Papa Francisco: o Senhor acolha os irmãos coptas mortos como mártires.
O Papa Francisco expressou esta
segunda-feira sua dor pelo assassinato de 21 cristãos coptos do Egito,
decapitados pelo Estado Islâmico (ISIS) na Líbia. “Foram assassinados pelo
simples fato de serem cristãos”, denunciou o Pontífice.
O Santo Padre manifestou seu pesar durante o encontro com John Chalmers, Moderador da Igreja reformada de Escócia, com quem dialogou sobre o ecumenismo e pediu que “o que tenhamos em comum seja maior do que aquilo que nos pode dividir”.
“Permito-me recorrer à minha língua materna para expressar um profundo e triste sentimento. Hoje pude ler sobre a execução desses 20,21, 22 cristãos coptos. Somente dizia ‘Jesus me ajude’. Foram assassinados pelo simples fato de serem cristãos. Você, irmão, em seu discurso breve se referiu ao que acontece a terra de Jesus. O sangue de nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita. Sejam católicos, ortodoxos, coptos, luteranos, não interessa: são cristãos. E o sangue é o mesmo, o sangue confessa Cristo”, expressou Francisco.
“Recordando a estes irmãos que foram mortos apenas pelo fato de confessar a Cristo, peço que nos animemos mutuamente a seguir adiante com este ecumenismo que nos está encorajando, o ecumenismo do sangue. Os mártires são todos eles cristãos, rezemos uns pelos outros (...) juntos no caminho da sabedoria, da benevolência, da força e da paz”, afirmou.
O Santo Padre manifestou seu pesar durante o encontro com John Chalmers, Moderador da Igreja reformada de Escócia, com quem dialogou sobre o ecumenismo e pediu que “o que tenhamos em comum seja maior do que aquilo que nos pode dividir”.
“Permito-me recorrer à minha língua materna para expressar um profundo e triste sentimento. Hoje pude ler sobre a execução desses 20,21, 22 cristãos coptos. Somente dizia ‘Jesus me ajude’. Foram assassinados pelo simples fato de serem cristãos. Você, irmão, em seu discurso breve se referiu ao que acontece a terra de Jesus. O sangue de nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita. Sejam católicos, ortodoxos, coptos, luteranos, não interessa: são cristãos. E o sangue é o mesmo, o sangue confessa Cristo”, expressou Francisco.
“Recordando a estes irmãos que foram mortos apenas pelo fato de confessar a Cristo, peço que nos animemos mutuamente a seguir adiante com este ecumenismo que nos está encorajando, o ecumenismo do sangue. Os mártires são todos eles cristãos, rezemos uns pelos outros (...) juntos no caminho da sabedoria, da benevolência, da força e da paz”, afirmou.
Papa Francisco em Santa
Marta:
o
Senhor acolha os irmãos coptas mortos como mártires
Missa do Papa em Santa Marta
Radio Vaticano-17/02/2015 11:48
“Ofereçamos esta Missa
pelos nossos 21 irmãos coptas, degolados pelo único motivo de serem cristãos”:
assim, o Papa iniciou a missa desta terça-feira (17/02), celebrada na capela da
Casa Santa Marta.“Rezemos por eles, para que o Senhor os acolha como mártires,
por suas famílias, pelo meu irmão Tawadros, que tanto sofre”, disse Francisco,
que citou o Salmo 31: “Javé, eu me abrigo em ti. Sê para mim um forte rochedo,
uma casa fortificada que me salve; guia-me por teu
nome”.
O Papa desenvolveu a sua homilia a partir do trecho do Gênesis, que mostra a ira de Deus pela maldade do homem e que preanuncia o dilúvio universal. O homem, constatou o Papa Francisco com pesar, “parece ser mais poderoso do que Deus”, “é capaz de destruir as coisas boas que Ele fez”.
