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Plutão está em oposição ao Sol Negro: os extremos - polaridades: Luz e Escuridão, Poder e Impotência.


ABRAÇANDO A POLARIDADE
Mais sobre a Oposição entre Plutão e Sol Negro em 2014
Sarah Varcas


Enquanto escrevo estas palavras, Plutão está em oposição ao Sol Negro, o ponto no qual o Sol está mais longe da Terra e, portanto, seu poder iluminador é o mais fraco.

Esta oposição desafia todas as tentativas egoicas de estar no controle, de ditar o progresso, a direção, o resultado ou recompensa, mergulhando-nos num processo profundo de impotência que acaba revelando a verdadeira natureza do poder.

Ela exige que reconheçamos a falta de poder em um nível mundano, bem como o poder inerente que vive no âmago de quem nós somos: o poder de nos identificarmos, não com as condições mutáveis dos nossos mundos interno e externo, mas com a presença imutável que reside em todas as coisas, independentemente das experiências que possam se abater sobre elas.

Estamos falando de extremos, polaridades: Luz e Escuridão, Poder e Impotência.

Estes extremos ficam em maior evidência à medida que avançamos em direção ao alvorecer da Era Aquariana. É melhor não os negligenciarmos, concentrando nossa energia em um e ignorando o outro, de medo que nossa atenção possa causar seu crescimento. Isto seria também uma polaridade e se assim fizermos, contribuiremos com a natureza polarizada da consciência que cria pensamentos brancos e pretos, certo e errado, e até “você e eu”.

Ao entrarmos num estado mais unificado de ser, estas polaridades se aguçam proporcionalmente. Muitas pessoas têm a experiência na qual a vida é subitamente percebida a partir de uma perspectiva diferente. Coisas que antes não faziam sentido passam a fazê-lo; sentimentos e experiências revelam o significado não percebido antes. A vida começa a parecer mais fácil, como se começasse a fluir.

Temos esta experiência e pensamos que estamos chegando a alguma coisa, a um estado que não vai mudar, substituindo a antiga versão de quem éramos. Mas este estado é uma polaridade e quanto mais o penetramos, mas profundamente reconhecemos que ele, também, é incompleto. Há mais a ser revelado, mais a ser experimentado e acolhido.

O sentimento de tranquilidade começa a mudar. Percebemos que velhos hábitos e padrões estão voltando, e podemos ficar frustrados, aborrecidos, sentindo-nos desiludidos porque o que pensávamos que fosse aquele algo nos abandonou. Sentimo-nos até pior do que antes porque agora temos alguma coisa mais tangível para comparar. Temos a sensação de que falhamos ou de que foi tudo uma fraude.

Plutão em oposição ao Sol Negro nos lembra que isto também faz parte do despertar: cavar mais fundo no pântano das trevas que preferiríamos evitar ou negar. 

Mas precisamos fazê-lo para continuar em movimento. Devemos abraçar tudo o que somos e vivenciá-lo ao máximo. Porque despertar verdadeiramente significa tornar-se plenamente vivo e não estamos plenamente vivos se honramos apenas certos aspectos de nosso ser e vemos outros como falhos ou vergonhosos.

Isto é criar polaridade e a polaridade é exatamente o que nos mantém presos na existência egoica.

Neste ano, enquanto a oposição Plutão/Sol Negro continua, muitas poderão passar por experiências que desafiem o que acreditavam ser seu “despertar”. Como resultado, poderá haver uma enorme decepção, e é por isto que escrevo estas palavras agora, pois quem está prevenido se prepara.

Saber com clareza que esta jornada não terminou e que temos um caminho a percorrer para a integridade poderá nos ajudar a manter o foco quando nossa estabilidade estiver ameaçada, a paz que sentíamos for abalada, nossa crença sobre o que a vida realmente é começar a revelar falhas diante da evolução dos acontecimentos.

Acredito que a mensagem básica é a seguinte: não tem problema sentir-se o maior inoportuno do planeta! Às vezes é assim que é. Quando estamos no processo de transformação – como muitos estão atualmente – podemos nos sentir envergonhados, como se não devêssemos ser deste jeito.

Mas este pensamento é justamente o tipo de tirania que precisamos derrubar agora!

2014 pode ser um ano no qual entregamos os pontos porque as coisas não saíram como esperávamos, ou pode ser um ano no qual todos nós surfamos as ondas da mudança juntos, criando um espaço para reconhecer o quanto o despertar pode ser difícil quando exige que encaremos e abracemos tudo o que somos – TUDO – sem trapaças nem negação.

O Sol Negro é negro justamente porque contém tudo: luz e escuridão.
Todas as cores existem na cor negra. Ela absorve tudo.
Nada é rejeitado. O espectro inteiro está lá.

A luz, por outro lado, não contém a escuridão; só pode defini-la.

Se quisermos acolher tudo, devemos ir para a escuridão e, assim fazendo, sairemos para a luz definidora. E na escuridão não há nada a temer. Só encontramos a nós mesmos dentro dela. Quanto mais pessoas se dispuserem a entrar lá com olhos totalmente abertos e corações cheios de coragem, mais pegadas haverá para outros seguirem no momento certo.

A oposição Plutão/ Sol Negro marca 2014 como um ano divisor de águas, no qual muitos aprenderão a natureza mais profunda e desafiadora do processo de despertar, entrando em contato com toda a necessidade que ele traz de verdade e autenticidade. Isto não deve ser evitado nem negado.

É semelhante a voltar para casa, para tudo o que somos, encontrando finalmente o lugar ao qual pertencemos verdadeiramente; não mais vagueando de um lado para outro para garantir que encontremos, no caminho à frente, apenas as partes de nós mesmos e de nossas vidas que nos interessem encontrar.

2014 é um ano no qual podemos encontrar a nós mesmos em totalidade, olhando de frente para tudo o que somos e para tudo o que significa despertar. Se conseguirmos fazer isto com humildade e graça, poderemos continuar avançando para a luz, sabendo que a escuridão que ela define não é uma ameaça para nada. Ela não é um obstáculo ao despertar, mas faz parte dele, e forma o solo no qual as sementes da Era Aquariana são plantadas.

Sarah Varcas


http://astro-awakenings.co.uk/more-on-the-2014-plutoblack-sun-opposition 
Tradução de Vera Corrêa

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