar, persistentemente, para a materialização do ideal.
Na Nova Era os trabalhadores virão de todos os grupos e sua escolha dependerá em grande parte, da medida de impessoalidade com que trabalham e da força do contato interno com sua alma.
Surge agora uma pergunta. Como cada um de nós, aspirantes ou já consagrados ao serviço, pode servir e melhor ajudar? No atual período de transição, prévio à Nova Era, o momento do Festival de Wesak, cada ano, adquire um significado mais profundo para todos os que se interessam pelo Serviço Mundial, ou cooperam com a Hierarquia de Mestres, com o Cristo e Seus discípulos. Este é um momento de excepcional oportunidade e até a própria Hierarquia se prepara. Cristo e o Buda trabalham juntos com o mesmo objetivo para conseguir com que a humanidade seja receptiva ao influxo de força espiritual, que possa ser de utilidade na presente angústia, depressão e insegurança e estabelecer assim uma era de paz na qual os homens e mulheres terão tempo e oportunidade de intensificar seu contato com as realidades espirituais.
A Terra, nosso planeta, é, atualmente, o ponto focal de máxima atenção dos Administradores do Plano Divino que trabalham em união com certos tipos de força e Entidades Espirituais, distintas das reconhecidas no mundo. O Buda tem nestes momentos uma função de Mediador Interplanetário e, em tal posição, tratará de proporcionar as condições para que novas energias de Luz e de Paz possam mudar as condições da Terra. Se este esforço é coroado pelo êxito, causará um crescente influxo de energia espiritual, de um tipo mais potente e de uma qualidade diferente da de todas as que fluíram até agora na e através da nossa vida planetária. Os discípulos e aspirantes que puderem treinar-se para assumir a crescente responsabilidade espiritual, preservando por sua vez a quietude interna e uma atitude de enfocada atenção, poderão submergir neste fluxo de Força Espiritual e assim poderem servir à humanidade como transmissores e intérpretes e ajudar a aumentar a capacidade humana de resposta e de compreensão.
A Hierarquia dos Mestres lançou um chamado a todos os discípulos e ao Novo Grupo de Servidores do Mundo para que, em todos os Plenilúnios de Maio, se preparem para um intenso e consagrado mês de serviço. Este chamado à cooperação, nos Festivais de Wesak, é um intenso esforço para aumentar a receptividade da humanidade às novas forças que poderão ser liberadas para desempenhar o seu benéfico e sintetizador trabalho.
Se o Buda, o Cristo e a Hierarquia unidos, ajudados pelos discípulos e aspirantes, têm êxito no que pode ser considerado como uma forma de unificação planetária, abrindo assim o necessário canal transmissor de Vida e de Luz, muito dependerá de nós, os que sabem como atuar para poder manter aberto este canal entre os pensadores e trabalhadores do mundo e o grupo espiritual interno dos Conhecedores e Servidores.
O período do Festival de Wesak estendeu-se, ultimamente, a cinco dias de trabalho e serviço, ou seja, os dois dias anteriores, o próprio dia do Festival e os dois dias seguintes. A hora exata do Festival de Wesak é, em si mesma de grande importância. Os dias de preparação são conhecidos sob o nome de “Dias de Renúncia e Desapego”. O dia do Festival é chamado “Dia de Salvaguarda” e os dois dias seguintes são os “Dias de Distribuição”. Isto exige cinco dias de intenso esforço no serviço que nos conduz a renunciar a tudo que puder dificultar nossa eficácia como servidores e canais para a Energia Espiritual. Isto significa que, depois da devida preparação, dedicação e esforço ascendente, durante os dois primeiros dias, no dia do Festival nós nos consideramos simplesmente como recipientes para conter a máxima quantidade de energia espiritual que possamos conter. Como Canais, devemos estar preparados para esquecermos de nós mesmos no serviço de alcançar, absorver e conservar energia para toda a humanidade. Temos de aprender a considerar o dia do Festival como um dia de silêncio – silêncio subjetivo e de paz interna – que pode ser mantido ininterrupto, enquanto, ao mesmo tempo, servimos aos demais em palavra e ação. Durante esse dia somente dois pensamentos devem ocupar nossa constante atenção. Estes são: as necessidades de nossos semelhantes e a necessidade de prover um canal grupal pelo qual as forças espirituais podem estar disponíveis. Devemos tratar de permanecer constantemente na Luz da Alma e devemos trabalhar como Almas, cujo interesse está sempre com o grupo e não com o indivíduo e cuja consciência é a do todo e não da parte.
