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Papa Francisco: o Senhor acolha os irmãos coptas mortos como mártires.





Dor do Papa Francisco pelo assassinato
de 21 cristãos egípcios

VATICANO, 17 Fev. 15 / 10:54 am (ACI/EWTN Noticias)
 
O Papa Francisco expressou esta segunda-feira sua dor pelo assassinato de 21 cristãos coptos do Egito, decapitados pelo Estado Islâmico (ISIS) na Líbia. “Foram assassinados pelo simples fato de serem cristãos”, denunciou o Pontífice.

O Santo Padre manifestou seu pesar durante o encontro com John Chalmers, Moderador da Igreja reformada de Escócia, com quem dialogou sobre o ecumenismo e pediu que “o que tenhamos em comum seja maior do que aquilo que nos pode dividir”.

“Permito-me recorrer à minha língua materna para expressar um profundo e triste sentimento. Hoje pude ler sobre a execução desses 20,21, 22 cristãos coptos. Somente dizia ‘Jesus me ajude’. Foram assassinados pelo simples fato de serem cristãos. Você, irmão, em seu discurso breve se referiu ao que acontece a terra de Jesus. O sangue de nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita. Sejam católicos, ortodoxos, coptos, luteranos, não interessa: são cristãos. E o sangue é o mesmo, o sangue confessa Cristo”, expressou Francisco.

“Recordando a estes irmãos que foram mortos apenas pelo fato de confessar a Cristo, peço que nos animemos mutuamente a seguir adiante com este ecumenismo que nos está encorajando, o ecumenismo do sangue. Os mártires são todos eles cristãos, rezemos uns pelos outros (...) juntos no caminho da sabedoria, da benevolência, da força e da paz”, afirmou.


Papa Francisco em Santa Marta: 
o Senhor acolha os irmãos coptas mortos como mártires

Missa do Papa em Santa Marta
Radio Vaticano-17/02/2015 11:48

“Ofereçamos esta Missa pelos nossos 21 irmãos coptas, degolados pelo único motivo de serem cristãos”: assim, o Papa iniciou a missa desta terça-feira (17/02), celebrada na capela da Casa Santa Marta.“Rezemos por eles, para que o Senhor os acolha como mártires, por suas famílias, pelo meu irmão Tawadros, que tanto sofre”, disse Francisco, que citou o Salmo 31: “Javé, eu me abrigo em ti. Sê para mim um forte rochedo, uma casa fortificada que me salve; guia-me por teu nome”.

O Papa desenvolveu a sua homilia a partir do trecho do Gênesis, que mostra a ira de Deus pela maldade do homem e que preanuncia o dilúvio universal. O homem, constatou o Papa Francisco com pesar, “parece ser mais poderoso do que Deus”, “é capaz de destruir as coisas boas que Ele fez”.

Nos primeiros capítulos da Bíblia, prosseguiu, há muitos exemplos – de Sodoma e Gomorra à Torre de Babel – em que o homem mostra a sua maldade. Um mal, disse, que se aninha no íntimo do coração:

“‘Mas padre, não seja tão negativo!’, alguém dirá. Mas esta é a verdade. Somos capazes de destruir inclusive a fraternidade: Caim e Abel nas primeiras páginas da Bíblia. Destrói a fraternidade. É o início das guerras. Os ciúmes, as invejas, tanta avidez de poder, de ter mais poder. Sim, isso parece negativo, mas é realista. Peguem um jornal, um qualquer – de esquerda, de centro, de direita...qualquer um. E vejam que mais de 90% das notícias são de destruição. Mais de 90%. E isso o vemos todos os dias”.

“Mas o que acontece no coração do homem?”, perguntou-se Francisco. Jesus, disse ele, nos recorda que “do coração do homem saem todas as maldades”. Há sempre uma “vontade de autonomia”: “eu faço o que quero e se eu quiser isso, o faço! E se para isso tiver que fazer uma guerra, eu faço!”:

“Mas por que somos assim? Porque temos essas possibilidade de destruição, este é o problema. Depois, nas guerras, no tráfico de armas... ‘Mas somos empresários!’. Sim, do quê? De morte? E há países que vendem as armas a este, que está em guerra com aquele, e vendem também àquele, para que assim a guerra continue. Capacidade de destruição. E isso não vem do próximo: de nós! ‘Todo desígnio do seu coração era continuamente mau’. Nós temos esta semente dentro, esta possibilidade. Mas temos também o Espírito Santo que nos salva, eh! Mas devemos escolher, nas pequenas coisas”.

O Papa então advertiu para as bisbilhotices, de quem fala mal do próximo: “também na paróquia, nas associações”, quando há “ciúme” e “invejas” e talvez se conta tudo para o pároco. “Isso – advertiu – é malvadade, é a capacidade de destruição que todos nós temos”. E sobre isso, “a Igreja, às portas da Quaresma, nos faz refletir”.

O Papa citou em seguida o Evangelho do dia, em que Jesus repreende os discípulos que brigam entre si porque se esqueceram de pegar o pão. O Senhor diz a eles que estejam “atentos” ao fermento dos fariseus, ao fermento de Herodes. E cita o exemplo de duas pessoas: Herodes, que é mau e assassino, e os fariseus hipócritas. Jesus os exorta a pensar na salvação, àquilo que Deus fez por todos nós. Mas eles, retomou o Papa, “não entendiam, porque o coração estava endurecido por esta paixão, por esta maldade de discutir entre si e ver quem era o culpado por aquela falta de pão”.

Devemos levar "a sério" a mensagem do Senhor, disse ainda o Papa, "não se trata de coisas estranhas, este não é o discurso de um “marciano", "o homem é capaz de fazer tanto bem". E citou o exemplo de Madre Teresa, "uma mulher do nosso tempo". Todos nós, disse, "somos capazes de fazer o bem, mas todos nós somos também capazes de destruir; destruir no grande e no pequeno, na mesma família; destruir os filhos", não deixá-los crescer “com liberdade, não ajudando-os a crescer bem; cancelando os filhos”. Temos essa capacidade e para isso, reiterou, "é necessária a meditação contínua, a oração, a comparação entre nós, para não cair nesse mal que destrói tudo":

"E nós temos a força, Jesus nos recorda. E hoje nos diz: 'Recorda-te. Recorda-te de Mim, que eu derramei o meu sangue por ti; recorda-te de Mim que eu te salvei, eu salvei a todos vós; Recorda-te de Mim, que Eu tenho a força para te acompanhar no caminho da vida, não pelo caminho do mal, mas pelo caminho do bem, do fazer o bem aos outros; não pelo caminho da destruição, mas pelo caminho da construção: construir uma família, construir uma cidade, construir uma cultura, construir uma pátria, mais e mais".

"Peçamos ao Senhor, hoje, esta graça antes de começar a Quaresma - concluiu o Papa: sempre escolher bem o caminho com a sua ajuda e não deixar-se enganar pelas seduções que nos levam para o caminho errado". (SP/BF)
 

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