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A História das Invenções Chinesas. O Presente e o Futuro { Parte 2 - ultima)

A História das Invenções Chinesas. O Presente e o Futuro. As Inovações Recentes do Desenvolvimento Tecnológico Chinês 

O Darwinismo no seu Melhor

 

Os ocidentais de hoje justificam a sua apropriação não reconhecida do conhecimento chinês e as reivindicações subsequentes de propriedade sobre alguma variante da proposta de que os chineses inventaram essas coisas, mas nunca as desenvolveram ou capitalizaram, mas a reivindicação é um disparate inválido, uma vez que a minha invenção é minha, quer eu opte ou não, por desenvolvê-la. A reivindicação também não é verdadeira.

 


Quando os chineses inventaram o papel e a impressão, os livros espalharam-se por toda a China, tal como com a tecelagem de tecidos e o desenvolvimento de têxteis. A China empregou as suas invenções de forma ilimitada em benefício da sociedade chinesa. O que eles não fizeram foi registar patentes, converter tudo em propriedade privada e transferir o seu engenho do benefício social para o lucro privado. As críticas à utilização pela China das suas invenções não negam tanto a falta de aplicação, mas a ausência de comercialização, estas justificações ocidentais implicam que qualquer nação que não se esforce imediatamente por maximizar o lucro das suas descobertas é moralmente negligente, sendo então justificado o roubo dessas descobertas por aqueles que as utilizariam de forma mais adequada. Este é o assaltante do banco que se apodera do elevado fundamento moral, alegando que utilizava melhor o dinheiro do que o banco o teria feito.

 

Ter renunciado à comercialização privada não foi nem uma falha de carácter nem um defeito de comportamento, mas um reflexo da natureza pluralista e socialista do povo chinês, a mesma razão pela qual ainda hoje as leis e regulamentos de patentes e de PI da China são muito menos agressivos do que os dos EUA. Em termos simples, a China nunca foi tão capitalista ou tão individualista como o Ocidente. Faz parte da grandeza da nação chinesa que esta imensa população se tenha envolvido em milénios de investigação, descoberta e invenção espantosas e tenha distribuido livremente esses frutos por toda a nação. Esta determinação na procura o bem maior e no benefício de toda a sociedade, em vez do lucro individual, é fundamental para a humanidade natural do povo chinês, e não se pode permitir que seja destruída pelo modelo sociopata ocidental tão vigorosamente promovido hoje em dia com base numa superioridade moral fictícia.

 

O Ocidente opta por ignorar o facto de que o hiato de 200 anos na inovação da China se deveu quase inteiramente às suas invasões militares, quando o Ocidente estava a devastar e a destruir a nação. O desenvolvimento, o progresso social e a invenção da China só cessaram com as invasões tanto dos americanos como dos europeus e muito especialmente, com o vasto programa de tráfico de ópio dos judeus na China.

 


Talvez de interesse mais directo é que o atraso da China na tecnologia actual é, mais do que qualquer outra coisa, um infeliz acidente do destino que ocorreu durante um breve espaço de tempo. Depois de Mao ter expulsado todos os estrangeiros e da China se ter livrado dos efeitos de 200 anos de interferência e de pilhagem estrangeira, para iniciar a transição para uma economia industrializada, foi precisamente quando explodiu o mundo da electrónica e da comunicação. Foi durante esse breve período de algumas décadas que os computadores, a Internet, os telemóveis e muito mais, foram concebidos e patenteados pelo Ocidente. Praticamente todo o processo passou pela China, porque durante esse breve período a nação estava totalmente envolvida nos fundamentos da sua revolução económica e social, e não estava em posição de participar. A falta de patentes e de PI (Propriedade Intelectual) da China no campo da electrónica nos dias de hoje não se deve nem à superioridade ocidental nem à falta de inovação chinesa, mas sim à agressão ocidental. A acumulação de patentes americanas e europeias não se deveu de forma alguma à supremacia ocidental na inovação, mas sim à ausência dos chineses.

O Presente e o Futuro

 

A capacidade de invenção da China ainda não terminou. Com a China a recuperar e uma vez mais a ocupar o lugar que lhe é devido no mundo, ela continua onde parou há 200 anos. Ignorando o retrocesso histórico, as empresas chinesas estão simplesmente a contornar as fases iniciais da inovação por parte de empresas estrangeiras e a avançar para as fases seguintes em que o campo está aberto e as patentes estrangeiras não impediram a inovação e o desenvolvimento.

