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A PONTE ELETRICA



Enquanto a ciência está constantemente descobrindo a natureza elétrica do ser humano, a maneira pela qual o cérebro e o sistema nervoso, o coração e o sangue, são movidos por processos elétricos - um hiato permanece na compreensão de como o ser humano é eletricamente conectado ao seu ambiente.

Se nesse hiato a ponte fosse construída, o papel potencial do homem, como um consciente elétrico intermediário entre o microcosmo e o macrocosmo, começaria a se revelar. Até agora, a eletricidade é descartada como um fator significativo nos processos universais, mas é uma verdade que ela está batendo cada vez mais alto na porta.

Quando finalmente for admitida a sua entrada, a constatação de que uma corrente sanguínea cósmica circula em tudo o que vive e respira ajudará a transferir o conceito da “fraternidade dos homens” de mero romantismo ao fato científico concreto.

Nas palavras de H.P. Blavatsky, a maneira pela qual o universo inicia e coordena os seus processos de formação é:

“A luz radiante do oceano magnético universal, cujas ondas elétricas unem simultaneamente os cosmos, em seu movimento incessante penetra cada átomo e cada molécula da criação infinita ... “Somente”, diz ela, “o estudo deste agente, que é a divina respiração, pode desvendar os segredos da psicologia e da fisiologia, dos fenômenos cósmicos e espirituais.”(1)

Então, para começar a abrir esses segredos, a ciência vai primeiro descobrir as correntes subjacentes elétricas que circulam em toda a existência manifestada. E, de fato, os principais físicos do plasma já estão revelando os seus aspectos mais elementares, através da compreensão de que as correntes eletromagnéticas e radiações permeiam a vasta e, aparentemente vazia, extensão do espaço cósmico.

Quando esta verdade for reconhecida e aceita pela comunidade científica, o fato de que o sangue de todos os organismos vivos começa o seu ciclo por uma precipitação de um fluxo universal circulatório de ondas elétricas, vai se tornar uma hipótese mais crível. Tentativas de reconhecimentos nesse senti do têm de fato já sido feitas, mas seu significado ainda está para ser totalmente apreciado.


Irving Langmuir
Foi um momento de intuição excepcional que, em 1920, levou o químico industrial e ganhador do Prêmio Nobel, Irving Langmuir, a cunhar o termo“plasma” para o gás eletrificado que ele estava pesquisando, e que proliferam no espaço interestelar. Ele observou que esses gases transportam íons e elétrons semelhante ao plasma sanguíneo levando glóbulos vermelhos e brancos. Ambos, plasma no espaço e plasma no sangue são, na verdade, fluidos eletrificados transportando energia e várias substâncias de uma região para outra.


Hannes Alfven
Outro Nobel, o físico de plasma, Hannes Alfvén, observou que na magnetosfera da Terra “existem finas e bastante estáveis camadas de correntes que separam regiões de diferentes magnetização, densidade, temperatura, etc ... É difícil evitar a conclusão de que existem fenômenos semelhantes, também, em regiões mais distantes. Isto obriga a dar espaço a uma estrutura geral celular (ou mais corretamente, uma estrutura de membrana celular).” (2)

Como os ensinamentos da Sabedoria Eterna considera o espaço como uma Entidade, a descoberta das membranas celulares, eletricamente produzidas no espaço, é altamente significativa. E trazendo os pensamentos destes dois grandes cientistas em conjunto, temos a premissa de que, através da estrutura celular de espaço, corre um fluxo arterial de eletricidade, formando, com efeito, um circuito intergalá tico enorme ou circulação sanguínea cósmica.

Em nosso próprio canto da galáxia, o Sol forma um subcircuito dentro deste circuito galáctico, rece bendo e emitindo um fluxo de partículas carregadas, que flui para dentro e fora das regiões polares de todos os planetas, refletindo no macrocosmo a maneira pela qual as células sanguíneas fluem do cora  ção para todos os outros órgãos do corpo.

“Desse modo, durante o período ou vida solar manvantárica, há uma circulação regular do fluido vital de um extremo ao outro do nosso Sistema - do qual o Sol é o coração - com a circulação do sangue no corpo humano, contraindo-se o Sol com um ritmo semelhante ao do coração humano, depois que o sangue regressa. Só que, em vez de realizar o circuito em um segundo aproximadamente, requer o sangue solar dez anos para circular e um ano inteiro para atravessar suas aurículas e seu ventrículos antes de ir depurar os pulmões e de voltar às grandes artérias e veias do Sistema. ...

