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Vinte e duas reflexões sobre o caminho




Vinte e duas reflexões sobre o caminho
 Por: Karl Buhn


01. Alguns lamas budistas afirmam que a mente humana está intoxicada por diversos tipos de venenos. O Mestre Samael diz que possuímos milhares de egos. Portanto, se fomos "nós mesmos” que envenenamos nossa mente ou criamos tais egos em algum momento, a partir das nossas encarnações humanas, cabe também agora a "nós mesmos” desfazê-los ou anulá-los, usando procedimentos e antídotos adequados pelo tempo que se fizer necessário, ainda que por mais de uma vida.
02. Três são os fatores geradores do ego ou dos venenos desde que passamos a encarnar como humanos:

1) Ignorância
2) Apegos/desejos
3) Frustrações/rejeições.
Essas três causas primeiras ou raízes psicológicas geram os venenos ou alimentam os egos ou formam "tudo" que abrigamos em nossa mente. São e agem de forma interdependente.

03. A ignorância é a causa primeira de todo sofrimento. A ignorância da real natureza e propósito da vida nos leva ao erro, ao ilícito, gerando assim o sofrimento, a dor, o apego e a rejeição. Portanto, cabe-nos agora “estudar”, “investigar”, “conhecer” as leis da vida, da morte, do sofrimento e da natureza humana.

04. Os apegos ou desejos, raiz mesma do egoísmo humano nos dominam, nos escravizam, nos prendem a tudo e a todos: pessoas, objetos, bens materiais, metas de vida, etc. A sociedade moderna incentiva, valoriza e premia o egoísmo, e isso gera muitos sofrimentos desnecessários que colheremos em futuras existências se nada fizermos agora a nosso favor.

05. Desejos que não se cumprem ou que não podem ser preenchidos geram frustrações, raivas, irritações, mau humor, violências, aversões, ira, ódios, etc. Todos esses pensamentos e sentimentos intoxicam, contaminam e poluem nossa mente, levando-nos a agir de forma equivocada, gerando progressivamente karmas e sofrimentos cíclicos, que nos acompanham, se não forem neutralizados, ao longo de nossas vidas de forma cada vez mais intensa. Estudar e conhecer os mecanismos do desejo é fundamental em nossa vida, aqui e agora.

06. O karma sempre é gerado por nós mesmos, com base em nossa conduta ou (re)ação frente aos acontecimentos, positivos ou negativos da vida. Cada erro ou ilícito nosso cria causas para futuros sofrimentos. Cada acerto nosso alivia nossas dores e serve também para aliviar o sofrimento alheio. Por isso, vale a pena estudar e conhecer as leis da vida e fazer o bem, sempre.

07. Nossa cultura moderna e o sistema educacional de hoje nos incentivam a "reagir" (ou agir) de forma egoísta frente a tudo e todos, quando deveríamos apenas “compreender”, mediante estados contemplativos adequados, os fatos e acontecimentos a partir das imutáveis leis da vida e da morte. Temos hoje no mundo um sistema de valores que premia e aplaude certas atitudes pessoais ou coletivas, que a médio ou longo prazo geram violência, vingança, lutas, conquistas, supremacias, lideranças negativas, triunfos imerecidos, desempenho de cargos importantes de forma injusta, etc. É desse cadinho psicológico que nascem as guerras, o domínio, a exploração, a imposição, a sociedade do quem pode mais chora menos, do tirar vantagem em tudo, do pisar sobre os demais, etc. Falta-nos o RETO AGIR, o RETO PENSAR e o RETO SENTIR.

08. Para acabarmos com os sofrimentos - e a longo termo com nosso karma - devemos, aqui e agora, iniciarmos um processo de reeducação ou auto-educação espiritual e interior que nos leve a superar as três causas originais de karma, dor e sofrimentos. Mas isso só é possível quando nos dermos conta do estado em que nos encontramos hoje. Se estivermos felizes com nossa vida atual, nenhum esforço faremos para mudar nossa vida interior.

09. É impossível hoje reeducar o mundo para uma mudança radical de crenças e valores. Hoje, a única mudança possível, é a transformação do indivíduo, de forma voluntária. A sociedade como um todo, com sua trama de interesses grupais e egoístas, se mobiliza violentamente contra toda e qualquer mudança ou ameaça ao status quo. Através dos poderes constituídos, simplesmente mata e elimina todo aquele que intenta algo nesse sentido. Resta-nos apenas a transformação individual e pessoal, longe de tudo e de todos.