 

Se examinarmos os campos em que a China está hoje atrasada em termos de patentes e de Propriedade Intelectual, é principalmente nas áreas da ciência que progrediram durante esse breve período em que a China não pôde participar. Assim que a China encontrou a sua base, a inovação continuou inalterada como tinha acontecido durante milhares de anos. A China falhou as patentes de computadores e smartphones, mas estava perfeitamente cronometrada para a revolução dos painéis solares e surgiu rapidamente  como líder mundial - altura em que os EUA impuseram tarifas de 300% sobre os painéis solares chineses numa tentativa não tanto de matar as vendas de exportação da China, mas de impedir a acumulação de fundos para mais Investigação e Desenvolvimento.  A inovação da China disparou – de um modo geral para a liderança mundial - em qualquer área que não tenha sido previamente restringida pela Propriedade Intelectual.

 


Apesar das acusações dos EUA de que a China copia a tecnologia estrangeira, as conquistas da China em matéria de alta tecnologia foram inteiramente desenvolvidas no seu país, porque os EUA têm estado tão determinados a impedir a ascensão da China, que, em 1950, criaram um embargo internacional a todo o conhecimento científico e a quase todos os produtos e processos úteis à China, incluindo a promulgação de leis para que os cientistas chineses não possam ser convidados para fóruns científicos americanos, ou a participar nos mesmos, enquanto estão a coagir outras nações ocidentais a fazer o mesmo. Em Outubro de 2019 - longe de ter sido a primeira vez que tal aconteceu - foi negado o visa a todos os cientistas chineses e empresas de tecnologia espacial que pretendiam participar no Congresso Internacional de Astronáutica, em Washington.

 

Ouvimos falar muito nos meios de comunicação ocidentais sobre a China exigir transferências de tecnologia como condição de residência de empresas na China, mas é sobretudo propaganda. Sem dúvida que ocorrem expectativas de transferência de tecnologia e de know-how, uma vez que a China não quer passar o resto da sua vida a fazer torradeiras e sapatilhas de corrida mas, visto que a entrada no mercado chinês representa um presente de biliões em lucros, é perfeitamente sensato atribuir-lhe um preço. Contudo, é preciso ter em mente que nenhuma empresa estrangeira está a realizar investigação comercial ou militar sensível de ponta, ou a fabricar computadores quânticos e mísseis hipersónicos na China. Qualquer tecnologia realmente disponível para transferência seria, quase inteiramente, de bens de consumo e dificilmente constituiria uma mais valia ou uma ameaça à "segurança nacional" dos EUA. E, a China já ultrapassou os EUA, em praticamente todos os campos e indústrias de ponta, tais como computação quântica, telecomunicações 5-G ou energia solar.

 

Uma Breve Lista da Inovação Chinesa Recente

 

Em 2015, os engenheiros chineses anunciaram a primeira rede mundial de comunicações quânticas, um sistema de 2.000 quilómetros que liga Pequim e Shanghai com transmissão de dados codificados através da distribuição de chaves quânticas. Em Agosto de 2016, a China lançou o primeiro satélite de comunicações quânticas do mundo, e conseguiu testar a comunicação com as estações terrestres existentes no país. Em Setembro de 2016, cientistas chineses conseguiram o primeiro teletransporte quântico do mundo entre fontes independentes, fornecendo informação quântica cifrada em fótons entre dois locais.



Em 2014, investigadores da Universidade Nankai, em Tianjin, desenvolveram um carro com uma unidade de controlo cerebral funcional, com sensores que captam sinais cerebrais que permitem aos humanos controlar o automóvel com as suas mentes. Em 2016, a China lançou um laboratório espacial totalmente operacional para realizar as primeiras experiências de interacção cérebro-máquina no espaço. Os cientistas chineses acreditam que a interacção cérebro-computador será eventualmente a forma mais elevada de comunicação homem-máquina, tendo desenvolvido este processo muito mais longe do que qualquer nação ocidental e detendo quase 100 patentes.

 

Em 2015, estudantes do ensino secundário de Tianjin ganharam uma medalha de ouro internacional pela criação de uma bateria biológica microbiana. Tais tentativas no passado falharam devido ao fraco desempenho e utilidade limitada, mas estes estudantes conceberam a ideia de combinar vários tipos de bactérias numa única célula de energia biológica, tendo cada bactéria responsabilidades especializadas com base nas suas próprias funções únicas. A sua minúscula célula multi-bacteriana atingiu mais de 520 mV, e durou mais de 80 horas. Em escala, essa bateria biológica era capaz de gerar tanta energia como uma bateria de lítio, com uma vida útil muito mais longa e sem produzir poluição. Estes inventores são jovens chineses, alunos do liceu.

