Áprica: "deixar fluir"

       

ORDEM DIVINA E LIVRE ARBÍTRIO NA UNICIDADE
Áprica

               
                        Em planos mais elevados de consciência, escolher e entregar não são opostos. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais o nosso livre-arbítrio converge para a Vontade Divina.


Hoje gostaria de falar sobre o termo "deixar fluir" que vocês tanto usam, mas será que sabem realmente o significado e as implicações disso? Há uma ordem superior na vida de vocês, como sabem. Há uma ordem divina para tudo. Tudo nessa vida, em todos os planos de existência, segue um fluxo, segue uma direção inteligente. Deixar fluir significa, então, permitir que esse fluxo governe os acontecimentos, arranje os fatos; significa entregar à Guiança Divina a vida de vocês. Há o livre arbítrio, e é nessa aparente dualidade ou dicotomia - livre arbítrio x deixar fluir - que se encontra a grande fonte de confusão e dúvida para vocês.

Com já disse, anteriormente, no mundo da ressurreição os opostos não existem e, ao mesmo tempo, coexistem. Deixar fluir e dirigir são aparentemente opostos, mas coexistem num nível mais elevado de consciência que vocês estão entrando nessa etapa de suas vidas.

O livre arbítrio sempre existiu e sempre existirá, não importa quanto sintonizados estejam vocês com o mundo de Deus, é um direito divino doado pelo Criador. Vocês também são criadores, meus filhos, feitos à imagem e semelhança do Pai, e isso não significa uma aparência física, mas a substância de que são feitos, da energia de que são feitos. Vocês são capazes de criar, dotados dessa magnífica qualidade e potencialidade. Poderão criar sempre, e cada vez mais, coisas cada vez mais grandiosas. O livre arbítrio entra aí, na decisão do que criar, do que manifestar na vida de vocês. Isso não conflita com a direção inteligente do Universo porque, em essência, há uma só Vontade, uma só Mente e tudo converge para Ela.

Quando puderem alcançar esse nível de consciência, seu livre arbítrio, perceberão, será o livre arbítrio do Pai. Suas decisões serão as decisões Dele, porque estarão em unicidade com Ele. Tudo será uma coisa só, sem divisões, sem separatismos. O livre arbítrio de vocês já pode, desde já, ser direcionado para isso, para a unicidade com Deus.

Agora, creiam, vocês não precisam se preocupar com tudo. Se escolhem A ou B, deixem que a direção do Universo se encarregue do restante, de mobilizar os outros seres na mesma direção. Estes seres estarão usando seu livre arbítrio - vocês me perguntarão - ao interagir com as minhas escolhas? Sim, claro, desde que estão em Unicidade com o Pai e consigo mesmos.

Vocês estão muito acostumados, por tanto tempo e experiências acumulados na Terra, que precisam convencer as pessoas a agir conforme os seus interesses. Vocês acreditam ser necessário, na melhor das hipóteses, grandes esforços de negociação, reuniões, conchavos. Mas em planos mais elevados de existência, isso se faz desnecessário porque o propósito é um só. Todas as consciências agem em consonância com uma única vontade que lhes fala dentro de si mesmas, que agem por meio de si mesmas. Então não são necessários acordos, as negociações, os debates acalorados. Ninguém vence ou é vencido, todos se unem em torno de algo com a mesma disposição.

 Claro que, entre essas miríades de consciências, cada um assume um papel, cada um coloca a sua qualidade, cada um manifesta a sua parte no grande projeto. Mas tudo é uno, tudo está em consonância com a Vontade de Deus. Seu livre arbítrio é a Vontade Divina, filhos. E não há glória maior, não há coisa mais bela e maravilhosa do que compartilhar a Vontade de Deus.

Algumas pessoa,s no caminho espiritual, às vezes se deparam com a dúvida: será que eu vou abrir mão da minha individualidade, vou perder a minha capacidade de escolha, vou deixar de existir enquanto consciência individual? Sua individualidade existe e é preservada no estado de Unicidade. Enxerguem-se com uma face de Deus.

