TRAGÉDIA ANUNCIADA
Autor: Karl Bunn
O mundo de hoje é como um avião-jumbo em que o piloto acaba de anunciar um pouso forçado no meio da noite em plena selva amazônica. Resta agora à tripulação ajudar os passageiros a amarrar seus cintos, retirar a bóia flutuante que está debaixo do assento e dar algumas poucas e breves orientações sobre janelas de emergência e de como melhor acomodar o corpo no assento para aguardar o impacto antes que a própria tripulação faça o mesmo.
Ninguém sabe onde está o avião nem como irá parar e quantos irão sobreviver. Prudentemente, o piloto nada comenta... Com um pouco de sorte quem sabe deixamos de trombar já de cara com alguma velha árvore de tronco milenar. Os mais otimistas ainda se consolam pensando que é possível deslizar pelas copas das árvores suavizando o impacto final. Os piedosos rezam silenciosamente para que ao final da queda os sobreviventes não tenham o azar de parar justamente dentro de um rio cheio de piranhas famintas e vorazes.
Efetivamente chegamos ao ponto do salve-se quem tiver sorte [mérito] e sobrevive quem melhor treinou [fez práticas] enquanto em solo. Uns defendem esta ou aquela prática; outros anunciam que todos se salvarão porque magicamente entraremos na quarta dimensão. E há os que se consideram os eleitos de Deus só porque possuem carteirinha da religião dileta do Messias, do Mestre ou do Buda.
O normal seria pensar que cada um constrói sua própria salvação, mesmo que Deus seja brasileiro. O que é difícil no mundo moderno é as pessoas aceitarem que qualquer avanço real e efetivo na Senda Espiritual só se dá com a morte dos próprios anticristos que cada um criou e alimentou dentro de si mesmo, e nunca através de outros meios. Não existem eleitos, nem 144 mil, nem escolas ou igrejas com privilégios [nem mesmo escolas gnósticas, evidentemente].
Os que precisam ser resgatados o serão pelas cores e luminosidade de suas auras. E para isso é preciso limpar-se por dentro, eliminar defeitos, morrer em egos e nascer em virtudes, independente de escola e credo. Se em nosso mundo doido de hoje praticamente tudo funciona na base do código de barras e do scanner, no cosmos apenas varia a precisão e o tamanho dos códigos identificadores do nível de ser de cada pessoa. E a seleção daqueles a serem preservados se dará pela leitura e identificação das cores e luminosidade das auras de cada um.
Seria inteligente da parte de todos nós que aproveitássemos os poucos anos que nos restam para deixar de lado os dogmas e as crenças e, independente de religião ou filosofia, nos dedicássemos a melhorar a nós mesmos e a limpar nosso próprio espectro áurico. Assim, teríamos mais chances de sobreviver ao impacto final da nave-terra que a qualquer momento deste período final de intensa obscuridade se chocará magneticamente com aquilo que todos os profetas e mensageiros tem anunciado há pelo menos dois mil anos.
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