10. Se alguém, inadvertidamente ou por ignorância, ingerir veneno de rato ou outra substância tóxica em grande quantidade, perde seu corpo físico. Por isso nos ensinam a deixar essas substâncias longe do alcance das crianças. Mas ninguém ensina que quando tomamos ou aceitamos, também por ignorância, substâncias venenosas para a mente, acabaremos perdendo nossa alma. Qual dos crimes é mais grave: matar o corpo ou matar a alma? Precisamos aprender a transformar as impressões, tanto interna quanto externamente.

11. Se a vida apresentar hoje, agora, situações difíceis e dolorosas, certamente isso é devido a que em passadas existências atiramos muitos “bumerangues” a nossa frente; agora estão voltando a nós e nos atingindo em forma de dor, amargura, privação e sofrimento. Se reagirmos novamente a isso de forma ignorante, voltando a rebatê-los ou a atirá-los novamente, em futuras vidas iremos passar pelo mesmo quadro – porque tudo que fazemos volta a nós mesmos. Mas se tivermos paciência, resignação, serenidade e compreensão, e esperarmos que tudo isso passe e termine, teremos anulado totalmente a repetição mecânica desse karma. Assim devemos proceder com todas as manifestações desagradáveis de nossos semelhantes, nunca lhes pagando o ódio com mais ódio, mas sim, devolvendo-lhes amor, tolerância, compaixão e bondade.

12. Não se trata de “engolir” nossas raivas e frustrações, mas sim, de transformar as impressões negativas que chegam aos nossos sentidos e à nossa mente mediante a sábia compreensão que nos oferece a meditação diária sobre os acontecimentos da vida. Uma boa medida, enquanto não tivermos desenvolvido uma razoável capacidade de compreensão criadora em nós mesmos, é evitar situações ou cenários onde isso acontece. Igualmente, uma iniciativa pessoal muito positiva é a de nunca nos “identificarmos” com as palavras negativas ou grosseiras de nosso semelhante. Com o tempo, e a prática constante, aprenderemos a devolver facilmente o ódio com amor e a intolerância ou impaciência com paciência e compreensão.

13. Primordialmente, todas as pessoas querem as mesmas coisas que nós – e lutam para isso, as vezes até mesmo de forma exagerada. A busca da felicidade pessoal é uma delas. Muitas vezes as pessoas, nessa luta em favor de suas coisas, por ignorância exorbitam da normalidade de uma conduta esperada. Mas se nós formos capazes de perceber o estado de ânimo do próximo, e nesse momento nos lembrarmos de praticar ou expressar conscientemente virtudes como altruísmo, compreensão, tolerância, compaixão, paciência e bondade, certamente poderemos superar essa situação sem intoxicar nossa mente, ou fortalecer nossos egos, e ainda nos daremos conta que o outro, por ignorância e cegueira, acaba de gerar mais sofrimento para si mesmo – e por isso merece nosso amor e nossa compaixão.

14. A prática permanente desses princípios gnósticos de agir de modo consciente, a todo momento expressando as virtudes de nossa alma em lugar dos egos de nossa mente, que geralmente reagem segundo seu próprio condicionamento, com o tempo nos levará à perfeição e à iluminação. Os grandes Mestres espirituais da humanidade foram e são seres que se libertaram dos condicionamentos de sua própria mente, mediante a compreensão profunda de tudo e de todas as coisas – estado esse que se conquista mediante a prática diuturna de uma disciplina mental especial ensinada pela Gnose.

15. Devemos lembrar sempre que a vida é transitória. Nada é eterno. Ainda que vivamos 60, 70 ou 80 anos, isso é nada dentro da eternidade. Portanto, uma vida é tão só um dia [ou menos] na eternidade. Não vale a pena brigar por insignificâncias. Não vale a pena nos apegarmos ao que nos é emprestado pela vida para passarmos um dia no parque ou numa praça pública – tomando-se isso como símbolo do cenário existencial. Nada nos pertence. Nada nos é dado de forma permanente. O único bem eterno que dispomos é nossa alma. Mas por incrível que pareça, é dela que menos nos ocupamos e menos cuidados dispensamos.