 

Em 2015 os cientistas chineses conseguiram modificar um embrião humano para permitir que as mudanças persistissem através das gerações futuras, algo que nunca tinha sido conseguido antes, alterar o ADN humano pela remoção de genes perigosos ou indesejáveis das gerações futuras. Os investigadores chineses estão a desenvolver a tecnologia e os processos para tornar a pele impressa em 3D uma realidade, pele feita à medida para pacientes queimados, impressa de acordo com as suas feridas. O país lidera o mundo da tecnologia da tomografia computurizada, no mapeamento e sintetização de ADN e em muitos campos médicos, como a cirurgia ocular a laser e os transplantes da córnea. 

  *Um TAC ou tomografia computorizada (anteriormente conhecida como tomografia axial computorizada ou TAC) é uma técnica de imagiologia médica utilizada em radiologia para obter imagens detalhadas do corpo de forma não invasiva para fins de diagnóstico. Os funcionários que efectum tomografias computorizadas são denominados radiologistas ou técnicos de radiologia[2]

 

Em Maio de 2019, um inovador chinês lançou um chip de IA (Inteligência Artificial) revolucionário,com a potência computacional de oito servidores NVIDIA P4, mas cinco vezes mais rápido, com metade do tamanho e 20% do consumo de energia, custando 50% menos a fabricar. A Universidade Fudan de Shanghai desenvolveu um transistor baseado em sulfureto molibdico bidimensional, o que significa que a computação e o armazenamento de dados acontecem em conjunto numa única célula, talvez eliminando os chips baseados em silício que estão no seu limite. A DJI Technology, fundada por um estudante universitário chinês, tornou-se apenas em alguns anos o líder do mercado global de pequenos drones de consumo, e já atrai sanções americanas por ter demasiado sucesso numa área que os EUA querem controlar. O país produz quase 40% dos robots do mundo, com tecnologias de núcleo amplamente melhoradas e é  líder mundial em tecnologia 5-G.

 


Os engenheiros chineses criaram um supercomputador sete vezes mais rápido do que a instalação americana Oak Ridge, o primeiro no mundo a atingir velocidades superiores a 100 PetaFlops, alimentado por um CPU multi-core desenvolvido pela China e software chinês, enquanto afastaam os EUA com o maior número de supercomputadores entre os 500 melhores. Após a revelação do supercomputador super-rápido da China, as autoridades informaram que a NSA tinha lançado centenas de milhares de ataques de hacking, procurando roubar a tecnologia dos novos microprocessadores da China.


Os conhecimentos de engenharia dos megaprojectos da China já são lendários, com as pontes marítimas mais longas, os túneis mais longos, os maiores portos de águas profundas. A China construiu a maior e mais longa ponte de vidro do mundo em Zhangjiajie, pendurada entre dois penhascos íngremes a 300 metros acima do solo, e que estabeleceu 10 recordes mundiais no que diz respeito à sua concepção e construção. A Barragem das Três Gargantas é a maior do mundo, com fechaduras de navios de 5 níveis que podem conter os maiores navios do mundo, e também um desvio para navios mais pequenos que é o maior e mais sofisticado do mundo. A China formulou planos para construir um colisor de electrões, quatro vezes mais longo (100 Kms) e operando a mais de sete vezes a capacidade energética do CERN europeu. Em 2015, cientistas chineses completaram o radiotelescópio de 500 metros, de longe o maior do mundo, com mais de dez vezes a área da instalação americana em Porto Rico.


Em 2014, arquitectos em Amesterdão começaram a trabalhar no que viria a ser a primeira casa totalmente impressa em 3D do mundo, um empreendimento dispendioso que exigia três anos. Exactamente na mesma altura, em Shanghai, uma empresa chinesa concluiu dez casas impressas em 3D em menos de um dia, a um custo inferior a 5.000 dólares cada, utilizando como "tinta", materiais de construção reciclados e sucata industrial. Vi estas casas; estruturas grandes, elegantes, de vários andares, de estilo europeu, e tão resistentes que conseguem resistir a terramotos até ao nível 8 na escala de Richter.


Conhecemos os fabulosos comboios de alta velocidade da China, mas poucos fora da China estão conscientes da elevada qualidade da rede HSR, construída segundo os mais altos padrões do mundo moderno, incluindo a estabilidade. Quando viajo de comboio, por vezes coloco uma moeda na beira do parapeito da janela e tenho um vídeo da moeda mantendo-se estável durante quatro ou cinco minutos antes de, finalmente, cair - e isto a 300 Kms por hora. Shanghai tem um comboio Maglev de alta velocidade (430 Kms/hr), enquanto muitas cidades têm Maglevs de baixa velocidade (200 Kms/hr), e os engenheiros chineses estão preparados para produzir comercialmente um Maglev de 600 Km/hr. O mesmo ritmo de desenvolvimento é válido para os sistemas urbanos de metro do país. Perdi a fonte destes números, mas a cidade de Londres precisou de 147 anos para construir 408 Kms. de linhas de metro, a cidade de Nova Iorque 106 anos para 370 Kms., Paris 110 anos para 215 Kms, enquanto Shanghai precisou apenas de 20 anos para construir 500 Kms.