Nos primeiros capítulos da Bíblia,
prosseguiu, há muitos exemplos – de Sodoma e Gomorra à Torre de Babel – em que o
homem mostra a sua maldade. Um mal, disse, que se aninha no íntimo do
coração:
“‘Mas padre, não seja tão
negativo!’, alguém dirá. Mas esta é a verdade. Somos capazes de destruir
inclusive a fraternidade: Caim e Abel nas primeiras páginas da Bíblia. Destrói a
fraternidade. É o início das guerras. Os ciúmes, as invejas, tanta avidez de
poder, de ter mais poder. Sim, isso parece negativo, mas é realista. Peguem um
jornal, um qualquer – de esquerda, de centro, de direita...qualquer um. E vejam
que mais de 90% das notícias são de destruição. Mais de 90%. E isso o vemos
todos os dias”.
“Mas o que acontece no coração do
homem?”, perguntou-se Francisco. Jesus, disse ele, nos recorda que “do coração
do homem saem todas as maldades”. Há sempre uma “vontade de autonomia”: “eu faço
o que quero e se eu quiser isso, o faço! E se para isso tiver que fazer uma
guerra, eu faço!”:
“Mas por que somos assim? Porque
temos essas possibilidade de destruição, este é o problema. Depois, nas guerras,
no tráfico de armas... ‘Mas somos empresários!’. Sim, do quê? De morte? E há
países que vendem as armas a este, que está em guerra com aquele, e vendem
também àquele, para que assim a guerra continue. Capacidade de destruição. E
isso não vem do próximo: de nós! ‘Todo desígnio do seu coração era continuamente
mau’. Nós temos esta semente dentro, esta possibilidade. Mas temos também o
Espírito Santo que nos salva, eh! Mas devemos escolher, nas pequenas
coisas”.
O Papa então advertiu para as
bisbilhotices, de quem fala mal do próximo: “também na paróquia, nas
associações”, quando há “ciúme” e “invejas” e talvez se conta tudo para o
pároco. “Isso – advertiu – é malvadade, é a capacidade de destruição que todos
nós temos”. E sobre isso, “a Igreja, às portas da Quaresma, nos faz
refletir”.
O Papa citou em seguida o
Evangelho do dia, em que Jesus repreende os discípulos que brigam entre si
porque se esqueceram de pegar o pão. O Senhor diz a eles que estejam “atentos”
ao fermento dos fariseus, ao fermento de Herodes. E cita o exemplo de duas
pessoas: Herodes, que é mau e assassino, e os fariseus hipócritas. Jesus os
exorta a pensar na salvação, àquilo que Deus fez por todos nós. Mas eles,
retomou o Papa, “não entendiam, porque o coração estava endurecido por esta
paixão, por esta maldade de discutir entre si e ver quem era o culpado por
aquela falta de pão”.
Devemos levar "a sério" a mensagem
do Senhor, disse ainda o Papa, "não se trata de coisas estranhas, este não é o
discurso de um “marciano", "o homem é capaz de fazer tanto bem". E citou o
exemplo de Madre Teresa, "uma mulher do nosso tempo". Todos nós, disse, "somos
capazes de fazer o bem, mas todos nós somos também capazes de destruir; destruir
no grande e no pequeno, na mesma família; destruir os filhos", não deixá-los
crescer “com liberdade, não ajudando-os a crescer bem; cancelando os filhos”.
Temos essa capacidade e para isso, reiterou, "é necessária a meditação contínua,
a oração, a comparação entre nós, para não cair nesse mal que destrói
tudo":
"E nós temos a força, Jesus nos
recorda. E hoje nos diz: 'Recorda-te. Recorda-te de Mim, que eu derramei o meu
sangue por ti; recorda-te de Mim que eu te salvei, eu salvei a todos vós;
Recorda-te de Mim, que Eu tenho a força para te acompanhar no caminho da vida,
não pelo caminho do mal, mas pelo caminho do bem, do fazer o bem aos outros; não
pelo caminho da destruição, mas pelo caminho da construção: construir uma
família, construir uma cidade, construir uma cultura, construir uma pátria, mais
e mais".
"Peçamos ao Senhor, hoje, esta
graça antes de começar a Quaresma - concluiu o Papa: sempre escolher bem o
caminho com a sua ajuda e não deixar-se enganar pelas seduções que nos levam
para o caminho errado". (SP/BF)
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