Durante os dois dias subsequentes o foco de nossa atenção deverá ser dirigido para o mundo externo e nosso esforço orientado para a distribuição da energia espiritual que pudemos captar.
Quando Cristo estava na Terra Ele ensinou a Seus discípulos que o esforço espiritual de natureza curativa pode ser realizado unicamente por meio da oração (desejo santificado, pensamento iluminado e aspiração intensa) e o jejum. Este esforço no Festival de Wesak é grupal e é dirigido a uma vasta cura grupal. Por meio da oração, do jejum e a autodisciplina, poderemos levar a obra a uma feliz realização. Requer-se um esforço grupal, e cada um de nós e aquele que percebe esta visão, pode ajudar. Ninguém é demasiado insignificante ou demasiado importante para este serviço, porque é o conjunto de todas as veementes aspirações que finalmente trará a bênção. Todos podemos fazer algo para solucionar a presente situação e apressar o advento de um período de paz e de boa vontade.
Entretanto, não trabalhamos para uma meta longínqua, mas temos dois objetivos principais:
Primeiro:
Romper um ritmo antigo e estabelecer outro novo e melhor. Para isto o tempo é um fator importante e isto deve ser sempre lembrado. O mal e as calamidades estão a ponto de serem precipitadas, mas o mal que se avizinha pode ser dissipado e o perigo de desastre desviado. O Festival de Wesak oferece uma grande oportunidade de invocar e evocar aqueles poderes que podem impedir o mal e trazer o bem.
Segundo:
Mesclar e fundir as aspirações unidas de todos, em cada plenilúnio e especialmente no de Wesak, de modo que o canal esteja limpo e se estabeleça o contato entre o Novo Grupo de Servidores do Mundo – composto por todos os verdadeiros discípulos, aspirantes, homens e mulheres de boa vontade, qualquer que seja o seu credo ou nacionalidade – com a expectante Hierarquia dos Discípulos de Cristo. Uma vez estabelecido permanentemente este canal e havendo um grande número de homens e mulheres que se deem conta e percebam sua função e possibilidades, será mais fácil para a verdade espiritual impressionar a consciência pública e se verá simplificada a orientação da opinião pública por Cristo e pela Hierarquia de Mestres. Todos os aspirantes Mundiais estão realizando na atualidade o estabelecimento desse canal. Não seria possível que a verdadeira função de todas as cerimônias religiosas seja pôr em contato o mundo das realidades subjetivas com o mundo da vida diária? Não poderá a vindoura nova religião mundial ser construída ao redor desta ideia e que o trabalho da Igreja Universal da Nova Era esteja concentrado nos períodos mensais do Plenilúnio e converter-se numa Ciência de Aproximação ou Técnica de Contato Espiritual? Isto influenciará os novos rituais da Igreja e indicará a verdade que surge referente ao Caminho de Retorno para Deus. Muitos de nós cremos que ocorrerá assim. Este será o novo Caminho de União. Não será a união mística das escrituras ou da tradição mística, porque esta diz respeito à relação do indivíduo com Deus e sua própria alma, nem a união de um grupo de discípulos em relação com seu Mestre. Estas constituem implicações preliminares e são de aplicação individual. A união a que nos referimos é muito mais transcendente: a união grupal e o estabelecimento de uma relação grupal entre o mundo da Existência Espiritual e o mundo da vida externa. É uma maneira nova de unir o objetivo e o subjetivo.
Resumimos o que se deve fazer no momento de cada Festival de Wesak e, em menor grau, durante cada plenilúnio mensal. Tratamos de levar adiante um esforço grupal que é de tanta importância que, no momento oportuno, surgirá devido ao seu próprio impulso, um potente impulso magnético. Este chegará até aquelas Vidas que velam sobre a humanidade e nossa civilização e que atuam através dos Mestres de Sabedoria, de Cristo e de Sua Igreja. Em resposta, nos chegará outro impulso magnético que unirá as imanentes Forças benéficas (que encarnam o Amor de Deus) com o mundo necessitado. Através do esforço concentrado do Novo Grupo de Servidores do Mundo, a Luz, a Inspiração e a “cura espiritual” se difundirão com um poder tal que ocorrerão mudanças definidas na consciência humana e as condições mundiais serão nitidamente melhoradas. Os olhos da humanidade abrir-se-ão às realidades básicas até agora pressentidas confusamente pelo público em geral.