Escapou mencionar que estas realizações não foram repentinas. Foram desenvolvidas a partir de um plano deliberado de execução durante 30 anos, embora só recentemente muitos destes esforços estejam a dar frutos. Mais importante ainda, a China conseguiu concretizá-lo a partir de uma base industrial de terceiro mundo,durante um embargo ocidental total à transferência de tecnologia. Os cientistas chineses desenvolveram centrais de energia nuclear, colocaram homens no espaço, fotografaram toda a superfície da lua, construíram uma estação espacial, conceberam e lançaram um sistema GPS privado. Temos submarinos chineses projectados e construídos no mar alto e o país está a desenvolver rapidamente a sua própria indústria aeronáutica. Actualmente, a invenção e a inovação só podem aumentar devido à base científica e tecnológica muito mais avançada, às despesas de educação a aumentar quase 10% ao ano e aos gastos muito elevados com Pesquisa e com o Desenvolvimento.

 


Uma Nota para Finalizar

 

Um dos mitos mais persistentes propagados sobre a China, uma reivindicação sem um resquício de prova de apoio, é que os chineses não têm criatividade e inovação devido a falhas no seu sistema pedagógico. Já vimos estas acusações centenas de vezes: O sistema educativo chinês ensina apenas através da memorização, enquanto sufoca a inovação. Os chineses são incapazes de conceptualizar ou inovar, sabem apenas como alcançar altas pontuações nos testes, mas não como pensar. Eis Carly Fiorina a falar, a anterior Presidente da H-P: "Há décadas que faço negócios na China, e digo-vos que sim, os chineses podem fazer um teste, mas o que eles não podem fazer é inovar. Eles não são terrivelmente imaginativos, não são empreendedores. Não inovam. Por isso é que estão a roubar a nossa propriedade intelectual... inovação e empreendedorismo não são os seus fortes. A sua sociedade, bem como o seu sistema de eucação, é demasiado homogeneizado e controlado para encorajar a imaginação...". (7) A reivindicação é um completo disparate por multiplas razões para as quais não tenho mais espaço aqui. para explicá-las.

 

Em 2015, Eva Dou relatou no Wall Street Journal um estudo da McKinsey que afirmava que a China tinha feito todas as inovações "fáceis", como tornar os produtos melhores e mais baratos, mas que "o país tem histórias de sucesso limitadas em tipos de inovação "mais competitivos" que dependem de descobertas científicas ou de engenharia". As conclusões da McKinsey não são apoiadas pelas provas acima mencionados. (8)

 *

A obra completa do Snr. Romanoff está traduzida em 32 idiomas e postada em mais de 150 sites de notícias e de política de origem estrangeira, em mais de 30 países, bem como em mais de 100 plataformas em inglês. Larry Romanoff, consultor administrativo e empresário aposentado, exerceu cargos executivos de responsabilidade em empresas de consultoria internacionais e foi detentor de uma empresa internacional de importação e exportação. Exerceu o cargo de Professor Visitante da Universidade Fudan de Shanghai, ministrando casos de estudo sobre assuntos internacionais a turmas avançadas de EMBA. O Snr. Romanoff reside em Shanghai e, de momento, está a escrever uma série de dez livros relacionados com a China e com o Ocidente. Contribuiu para a nova antologia de Cynthia McKinney, ‘When China Sneezes’  com o segundo capítulo, “Lidar com Demónios”.

O seu arquivo completo pode ser consultado em 

https://www.moonofshanghai.com/ e  

http://www.bluemoonofshanghai.com/

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(6) “The Destruction of a Great Library: China’s Loss Belongs to the World; https://eric.ed.gov/?id=EJ552559

(7) Ex-HP CEO Carly Fiorina says Chinese ‘don’t innovate’; Time; https://time.com/3897081/carly-fiorina-china-innovation/

(8) Chinese Innovation: Now Comes the Hard Part, Says Study; https://blogs.wsj.com/chinarealtime/2015/10/22/chinese-innovation-now-comes-the-hard-part-says-study/

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https://newfreepages.blogspot.com/2021/07/pt-larry-romanoff-historia-das.html

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

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