O ESPÍRITO DO SOL
OMA e O ESPÍRITO DO SOL
(Questões / Respostas)
Podemos, então, abrir, agora, nossas conversas.
Podemos, então, abrir, agora, nossas conversas.
Eu escuto, portanto, para nós dois, a primeira questão.
Questão: qual explicação você pode dar em relação ao falecimento súbito de uma pessoa de quinze anos, em boa saúde, cujo coração consumiu-se?
Eu responderei, simplesmente: «Feliz é essa Liberação, Felix é essa consumação do coração».
O olhar de uma pessoa encarnada em relação à morte é, sempre, sujeito à noção de perda, ou de interrogação.
O modo pelo qual essa morte produziu-se é uma liberação total da matriz, eu diria, mesmo, de qualquer matriz, qualquer que seja.
Houve Liberação total, conjunta à forma e ao sem forma.
Qual é o interesse, para aquele que vive a inteireza da magnificência do Absoluto, de permanecer, ainda que apenas um segundo nessa ilusão?
Só aquele que permanece interroga-se, só aquele que permanece na ilusão pode ali ver um erro, um carma ou outra coisa que não a beleza da verdade dessa Liberação.
A consumação do coração não é, unicamente, o que vocês nomeiam o coração Ascensional ou o coração vibral, é, realmente, o efeito instantâneo da Ascensão individual, que não tem mais necessidade nem desse corpo nem de outros corpos.
A consciência é pura, independente de qualquer forma, que passou, na carne, a última Porta, que consumiu o coração órgão, liberando o Coração de Diamante.
Nada mais é, então, necessário, exceto, é claro, para aquele que permanece na ilusão.
Assim, em cada evento, em cada morte, em cada partida como em cada chegada, aquele que é separado, de um modo ou de outro, da totalidade de sua Eternidade, não pode compreender nem apreender nem, mesmo, explicar, ele pode apenas ficar perplexo por esse gênero de falecimento.
A Vida é independente da vida nesse mundo; a vida nesse mundo não é a Vida, mas ela suporta, de qualquer forma, a vida e a Vida, vocês sabem disso, são vocês, vocês são o mundo.
Enquanto você não tenha acedido a essa realidade, toda perda, quer seja a sua ou aquela de não importa qual outro, não pode ser considerada nesse ponto de vista.
O ser Liberado tem a inteira liberdade de desaparecer, instantaneamente, dessa ilusão, sem atentar aos seus dias, sem reação alguma, mas, simplesmente, revelando o coração Ascensional em sua maior intensidade, o que dá a viver o desaparecimento imediato da ilusão, da esfera da consciência e da esfera de toda manifestação, em qualquer mundo, qualquer dimensão, qualquer universo ou multiverso.
Aqui, nesse mundo, a Eternidade não existe.
O efêmero tem um fim, e a palavra fim é algo que a própria consciência não pode conceber, uma vez que ela é apenas a manifestação e a projeção do Absoluto, em qualquer forma ou em qualquer particularismo de consciência que seja.
Ser Eterno não é ser efêmero.
Nesse mundo, vocês sobrepõem, atualmente, o Eterno e o efêmero.
Isso, também, terá um fim, para deixar nascer o que jamais desapareceu ou para renascer, para melhor apreender o que há a apreender, para soltar tudo na ilusão, de toda consciência, de todo mundo e de toda dimensão.
Eu sou o Espírito do Sol.
Eu não sou matriz alguma.
Eu não tenho projeto algum, nem para vocês, nem para mim.
Eu sou a Liberdade que canta e que dança na folha que se agita pelo vento.
Eu sou o oceano.
Eu sou o nascimento e a morte.
Eu sou o que participa de toda manifestação da consciência.
Eu sou, também, o Amor, aquele que vocês são.
Eu sou, também, seu Amigo, aquele que vocês são.
Eu sou, também, «Aquele que vocês são», se vocês são «Aquele que eu sou».
Só o efêmero tem medo.
Só o limitado conhece a falta e o sofrimento, no entanto, o Ilimitado aí está presente.
Ele não é reconhecido enquanto você mesmo adere ao que quer que seja da ilusão.
Eu diria que o único modo de ser Livre é aderir à Vida, ao Espírito do Sol, pelo viés da matriz Crística, pelo viés da Porta Estreita ou pelo viés de sua própria consciência, chegada ao estágio final de sua manifestação, que você nomeia a Infinita Presença.
Daí, é preciso dar o salto no que essa Infinita Presença pode perceber, como último sopro de consciência, como uma extinção e um desaparecimento.
Sim, há extinção e desaparecimento de todo jogo da consciência, em qualquer dimensão que seja.
Aí se encontra, você sabe, a única Verdade.
Mas eu estou aí para cantar essa única Verdade em todo mundo, com forma e sem forma, porque eu não sou tributário nem de uma forma, nem de uma dimensão, nem de uma atribuição, nem mesmo de uma função.
Eu sou a Luz que coroa, uma vez mais, sua cabeça e seu coração.
Eu sou a Merkabah interdimensional.
Eu sou o Amigo como eu sou o Inimigo, conforme o que você queira ver e conforme onde você esteja.