16. Por saberem disso tudo, os Mestres sempre são generosos, tolerantes, bondosos. As vezes também são severos – quando há necessidade de sê-lo para um propósito definido. Mas jamais são irados ou vingativos; jamais impedem que o sol brilhe para todos. Mais dão que tiram da vida. Sua passagem por este mundo sempre é marcada pelas sementes que plantam ou deixam para os demais plantarem; jamais pela mesquinharia ou pelo egoísmo de seus atos. São exemplos vivos a serem imitados por todos nós até termos capacidade de fazer o que eles fizeram antes de nós.

17. Não importa o nível de ser que ocupamos hoje no mundo. Cada um é chamado, de forma contínua e permanente, a subir de nível, a melhorar sua vida e sua condição interior, praticando os grandes ensinamentos sagrados dos Mestres Espirituais, como Buddha ou o Cristo. A medida que seu nível de ser for mudando, também mudará seu karma, para melhor, até chegar o momento em que não terá mais karma a pagar ou a resgatar. Quando chegar a esse ponto, terá conquistado a autêntica paz do coração tranqüilo, que se traduz como felicidade plena. Sua mente então refletirá apenas a luz de sua alma virtuosa.

18. O que sempre nos traz de volta a este mundo são o karma, o desejo de existir e os apegos. Tudo isso, no fundo, é gerado pela simples ignorância que temos das leis da vida. Se pagarmos nosso karma (fazendo boas obras), deixaremos de renascer por esse fator. Se eliminarmos o desejo (praticando o desapego), iremos além dos apegos e do desejo de existir, alcançando o estado de ser, cessando aí todos os mecanismos que nos atam ao ciclo mecânico de mortes e renascimentos (Samsara). Então, teremos anulado a influência dos véus de Maya – a Ilusão – sobre nossos sentidos.

19. O amor é a fonte e a raiz mesma da felicidade plena, porém é impossível amarmos estando nossa mente intoxicada ou envenenada com as energias passionais e do egoísmo. Amar alguém não é fazê-lo nosso escravo, nossa propriedade, nosso instrumento de prazer. O amor está além dos apegos, das paixões e da posse do bem amado. O verdadeiro amor é impessoal – porque o amor é divino e Deus é universal, impessoal, ilimitado e sem forma, ainda que se expresse em e por meio de as formas conhecidas. Então, amar é expressar Deus em todos os momentos de nossa vida, incondicional e ilimitadamente.

20. Os relacionamentos humanos terminam como todo o resto submetido à lei da impermanência ou da transitoriedade. Devemos aprender a viver de forma intensa e consciente cada momento presente. O passado é lembrança e memória e o futuro mera possibilidade e sonho mental. Portanto, estudar e compreender a impermanência de tudo e de todas as coisas ajuda-nos a superar os apegos, os desejos e os sonhos ou fantasias que cultivamos por pessoas e pelas coisas que a vida nos empresta. Na hora derradeira só levaremos conosco deste mundo a consciência que tivermos desenvolvido durante os poucos anos de passagem no cenário terrestre.

21. O aprendizado se reduz a duas vias possíveis e somos livres para escolher um dos caminhos existenciais: o da dor ou o do amor. Mas só um deles nos traz felicidade autêntica. Geralmente, confundimos felicidade com prazer. E aí está uma das maiores armadilhas existenciais, que nos prende ao eterno retorno. Sacrificar intencionalmente o prazer em nome do amor impessoal e divino, num rito de permanente e sagrado ofício (sacro-ofício ou sacrifício), faz nascer ou fortalecer em nosso universo interior a chama viva e ardente da nossa alma, que então se tornará capaz de iluminar não só nosso próprio caminho, mas também alumiará o caminho dos que vêm atrás de nós.

22. Na vida nada nos é dado de graça. Tudo que quisermos ter ou alcançar tem um custo e um valor que a própria vida estabelece. Despertar do sono existencial, sair do letargo dos sentidos, dominar a mente, liberar a alma do samsara – nisso se resume a suprema conquista possível para cada ser humano e é, ao mesmo tempo, a suprema finalidade da existência. Mas isso acaba nos custando muito caro em forma de renúncias e de desapegos de crescente intensidade. Mas quanto antes nos lançarmos a esta jornada, a esta tarefa, mais rapidamente nos libertaremos do karma e dos sofrimentos da vida. Em algum momento conseguiremos nos estabelecer firmemente em nosso refúgio permanente, que é nosso próprio e imortal ser eterno.


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