A Astronomia conhece o ciclo fixo de onze anos, ao cabo do qual aumenta o número das manchas solares. Sendo o aumento motivado pela contração do Coração Solar. ...o fenômeno assemelha-se à pulsação sadia e regular do coração, ao passar o líquido vital pelos orifícios de seus músculos.

Se se pudesse dar luminosidade ao coração humano e tornar visível este órgão vivo e palpitante, de modo que permitisse sua projeção sobre uma tela, ...todo o mundo veria então repetir-se o fenôme   no das manchas solares a cada segundo, verificando serem devidas à contração e ao ímpeto do san gue”(3)

Há uma clara correspondência entre o plasma elétrico do espaço e a circulação sanguínea dos mamíferos, este último também é essencialmente um fenômeno elétrico. Para citar HPB novamente:
“... glóbulos vermelhos são gotas de fluido elétrico, o suor escorrendo para fora de todas as células dos diversos órgãos. São causadas pela exsudação da ação elétrica. Eles são descendentes do princípio fohático”. (4)


Glóbulos vermelhos, alguns unidos a nanopartículas, circulam na corrente sanguínea
Enquanto a ciência médica atualmente considera que as células do sangue são produzidas na medula óssea (o baço, o fígado e gânglios linfáticos no embrião), elas são, de fato, as precipitações diretas do veículo da alma em seu próprio plano - átomos de vida embrionária a partir dos fluxos vitais que circulam em torno do veículo causal. Estes descem através dos veículos da personalidade, a circular, por sua vez, em torno do corpo etérico antes de, finalmente, precipitarem para fora de todas as células dos diversos órgãos do corpo físico, através da ação elétrica. “A eletricidade é o fantasma ou sombra de matéria em movimento”, e por trás do sistema circulatório do sangue atua uma corrente elétrica - a interação entre o corpo físico e etérico do homem.

Curiosamente, os cientistas parecem estar à beira de descobrir como manipular a matéria de tal forma que o sangue possa ser precipitado a partir dos éteres em laboratório. Pesquisadores da Universidade de Manchester desenvolveram, recentemente, uma nova técnica que usa eletricidade para projetar medula óssea. “Variando a tensão e usando formas diferentes, as células podem ser colocadas e em pilhadas em cima umas das outras, em qualquer padrão. Diferentes campos elétricos também podem ser usados para atrair diferentes tipos de células. Mas o mais importante de tudo é o fato de que as células podem ser mantidas vivas e ativas.” “Nós provamos que essa técnica funciona, e criamos algumas estruturas muito simples de Hematon no laboratório,” diz o Dr. Markx. “Se pudermos aperfeiçoar isso, então poderá ser possível criar medula óssea artificial fora do corpo e produzir qualquer tipo de sangue.” (5)

Se esta possibilidade é concedida à humanidade em seu atual estágio de evolução veremos, mas por agora é simplesmente interessante assistir a este amplo espectro de descoberta científica. Ao nível microcósmico há o plasma sanguíneo, intrinsecamente ligado com a eletricidade, enquanto ao nível macrocósmico existem plasmas de alta energia, criando formas e padrões no espaço.

Ambos os tipos de plasma atuam como agências transportadoras e evoluem em formas complexas e imprevisíveis, através de um comportamento dinâmico e interativo. No entanto, apesar dessa complexidade, ambos são regidos por leis relativamente simples e bem definidas, que são explorados atualmente.

O pensamento imediato e evidente é que o plasma que inunda o espaço - longe de ser um gás inerte e disperso, aleatoriamente - é mais semelhante ao plasma sanguíneo - um elemento vivo que, propositadamente, cumpre um papel circulatório no corpo de uma Entidade cósmica.
__________

(1)Ísis Sem Véu, Vol I pág 282 da edição inglesa
(2) (Cosmology: Myth or Science? H Alfven)
(3) A Doutrina Secreta, vol 1, pp 541-542. H P Blavatsky, Edição Inglesa
(4) Collected Writings vol XII, p. 700. H P Blavatsky
(5) http://www.bbc.co.uk/manchester/content/articles/2006/06/22/220606_electrical_tissue_feature.shtml

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