A humanidade aplicará então as correções necessárias, fazendo-o por força da sua sabedoria e poder. Na realidade, durante todo esse tempo estarão por trás disto os aspirantes e discípulos unidos, que trabalham silenciosamente em uníssono com a Hierarquia, mantendo, assim, o canal aberto pelo qual pode fluir a necessária sabedoria, força e amor. Nesta grande tarefa há de ser considerados os seguintes grupos e relações:
1 – As forças da Luz e os Espíritos de Paz.
2 – A Hierarquia Planetária, ou Cristo e Sua Igreja.
3 – Buda, encarnando a Sabedoria de Deus.
4 – Cristo, encarnando o Amor de Deus.
5 – O Novo Grupo de Servidores do Mundo, discípulos e aspirantes.
6 – Toda a Humanidade necessitada, buscando Luz e Ajuda.
Notar-se-á que o Buda enfoca em Si as forças descendentes, enquanto que o Cristo enfoca em Si Mesmo a súplica e aspiração espiritual de todo o Planeta. Isto constitui um alinhamento planetário de grande potência. Se a obra se realiza adequadamente em cada ano durante o Festival de Wesak, produzir-se-ão os ajustes necessários no mundo. O êxito ou o fracasso deste estímulo esperado estão amplamente em nossas mãos. Se resulta em êxito será possível inaugurar uma relação entre a Hierarquia, que marcará o começo de um novo tipo de trabalho mediador, realizado por um grupo salvador de Servidores em treinamento para formar aquele grupo que finalmente salvará o Mundo.
3 – A União dos Plenilúnios de Touro e de Gêmeos
“Quero fazer uma indicação e a faço com suprema alegria: este ano, 1946, marca o começo de um ciclo em que a humanidade se relacionará mais intimamente com os Festivais, pois desempenharão uma função muito mais importante do que até agora. O Festival de Wesak é celebrado faz tempo em muitos países e na medida em que transcorrem os anos e a cultura das massas progride, as reuniões que se celebram na Lua Cheia de Maio (a Lua Cheia de Maio corresponde à “Lua Cheia de Touro” e a Lua Cheia de Junho corresponde à “Lua Cheia de Gêmeos”) terão grande importância, mas a sua nota-chave mudará. A intenção do Buda e do Cristo é que em cada país haja alguém que atue como Representante Deles durante os dois Festivais, para que a distribuição da energia espiritual, do primeiro grande Aspecto ou Raio, vá diretamente do Buda – depois de Shamballa – ao Cristo, e àqueles discípulos em todos os países que podem refletir e atuar como canais para a corrente direta de energia. O mesmo procedimento será seguido durante a Lua Cheia de Junho, com exceção de que Shamballa não estará envolvida e com a diferença que no Festival de Maio será um discípulo do Primeiro Raio o representante, enquanto que no Festival de Junho será um discípulo do Segundo Raio o que representará o Cristo em cada país. Com isto quer-se significar o Raio da Alma e o Raio da Personalidade do discípulo." (Mensagem de Wesak, 1946)
O FESTIVAL DE WESAK
Lua Cheia do Buda (Touro)
O Dia do Festival é conhecido como “dia de salvaguarda”, enquanto os dois dias seguintes são os “dias de distribuição”. Estes termos têm, para a Hierarquia de Mestres, um significado um tanto diferente do que têm para nós, e é inútil (e também proibido) elucidar o seu significado mais profundo. Contudo, significam cinco dias de esforço de serviço intensíssimo, conduzindo à renúncia de tudo o que poderia diminuir a utilidade como canais de força espiritual. Significa que depois da devida preparação, dedicação e esforço de elevação nos dois primeiros dias, no dia do Festival, consideramo-nos simplesmente como recipientes ou guardiões da maior quantidade que pudermos guardar deste influxo de força espiritual. Como canais, devemos estar preparados para nos esquecermos de nós próprios neste serviço de contatar, conter e guardar esta força para o resto da humanidade. Devemos considerar o Festival como um dia de silêncio (refiro-me a uma paz interna e uma solenidade silenciosa que podem ser preservados intactos ainda que o homem externamente possa estar usando a palavra em seu serviço); um dia de serviço vivido inteiramente nos níveis esotéricos e em completo esquecimento de si mesmo, em favor da humanidade e das suas necessidades. Durante este período, dois pensamentos apenas reterão a nossa constante atenção: a necessidade dos nossos semelhantes e a necessidade de prover um canal grupal pelo qual as forças espirituais possam ser derramadas através do corpo da humanidade sob a sábia direção dos membros escolhidos da Hierarquia.
