... E é por isso que não podemos mais nos relacionar com a maioria das pessoas em nossa vida. A menos que elas também tenham enfrentado isso, estamos em um plano diferente de existência daquele que elas estão
Maria Chambers
Para aqueles dentre nós que elegemos nos transformar nesta única existência, de humano para humano divino, pode ser arriscado. Não podemos mais nos relacionar com o mundo 3D. Esse jogo acabou para nós. Há cada vez menos pessoas em nossa vida com quem podemos ter um relacionamento. Todavia, ainda não estabelecemos completamente o relacionamento que desejamos com o nosso eu eterno, a nossa própria alma.
Pelo projeto, temos o apoio de outras pessoas de alma semelhante, pelo menos virtualmente, por enquanto. E esses números estão aumentando, mas não na medida que gostaríamos que o restante da humanidade o fizesse.
Mas, vimos aqui como líderes, sinalizadores do caminho e professores da nova consciência. Isso é por definição uma tarefa um tanto solitária. E, com isso, quero dizer que não vamos lá fora e nos conectamos com milhões de outras pessoas, vivendo uns com os outros em elevada solidariedade.
Mas, então, realmente nunca nos sentimos como parte deste mundo, único em que não existe um real reconhecimento do eu da alma. Passamos pelos movimentos, assumimos uma vida comum, tendo questões comuns, para nos familiarizar com o que o resto da humanidade está passando.
E, ao longo do caminho, alguns de nós se perderam nesse mundo e se esqueceram do motivo pelo qual vieram nesta existência. Alguns continuam a jogar na dualidade, e outros deixaram o planeta.
Assim, há um grupo nuclear que permaneceu, que é suficientemente determinado, teimoso e louco para aguentar e ver o que acontece.
Somos únicos, porque passamos pelo pior dos piores. Desmoronamos. Perdemos coisas, pessoas, zonas de conforto. Encaramos temores cada vez mais profundos. Oh, não se enganem, continuamos a fazê-lo até certo ponto, mas atravessamos o baixo-ventre do dragão da ascensão.
E é por isso que não podemos mais nos relacionar com a maioria das pessoas em nossa vida. A menos que elas também tenham enfrentado isso, estamos em um plano diferente de existência daquele que elas estão. Podemos sentir o abismo ficando cada vez maior. É quase como se tivéssemos morrido e voltássemos sob a forma de espírito, e agitássemos nossas mãos em frente dessas pessoas, mas elas não pudessem nos ver. Elas estão pensando em nós como nosso eu anterior, antes de morrermos. Mas elas simplesmente não podem ver ou se relacionar com a nossa nova versão.
E isso é apropriado. Por que deveriam? Estão seguindo o seu caminho e estão, simplesmente, onde precisam estar. Estivemos lá também. Não podíamos ver as coisas bem em frente de nossos narizes, porque não estávamos prontos.
VEJAM AS PIRÂMIDES
O processo do despertar é como uma pirâmide. Em sua base, as etapas iniciais do despertar, existem milhões de pessoas. Elas estão em uma fase de lua de mel, em que são atraídas a vários livros, modalidades e ensinamentos. Estão empolgadas pelo fato de que há algo mais do que esta existência, e não podem esperar para disseminar a palavra.
Vocês descobrem muitos outros com quem podem falar, filosofar acerca da iluminação, ascensão e de se estar no caminho espiritual. Vocês sentem como tudo é possível.
À medida que sobem a pirâmide, vocês se aprofundam mais em seu processo, e as coisas em sua vida começam a se desmoronar, e vocês ficam confusos. Vocês pensavam que ser espiritual os levaria direto da realidade tridimensional para uma saúde melhor, mais abundância, mais amor, e que a vida ficaria cada vez melhor. De fato, isso é o que os ensinamentos pareciam defender.
Vocês sabem: pensem positivamente e as coisas boas virão em sua direção.
Mas, à medida que vocês sobem a pirâmide, as coisas parecem ficar cada vez piores. Talvez a sua saúde enfraqueça, vocês perdem o emprego, perdem dinheiro, relacionamentos se afastam. Vocês descobrem, enquanto constatam várias fontes de informação, que isso é parte natural deste processo de transformação. Que precisamos deixar de lado tudo o que não for compatível com a nossa consciência recém-formada.
Algumas pessoas deixam o planeta nesse ponto. Elas não estão dispostas a passar por uma transformação tão extrema, tendo suas zonas de conforto arrancadas delas. Alguns que permanecem, escolhem ir devagar ou interrompem o processo. Em vez disso eles permanecem na 3D, se mantendo ocupados, ficando no drama.
Conforme avançamos na pirâmide da ascensão, ainda mais pessoas desistem. Somos mais solitários, temos menos interesse em relacionamentos que sejam baseados na antiga dualidade. E agora temos o próximo desafio. Encarar nossos temores mais profundos. Encarar nossa dúvida, nossa tristeza, nossa depressão ou culpa. Nossa raiva. Nosso tédio. Aceitar tudo isso em nós mesmos. Não fugir deles. Compreender que essas emoções não são quem somos.
E estamos começando a convidar nossa alma de modo mais profundo. O que ajuda a compensar a solidão que começamos a sentir. Começamos a saborear a alegria de nossa alma. Estamos experimentando, de modo tangível, como é estar aqui nestes corpos, nesta Terra, como nossa alma. Ainda que sejam apenas lampejos, por enquanto. Percebemos que as coisas não têm que ser resolvidas física ou emocionalmente antes que possamos experimentar o espírito em ação… esse sentimento de paixão, por simplesmente estar aqui como nossa alma.
Portanto, ascendemos cada vez mais, e sentimos até mais profundamente o abismo entre nós e nossa família, amigos, comunidade, humanidade.
Nesse nível, há ainda cada vez menos companheiros pioneiros. Isso é porque, para chegar a esse lugar, tem-se que passar por uma transformação profunda em muitos níveis. Eles se comprometem TOTALMENTE. Não estão preocupados com o que alguém pense deles. Eles são o relacionamento mais importante em sua vida.
Não são muitas as pessoas fortes o suficiente para assumir esse compromisso.
Mas, nesse ponto, vocês reconhecem quem vocês são, e que têm tudo de que precisam internamente. Vocês sabem que as rodinhas de treinamento estão desligadas. Vocês estão se tornando o eu amoroso, soberano e mestre alegre. Vocês realmente não precisam do restante da humanidade para conseguir isso. A solidão é lentamente substituída por um sentimento de realização em um nível mais profundo.
E vocês reconhecem que isso não se refere tanto a uma subida, mas a uma revelação. De fato, vocês podem virar a pirâmide de cabeça para baixo, porque se trata de um processo mais profundo do que de um processo mais elevado. Vocês percebem que não diz a respeito a se esforçar, mas de permitir. E vocês também sabem que pavimentaram o caminho para os outros que os seguem. Isso fará com que a abertura ao espírito seja mais fácil.
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Tradução de Ivete Brito
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