... Respeito que vem da atenção, da reverência, do reconhecimento de que vemos na outra individualidade o espelho do que somos.
Mudar é preciso, manipular não é preciso…
Por Iara Bichara
31 de maio de 2013
... Respeito que vem da atenção, da reverência, do reconhecimento de que vemos na outra individualidade o espelho do que somos.
Hoje quero falar um pouco desta nossa terceira dimensão. Deste momento de turbulência em que vivemos, tentando nos afastar das amarras do passado e começando a compreender que as mudanças estão aí e precisamos nos adaptar a elas.
O centro energético do nosso planeta mudou de lugar e com ele estão mudando também todos os antigos parâmetros que nos regiam como individualizações. Enquanto isso não acontece em todos os níveis – e pode ainda demorar a se concretizar por completo, o que vemos é um desvario quase que geral, onde prevalecem valores distorcidos, desajustes e muitos estranhamentos.
Para a grande maioria, que sabe que algo está mudando, mas não sabe bem o quê, o tumulto fica no nível do inconsciente, causando descontentamento, desânimo, depressão, desequilíbrio (físico, mental e energético) e violência – para consigo e para com os outros.
E mesmo para aqueles como eu que se empenham no questionamento e no conhecimento, ainda existe o confronto entre o que éramos no ciclo passado e o que seremos daqui para frente.
Então ficamos na dúvida entre aceitar o novo – e ter que nos esforçar para fazer os ajustes necessários e aguardar o tempo suficiente para agirmos com naturalidade – ou ficar no conforto da prática já conhecida a que estávamos habituados.
Poucos são aqueles que assumem que não querem mudar, nem estão dispostos a fazer qualquer esforço para isso.
Poucos também são aqueles dispostos a trabalharem conscientemente nas mudanças e nas adaptações.
Nestes primeiros momentos, uma grande parte dos que vislumbram a possibilidade de uma nova forma de consciência, quando se dá conta de que são necessárias profundas modificações e muito esforço, começa a usar a velha e conhecida técnica da “gambiarra”. Debaixo de uma capa de novidade, utilizando superficialmente conceitos que são importantes, escondem a antiga prática e o antigo comportamento, continuando a simulação de se auto-enganarem.
Só que já estamos vivendo uma era onde a transparência se sobrepõe e essas modalidades, para maquiar ou camuflar, acabam se desfazendo quase que instantaneamente, deixando o autor da façanha sem respaldo e confiabilidade.
Há a necessidade urgente de que reavaliemos com o máximo de critério os nossos valores, os nossos limites, as nossas forças e fraquezas e que confiemos plenamente nas relações de respeito.
Não me refiro ao respeito que restringe a naturalidade, que incentiva a formalidade, que barra a espontaneidade, mas ao respeito que vem da atenção, da reverência, do reconhecimento de que vemos na outra individualidade o espelho do que somos.
Aquele respeito que era camuflado pelo medo e obrigatoriamente exercido como uma forma de domínio, já ficou para trás, primeiramente porque nos ancoramos no padrão do amor e também porque entendemos que o exercício do poder é uma forma insana de lutar contra nós mesmos.
Sei que vocês estão estranhando essa forma áspera e contundente com que estou me referindo ao assunto. Mas é isso mesmo que precisa ser feito. Assim como, diz o ditado popular, não se faz omelete sem quebrar os ovos, também não se faz limpeza sem colocar a mão na sujeira. E, me desculpem os leitores acostumados a doces palavras, mas é tempo de olharmos com verdade para que não compartilhemos da hipocrisia instalada e, até certo ponto, alimentada pelo desejo cômodo de não gerar polêmicas e nem pela possibilidade de infringir a Lei da Descrição.
Esta reflexão é para que possamos enxergar, sem mistificação, o melhor de cada ser que nos cerca ou que passa por nós, procurando os pontos que nos identificam. Por mais diferente que essa individualização possa parecer, sempre temos a possibilidade de encontrar similaridades.
Esse é o verdadeiro respeito que devemos a todas as criaturas e que anula o preconceito, seja ele de que forma for: seja o preconceito ao conhecimento do novo, seja o preconceito às diversas formas de vermos as mesmas situações, seja o preconceito à diversidade, seja o preconceito na aceitação de que estamos mudando a cada momento…
Quando desviamos o nosso foco do aparente desajuste e buscamos os pontos que nos unem, conseguimos compreender que podemos passar por situações turbulentas confiando que são efêmeras, mas lembrando-nos, também, que estaremos sempre enfrentando novos desafios.
Era de Cristal
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