Recordem que independentemente daquilo que somos, ou de onde estamos, ou da natureza do nosso meio, ou do isolamento que possamos sentir daqueles com quem podemos compartilhar a nossa visão espiritual, cada um de nós pode, nesse dia e nos períodos imediatamente anterior e posterior, trabalhar, pensar e agir em formação grupal e atuar como um distribuidor silencioso de força.
Durante os dias que precedem a Lua Cheia, manteremos uma atitude de dedicação e serviço e procuraremos adotar uma atitude receptiva para o que a nossa alma possa comunicar-nos e nos torne úteis à Hierarquia. A Hierarquia trabalha por intermédio de grupos de almas, e a potência deste trabalho grupal será posta à prova. Por sua vez, esses grupos contatam e nutrem as personalidades dedicadas e atentas que estão à espera. No dia da Lua Cheia, tentaremos manter-nos firmemente na Luz. Não faremos conjecturas sobre o que possa suceder nem estaremos à procura de resultados ou efeitos tangíveis.
Nos dois dias seguintes, o foco da nossa atenção será firmemente afastado de nós mesmos e também dos planos subjetivos internos, e levado para o mundo externo; os nossos esforços consistirão em transmitir ou passar adiante o tanto de energia espiritual que pudemos antes contatar. O nosso trabalho neste especial e particular campo de cooperação terá, então, terminado.
Este esforço da Hierarquia é um esforço de cinco dias, precedido de preparação muito intensa. O trabalho preparatório para esta oportunidade é iniciado pela Hierarquia exatamente no momento em que “o sol começa a se deslocar para o Norte”. Mas Eles não se fadigam como os seres humanos, e não é possível para o aspirante humano sustentar um período de preparação tão longo, por maior que seja a sua devoção.
Quando o Grande Senhor estava na Terra, Ele disse aos Seus discípulos que o êxito do esforço espiritual de natureza curativa só se alcançava por meio da prece e do jejum. Querem refletir sobre estas palavras? Trata-se de um esforço grupal para uma vasta cura grupal e pela prece (desejo santificado, pensamento iluminado e intenso sentimento de aspiração) e pela disciplina do corpo físico durante um breve período e para um objetivo determinado, o trabalho pode ser feito.
O que é que deveria ser realizado em cada Lua Cheia de Maio? Irei enunciar os objetivos, na sua ordem e segundo a sua importância, com tanta clareza e concisão quanto permita este tema abstruso:
1 – A liberação de certas energias que podem afetar poderosamente a humanidade e que, se liberadas, estimularão o espírito de amor, de fraternidade e de boa vontade no mundo. Essas energias são tão definidas e reais como as que ocupa a própria ciência que as chama de “raios cósmicos”. Falo de energias verdadeiras e não de desejadas abstrações emocionais.
2 – A fusão de todos os homens de boa vontade do mundo num todo integrado e com capacidade de resposta.
3 – A invocação e resposta de certos Grandes Seres, Cujo trabalho pode ser, e será possível, se o primeiro destes objetivos for atingido, graças à realização do segundo objetivo. Meditem nesta síntese dos três objetivos. Por que nome estas Forças Vivas são chamadas é inteiramente indiferente. Podem ser consideradas como os vice-regentes de Deus, Que podem e cooperarão com o Espírito de Vida e de Amor sobre o nosso planeta, Aquele no Qual vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Certos pensadores podem considerá-los como os Arcanjos do Altíssimo, Cujo trabalho tem sido possível pela atividade do Cristo e do Seu corpo de discípulos, a Igreja verdadeira e viva. Outros os considerarão como os guias da Hierarquia planetária, Que se encontram por detrás da nossa evolução planetária e Que raramente tomam uma parte ativa exterior nas atividades do mundo, deixando isso para os Mestres de Sabedoria, salvo nos casos excepcionais como o atual. Qualquer que seja o nome pelo qual Os chamemos, Eles estão prontos para ajudar, se o apelo for feito com força e poder suficientes por parte dos aspirantes e discípulos no momento da Lua Cheia de Maio e da Lua Cheia de Junho.
