Parte 3/3: A humanidade constitui um centro de energia dentro do cosmos, capaz de três atividades.
O ponto seguinte a ser anotado é que cada reino da natureza age de duas maneiras:
1- Como o libertador do reino das formas que não alcançou sua particular etapa de percepção consciente.
2- Como a prisão de vidas que transmitiram para ela do nível de consciência imediatamente abaixo do seu.
Deve-se sempre lembrar que cada campo de percepção em seus limites constitui uma prisão e que o objetivo de todo trabalho de libertação é libertar a consciência e expandir seu campo de contatos. Onde há limitações de qualquer espécie, onde um campo de influência é circunscrito e onde o raio do contato é limitado, ali vocês têm uma prisão. Ponderem sobre esta afirmação, pois ela contém muito de verdade. Onde há uma apreensão de uma visão e de um amplo território não conquistado de contatos então haverá inevitavelmente um sentimento de aprisionamento e de estreitamento. Onde há conscientização de mundos a conquistar, de verdades a serem aprendidas, de conquistas a serem feitas, de desejos a serem satisfeitos, de conhecimentos a serem dominados, ali vocês terão uma sensação lacerante de limitação, estimulando o aspirante a um renovado esforço e conduzindo a entidade vivente pelo caminho da evolução. O instinto, governando o reino vegetal e animal, se transforma em intelecto na família humana. Mais tarde o intelecto mergulha na intuição e a intuição na iluminação. Quando a consciência super-humana é evocada, estas duas - intuição e iluminação - tomam o lugar do instinto e da inteligência.
Iluminação - a que ela conduz? Diretamente ao cume da conquista, ao cumprimento do destino cíclico, à emergência da glória radiante, à sabedoria, ao poder, à consciência de Deus. Estas palavras, todavia, pouco ou nada significam em comparação com a Realidade que somente pode ser sentida por qualquer ser humano quando sua intuição desperta e sua mente é iluminada.
Dominando estes fatos a respeito do aprisionamento, como, para ser prático, pode um homem tornar-se um agente libertador para os prisioneiros do planeta? Que pode a humanidade, como um todo, realizar nesta direção? Que pode o indivíduo fazer?
A tarefa da humanidade se distribui primariamente em três divisões de trabalho. Três grupos de prisioneiros podem ser libertados e encontrarão finalmente o seu caminho para fora da prisão através da instrumentalidade do homem. Os seres humanos já estão trabalhando em todos os três campos.
1- Prisioneiros na forma humana. Isto envolve o trabalho com os semelhantes.
2- Prisioneiros no reino animal, e já muito está sendo feito neste campo.
3- Prisioneiros nas formas do reino vegetal. Um começo foi feito aqui.
Muito trabalho está sendo realizado pelos homens para o homem e, através do esforço científico, religioso e educativo, a consciência humana está firmemente se expandindo até que os Filhos de Deus, um por um, vençam suas limitações para alcançar o mundo das almas. No retrospecto da história, o quadro do prisioneiro emergente, o Homem, pode ser visto em clara delineação. Pouco a pouco ele dominou as limitações planetárias; pouco a pouco ele cresceu da condição de homem das cavernas até a de um Shakespeare, de um Newton, de um Leonardo da Vinci, de um Einstein, de um S. Francisco de Assis, até um Cristo e um Buda. A capacidade do homem para realizar em qualquer campo da expressão humana parece praticamente ilimitada e se os poucos milhares de anos passados viram um crescimento tão estupendo, que veremos nos próximos cinco mil anos? Se o homem pré-histórico, pouco mais do que um animal, cresceu até o gênio, que desenvolvimento não será possível quanto mais e mais da divindade inata fizer sua presença sentida? O super-homem está conosco. Que manifestará o mundo quando toda a humanidade se estiver dirigindo para uma concreta manifestação dos poderes do super-homem?
A consciência do homem está sendo libertada em várias dimensões e direções. Ela se está expandindo para o mundo das realidades espirituais e começando a abarcar o quinto reino, ou espiritual, o reino das almas. Ela está interpenetrando, através da pesquisa científica, o mundo do esforço super-humano e investigando os múltiplos aspectos da Forma de Deus e das formas que constituem a Forma.
Abordando o trabalho da humanidade em libertar as unidades das quais ela é constituída e em libertar os prisioneiros dos reinos vegetal e animal, quero assinalar duas coisas, ambas de profunda importância:
Primeira, para libertar os "prisioneiros do planeta" que se apresentam sob o título de subumanos, o homem tem que trabalhar sob a influência da intuição; ao trabalhar para libertar seus semelhantes ele tem que saber o significado da Iluminação.
Quando a verdadeira natureza do espírito do Serviço for compreendida, verificar-se-á que ele é um aspecto daquela energia divina que trabalha sempre sob o aspecto destruidor, pois ele destrói as formas para libertar. O Serviço é uma manifestação do Princípio da Libertação e, deste princípio, a morte e o serviço constituem dois aspectos. O serviço salva, liberta e libera, em vários níveis, a consciência aprisionada. As mesmas afirmações podem ser feitas da morte. Mas a menos que o serviço possa ser prestado a partir de uma compreensão intuitiva de todos os fatos em causa, inteligentemente interpretados e aplicados num espírito de amor sobre o plano físico, ele fracassará em cumprir sua missão adequadamente.
Quando o fator da iluminação espiritual entra naquele serviço, vocês têm aquelas Luzes transcendentes que iluminaram o caminho da humanidade e agiram como holofotes lançados no grande oceano da consciência, revelando ao homem o Caminho que ele deve e pode percorrer.
Gostaria de assinalar uma outra coisa. Não dei regras específicas para libertar os prisioneiros do planeta. Não fiz nenhuma classificação das prisões e de seus prisioneiros, nem de métodos de trabalho nem de técnicas de libertação.
Insisto apenas junto a cada um e a todos os que lerem estas Instruções, sobre a necessidade de um renovado esforço para se ajustarem ao serviço por um esforço consciente e deliberado em desenvolver a intuição e alcançar a iluminação. Todo ser humano que alcança o objetivo da luz e da sabedoria tem automaticamente um campo de influência que se estende tanto para cima como para baixo e que se dirige tanto para dentro, para a fonte de luz, como para fora para os "campos das trevas". Quando tiver atingido isso, ele tornar-se-á um centro consciente de força doadora da vida e será assim, sem esforço. Ele estimulará, energizará e vivificará para novos esforços todas as vidas com as quais ele entrar em contato, sejam elas seus companheiros aspirantes, seja um animal, ou uma flor. Ele agirá como um transmissor de luz nas trevas. Ele desfará o deslumbramento em tomo de si e introduzirá a irradiação da realidade.
Quando grandes números de filhos dos homens puderem assim agir, então a família humana entrará no trabalho que lhe é destinado no serviço planetário. Sua missão é agir como uma ponte entre o mundo do espírito e o mundo das formas materiais. Todos os graus da matéria se encontram no homem e todos os estados de consciência lhe são possíveis. A humanidade pode trabalhar em todas as direções e elevar os reinos subumanos até o céu e trazer o céu à terra.
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