A Lua será Nova às 23h48min GMT do dia 18 de fevereiro: acolher as trevas do desconhecido enquanto nos mantemos firmes e certos de que o sagrado sempre prevalecerá e, com ele, a nossa essência.
ABARCANDO AS ERAS
18/19 de Fevereiro de 2015: Lua Nova (Negra)
Sarah Varcas
Vocês
podem estar se perguntando em que signo está esta Lua Nova e o que é
uma Lua Negra. Responder à segunda pergunta é mais fácil do que à
primeira… uma Lua Negra é a segunda Lua Nova que ocorre durante a
passagem do Sol por um único signo (conhecido como “mês solar”). A
resposta à primeira pergunta é um pouco mais complexa, pois embora
tecnicamente falando, esta Lua Nova esteja em Aquário, ela está tão
perto da cúspide de Peixes que é quase redundante localizá-la em um dos
dois signos. Esta é uma situação rara e de grande importância. Porque,
embora muitas vezes ouçamos dizer que um planeta está “na cúspide”, na
verdade ele geralmente está nos primeiros ou últimos graus de um signo e
alguém está tirando conclusões precipitadas a respeito da zona
fronteiriça! Esta Lua Nova, entretanto, está decididamente no limite
entre os dois signos, colocando-nos na fronteira entre ambos.
A
Lua será Nova às 23h48min GMT do dia 18 de fevereiro. Se isto ocorresse
poucos minutos mais tarde, ela estaria em Peixes. Mas não ocorrerá, e é
isto que importa! Esta Lua ressoa profundamente com nosso estado atual,
já que estamos cruzando a fronteira entre eras astrológicas. A Era de
Peixes está desaparecendo gradualmente enquanto a Era de Aquário vai
tomando forma. Este processo leva muitas gerações para se completar e
seria errado afirmar, categoricamente, que agora estamos na Era
Aquariana, assim como seria errado afirmar o contrário. Estar vivo na
mudança de eras é uma grande bênção, embora, às vezes, possa parecer uma
grande maldição, comparável a um terremoto sem fim, que atinge
repetidamente todos os lugares em que pensávamos estar mais seguros!
Entretanto, o que talvez nos pareça uma calamidade pessoal pode acabar
se revelando o maior golpe de sorte coletivo, quando finalmente
decidirmos seguir a correnteza e ver onde ela vai nos levar. Esta Lua
nos garante que os esforços de Urano e Plutão, em quadratura desde 2012,
não terão sido em vão, se nos rendermos à necessidade imperiosa de uma
mudança profunda e duradoura, e não fugaz e superficial.
O
verdadeiro poder desta Lua encontra-se em sua visão de futuro, pois ela
nos traz perspectivas de esperança para um mundo renovado. Isto pode
dar a impressão de “pensamento positivo” e irritar nosso “cínico
interior”, mas ela não se deixa perturbar por aqueles que não conseguem
enxergar o que para ela está inegavelmente claro: que tudo o que somos
como seres humanos, nossa própria natureza, as comunidades que
construímos, os relacionamentos que compartilhamos, as prioridades com
base nas quais nosso mundo é construído… tudo isto está se dissolvendo
agora, devagar mas seguramente, gostemos ou não. Independentemente de
estarmos dando adeus, entusiasticamente, ou nos agarrando a esta vida, a
mudança está aqui, tão profunda e tão abrangente que nada nem ninguém
pode evitá-la. E não é que as mudanças estejam acontecendo para nós; na
verdade nós é que somos a mudança. A evolução ocorre internamente, como
um processo integral que anima a forma de vida que está evoluindo. Não é
um evento, mas um modo de ser, uma pulsação alterada, um novo fluxo de
Força Vital em cada célula. À medida que este planeta muda, nós também
mudamos. Esta Lua Negra afirma que sim, nós estamos vivendo no “Final
dos Tempos”. Mas o final é um novo começo e as sombras dos abismos,
sobre os quais muitos estão espreitando agora, estão simplesmente
escondendo a luz do renascimento que arde e brilha eternamente no
coração das trevas.
Assim, como
todas as nossas células são renovadas pelas forças da mudança que
atualmente inunda nosso planeta, cada um de nós também é uma célula de
um organismo muito maior. Enquanto a Mãe Terra nos entrega uma nova era,
nós podemos lhe oferecer ou negar o amor e apoio que ela precisa para o
nascimento. Os piores excessos de alienação da humanidade em relação à
sua própria essência têm sido cometidos contra nossa Mãe planetária, que
vem nos apoiando e alimentando através das eras. Agora ela nos roga que
tenhamos um comprometimento mais profundo com seu bem-estar, que esteja
acima do conforto do nosso próprio ego. Ela quer nos levar consigo para
o novo, mas irá sozinha se continuarmos priorizando nossos desejos,
acima da sobrevivência dela. Ela ainda estará aqui nos séculos
vindouros. O futuro da humanidade é menos certo.
Esta Lua profundamente ponderosa volta-se para cada um de nós com um apelo sincero: “Faça
da mudança evolutiva sua prioridade, sua razão de ser. Comprometa-se
com o longo percurso, custe o que custar. Conecte-se com a Fonte,
vivencie a sua verdadeira natureza, abandone a armadura egóica, que foi
se formando, camada sobre camada, à medida que a vida o desafiava e
quebrava. Esqueça o passado, não em um ato de negação, mas através de um
compromisso radical com a cura que renova todas as coisas, não apenas
em parte, mas completamente.” A mudança de eras necessita de
guerreiros espirituais, de amantes corajosos e daqueles tão intensamente
compassivos que nada possa escapar de seu abraço curador. E exige de
nós uma integridade tão aguda que nos faça sangrar, e uma honestidade
dolorosa e tão crua que nos deixe nus diante dela. Só assim poderemos
mudar de maneira suficientemente profunda para nos tornarmos a própria
fonte da evolução, sua força motriz e não suas pobres vítimas, sua
essência e não sua efluência!
Eu amo
a sensação desta Lua Negra, apesar de ser desafiadora. Ela abarca eras
na terra de ninguém, convidando-nos a ficar no limbo ao seu lado, não
sendo mais quem ou o que éramos e ainda não sendo quem estamos nos
tornando. Este é o primeiro ato de coragem que ela exige: acolher as
trevas do desconhecido enquanto nos mantemos firmes e certos de que o
sagrado sempre prevalecerá e, com ele, a nossa essência. Tudo o mais –
ela nos lembra – pode tornar-se como o pó, disperso nos ventos da
mudança.
Direitos Autorais:
©Sarah Varcas
Tradução de Vera Corrêa
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