Despertai!
Despertai!
Ó pobres humanoides intelectualizados! Despertai de vosso espantoso sono de Ajnana, a Ignorância!
Coroados com o louro bendito da poesia, convém que distribuamos, da ânfora de ouro da sabedoria, o doce vinho.
Em nome do Iod-Heve, o Pai que está em segredo, e da Divina Mãe Kundalini, devemos dialogar, tu e eu, querido leitor.
Ah, se compreendesses o que é estar desperto!
Escutai, digo-vos, ao Dhammapada, a obra sagrada do Buda Sidarta Gautama:
O desperto tem por suprema penitência ser paciente; pelo supremo Nirvana, o ser sofrido, porque ele não é um anacoreta que golpeia os demais; nem é um asceta que injurie os demais. Até os deuses invejam aqueles que são despertos. Não são esquecidos, dão-se à meditação, são sábios e se deleitam no sossego do isolamento do mundo. Não cometer pecado, fazer o bem e purificar a própria mente, este é o ensinamento de todos os que estão despertos.
Quem acata aquele que é digno de ser acatado, aquele que despertou os seus discípulos, aqueles que subjugaram o hóspede maligno (o ego animal), e atravessado a torrente da tristeza acata aos que encontraram a libertação e não conhecem temores, adquire méritos que ninguém pode aquilatar.
Em verdade, vivemos felizes se não odiamos os que nos odeiam, se entre os homens que nos odeiam habitamos livres de rancor.
Em verdade, vivemos felizes se nos guardamos de afligir os que nos afligem; se, vivendo entre homens que nos afligem, nos abstivermos de afligi-los.
Em verdade, vivemos felizes se estamos livres de cobiça entre os cobiçosos; morreremos livres de cobiça entre homens que são cobiçosos.
Em verdade, vivemos felizes ainda mesmo que a nenhuma coisa chamemos nossa. Seremos semelhantes aos deuses resplandecentes, que se nutrem de felicidade.
Quatro coisas ganha o temerário que cobiça a mulher de seu próximo: demérito, leito incômodo (imundo, além disso), castigo e, finalmente, inferno.
Os homens prudentes que a ninguém injuriam e que fiscalizam constantemente seu próprio corpo irão ao lugar onde não existe mudança, o Nirvana, onde, uma vez chegados, não padecerão jamais.
Aqueles que permanecem sempre vigilantes, que estudam dia e noite e se esforçam para chegar ao Nirvana, acabarão por extirpar suas próprias paixões.
Múltiplos agregados de tipo subjetivo – os Eus – dão certas características às nossas paixões. Extirpar ou eliminar esses defeitos psicológicos é radical para o despertar da Consciência. Compreensão e eliminação são indispensáveis para descartar toda essa variedade de elementos subjetivos que constituem o Ego, o Mim Mesmo, o Si Mesmo.
Porém, a compreensão não é tudo: uma pessoa poderia compreender integralmente o que são as três formas clássicas da ira – cólera corporal, cólera de ânimo e cólera da língua – e, no entanto, continuar com elas.
Poderíamos até dar-nos ao luxo de controlar o corpo, a vontade e a mente, sem que isto signifique a eliminação.
Quando se quer extirpar paixões, deve-se apelar para um poder superior. Refiro-me ao poder serpentino solar, sexual, que se desenvolve no corpo do asceta.
A palavra misteriosa que define o poder é Kundalini, a serpente ígnea de nossos mágicos poderes, a Mãe Divina.
Essa energia criadora particulariza-se em cada criatura.
Podemos e devemos enfatizar a ideia transcendental de uma Mãe Cósmica particular em cada ser humano.
Kundry, Herodias, Gundrígia, a mulher por antonomásia dormindo na terra do Monsalvat, deve despertar de seu sono milenar.
Por: Samael Aun Weor, O Parsifal Desvelado
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