 Enxerguem-se como um aspecto da manifestação Dele. Vejam-se como filhos únicos em suas características e motivações. Pensem em vocês mesmos como integrantes de uma grande família. Não existem os irmãos tão parecidos, gêmeos quase idênticos às vezes, mas um é mais ligado em arte, um em engenharia, outro resolveu ser músico e assim por diante? Na grande família cósmica é o mesmo. Cada filho de Deus experimenta e vivencia uma faceta da Grande Consciência Única, Indivisível.

O livre arbítrio de vocês é o próprio livre arbítrio de Deus, nada menos do que isso. A capacidade de criação de vocês é a própria capacidade criativa de Deus, nada menos do que isso. Todo potencial de vocês é o grande potencial de Deus, nada menos do que isso.

O conceito de individualidade que têm agora está muito baseado numa realidade de separação. Vocês não abrem mão de nada em experimentar a unicidade. Vocês só ganham ilimitadamente. O seu livre arbítrio pode dirigi-los nessa direção, se quiserem.

Ou pode, também, mantê-los na situação em que estão, separados dos outros, à parte dessa grande consciência que é Deus. E para exercer o seu livre arbítrio na condição de separação, vocês verão o custo que isso acarreta - a necessidade de negociar, de barganhar com os outros. Cada um tem a sua vontade nem sempre alinhada com a Vontade Única, aliás, raramente alinhada com ela. Cada um quer levar as coisas para um lado, para o seu próprio lado, e assim não é à toa que as negociações e a atividade diplomática no seu planeta, inclusive, sejam tão desgastantes.

Veja como é difícil chegar a acordos. Nessa questão palestina, por exemplo, há quanto tempo vocês vêem aqueles mesmos personagens ou outros que os sucedem envolvidos em negociações? Cessar-fogo, dá daqui e toma de lá. Isso parece não ter fim. Porque nessa negociação baseada no ego e em interesses separados da Grande Vontade, cada um tem que puxar a brasa para a sua sardinha, como vocês dizem. Não há acordo possível quando as pessoas sentem-se em lados opostos em uma questão. Os acordos na sua humanidade são tão falíveis por esse simples motivo.

Se estiverm em unicidade com a Consciência Maior, nem seriam necessários acordos, porque os seres agem motivados por uma vontade comum, uma vontade que transcende as pequenas individualidades. Vejam, meus filhos, o que têm a ganhar nesse estado de unidade com o Criador: paz, alegria, satisfação, liberdade. Liberdade sim, o livre arbítrio é vosso sempre, vocês poderiam até se rebelar contra a Vontade Única como já aconteceu - temos a história dos anjos caídos que vocês conhecem. Mas qual a vantagem disso? A vida em unicidade é tão recompensadora, tão harmoniosa, tão paradisíaca, tão parecida ou ainda melhor do que vocês sonham para si que não será sua vontade, provavelmente, sair desse estados maravilhoso e ser. Pensem nisso.

Não é preciso anular-se e perder a referência de tantos aprendizados e experiências que tiveram no passado, o patrimônio de experiências de vocês não se perde, e vocês ainda ganham a possibilidade de experimentar também as dos outros. Todas as experiências divinas passam a ser suas também, e estão acessíveis por meio do grande registro akhásico, a memória cósmica, os livros cósmicos onde tudo está escrito. Imaginem estudar esses livros. Imaginem procurar e investigar coisas neles. Há conhecimentos fantásticos, realmente inimagináveis à disposição de vocês, filhos. Quando tirarem o tapa-olho do burrinho, vocês não acreditarão talvez no que vêem. A grandeza do universo, a magnificência de tudo é tão grandiosa, tão transcendente, que eu acho realmente difícil desejar voltar ao estado de separação. Pensem nisso.

Meditem nessas palavras. Comecem a acreditar nessas realidades para vocês, estão muito mais próximas da sua experiência do que podem imaginar.

Fiquem com Deus,

Áprica