4 – A evocação de uma atividade enérgica e concentrada do lado interno realizada pela Hierarquia dos Mestres, essas Mentes Iluminadas às Quais foi confiado o trabalho de direção do mundo. Deseja-se uma resposta e pode ser obtida entre os seguintes três grupos:
a) – A expectante e (neste momento) ansiosa Hierarquia. Ansiosa porque nem mesmo Eles podem dizer como reagirá a humanidade, e se os homens serão suficientemente sensatos para aproveitar a oportunidade oferecida. Os Mestres aguardam, organizados sob a direção do Cristo, o Mestre dos Mestres e o instrutor de anjos e homens. Ele foi instituído como o intermediário direto entre a Terra e o Buda, Aquele que, por sua vez, é o intermediário consagrado entre a Hierarquia expectante e as Forças atentas.
b) – O Novo Grupo de Servidores do Mundo, cujo objetivo é a paz do mundo, composto nesta época por todos os servidores sensíveis e consagrados da raça que tem o propósito de estabelecer a boa vontade na Terra, como a base para a futura vida e expansão mundiais. Originalmente, este grupo era formado por um punhado de discípulos aceitos e aspirantes consagrados. As suas fileiras foram abertas a todos os homens de boa vontade que trabalham ativamente por uma verdadeira compreensão, que estão prontos a sacrificarem-se para ajudar a humanidade, que não veem nenhuma linha de separação, mas têm, isso sim, o mesmo sentimento para com os homens de todas as raças, nacionalidades e credos.
c) – As massas de homens e mulheres que responderam às ideias que foram lançadas, e que reagiram favoravelmente aos objetivos de compreensão internacional, interdependência econômica e unidade religiosa.
À medida que estes três grupos de pensadores e servidores se tenham contatado, quando os três grupos possam estar alinhados, ainda que momentaneamente, muito pode ser realizado; as portas da nova vida podem ser abertas para dar passagem ao influxo das novas forças espirituais. Tal é o objetivo e ideia do Grupo.
Posso fazer agora uma pergunta? Que importância tem para vocês, pessoalmente, esta Lua Cheia de Maio? Parece-lhes ter suficiente importância para realmente justificar tão grandes esforços de vocês? Creem sinceramente que nesse dia pode haver realmente uma liberação de energia espiritual suficientemente potente para mudar os assuntos mundiais, desde que os filhos dos homens desempenhem a sua parte? Acreditam realmente, e estão prontos na prática, a apoiar a crença de que nesse dia o Buda, em cooperação com o Cristo e com a Hierarquia de Mestres Iluminados, mais a ajuda oferecida de alguns Tronos, Principados e Poderes da Luz, que são a correspondência superiores dos poderes das trevas, estão prontos a executar os planos de Deus, quando for dado o direito e a permissão dos homens? A principal tarefa de vocês na atualidade, não é lutar contra os poderes do mal e as forças das trevas, mas despertar o interesse e mobilizar as forças da luz e os recursos dos homens de boa vontade e de inclinação correta no mundo atual. Não resistir ao mal, mas organizar e mobilizar o bem e assim fortalecer as mãos dos trabalhadores que estão no lado do direito e do amor, para que o mal tenha menos oportunidade.
Se vocês tiverem fé como um grão de mostarda no que lhes disse, se tiverem uma crença firme no trabalho do espírito de Deus e na divindade do homem, então esqueçam-se de si próprios e consagrem cada um dos seus esforços, a partir do momento em que receberem esta comunicação, para a tarefa de cooperar no esforço organizado, a fim de mudar o curso dos assuntos mundiais por meio de um acréscimo no espírito de amor e de boa vontade no mundo durante o mês de Maio.
(Um Tratado sobre os Sete Raios II, pág. 687-692)
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