A cada questão, e na sequência de cada resposta, como foi iniciado há muito numerosos anos por um dos Anciões, nomeado Mestre Ram, volta a ser-lhe proposta, hoje, a resposta pelas palavras e a resposta pelo Espírito do Sol, sem as palavras, que vocês nomeavam, anteriormente, a resposta do Silêncio, aquela do desaparecimento de toda manifestação.
Então, aí está a resposta:
… Silêncio…
Queiram enunciar a questão seguinte.
Questão: não mais procurar compreender nossos modos de funcionamento ou modificá-los, para deixar trabalhar a Inteligência da Luz, é o que se chama Abandono? Se sim, qual é o papel de nossa pequena inteligência e o que é que exprime essa questão em mim?
Bem amado do Um, compreender os mecanismos de funcionamento, quer seja ao nível cognitivo, quer seja ao nível dos comportamentos, quer seja ao nível cármico, quer seja ao nível psicológico, como ao nível relacional, isso é destinado a permitir-lhe melhorar o funcionamento da pessoa nesse mundo, mas não o aproximará, jamais, da Eternidade, porque, para isso, é preciso, efetivamente, soltar tudo o que concerne à pessoa, tudo o que concerne às transações, as relações com o que está ao seu redor.
Entrar na interioridade é fazer-se perceber, a si mesmo, que tudo se desenrola, concretamente, em seu mundo interior, que é, exatamente, o que você vê no exterior.
Você está em um sonho comum, do qual você vai acordar proximamente.
Alguns não querem acordar, preferem continuar a dormir, preferem continuar a estudar a prisão, preferem estudar tudo o que concerne a esse mundo ao invés de aceitar e acolher a Graça da Luz.
Você não pode encontrar qualquer Graça, simplesmente, melhorias, conhecendo-se na prisão.
O conhecimento de si é apenas ignorância, se se faz referência à Luz vibral, à Unidade e à Eternidade.
Dito em outros termos, a Eternidade em nada é concernida por seus jogos ilusórios, por sofrimentos oriundos desses jogos, pela falsificação, mesmo desencadeada do exterior, porque tudo isso não existe, não tem sentido algum nem qualquer direção, se não é viver a experiência e, no que concerne à sua experiência, aperceber-se de que, real e concretamente, ela para nada serve, se não é até o momento em que você aceita afastar-se de toda noção de forma, de relação, de qualquer interação nesse mundo.
Isso não é para realizar no plano dos feitos dessa matéria.
Dito em outros termos, para nada serve retirar-se de sua vida, mas, bem mais, ver, nela, os limites e os véus, ver a incongruência, ver a desesperança para encontrar, enfim, a verdadeira Vida, aquela que o põe na alegria e que não depende, justamente, de qualquer interação, de qualquer transação, nem de qualquer das facetas de sua personalidade.
Os tempos estão consumados e chegados, tudo isso toma uma acuidade mais importante, porque, aí, você procura e encontra apenas deserto e esterilidade.
Enquanto, se você nada procura, enquanto, se você acolhe, sem restrições e sem limites, o que se apresenta a você, se você está livre para a Luz, então, você está livre de sua pessoa, você está livre de toda história, de todo projeto, de toda evolução.
Só o instante é Eterno.
Enquanto, o que você vive, leva-o a interrogar-se sobre o sentido de uma relação, sobre o sentido de uma percepção, o que não quer dizer que não seja preciso vivê-las, mas, sim, deixá-las atravessar o campo do que você é – porque, nesse mundo, não é você que se move, é o mundo que se move ao seu redor – enquanto você não tiver apreendido e vivido isso, você não conseguirá, jamais, estabelecer-se no Silêncio, na Morada de Paz Suprema e na Eternidade.
É uma quimera crer que um sistema de conhecimento, que uma compreensão do Si ou da própria pessoa vá permitir-lhe encontrar o que você procura.
Bem ao contrário, é, efetivamente, o inverso que se produz.
Qualquer que seja a progressão que você tenha observado no caminho do Si, qualquer que seja a melhoria real de suas condições físicas, energéticas e, mesmo, espirituais, isso, estritamente, nada representa e pertence, do mesmo modo, ao efêmero, como sua própria vida.
O que está além da consciência, a Liberação, não concerne à consciência, não concerne nem ao testemunho nem à investigação nem à refutação nem ao lugar das estrelas no céu nem às suas origens estelares nem às suas linhagens nem nada do que se relaciona a isso.
No momento em que você solta, de maneira irremediável, definitiva e eterna, tudo isso, é que a Verdade aparece.
A Verdade não pode ser acompanhada de qualquer história, de qualquer origem, de qualquer evolução, como de qualquer involução, de qualquer transformação e de qualquer possibilidade de não ser Isso, ou seja, o Absoluto.
Hoje, os sinais têm sido inumeráveis, tanto em você como ao seu redor, como na totalidade desse mundo.
Há muito tempo e em todos os tempos, o que vocês nomeiam Profetas deixaram sinais, assim como a própria Terra deixou-lhes, gravados em sua pedra, sua história.
Mas tudo isso nada mais representa do que a continuação da história.
A Eternidade não conhece qualquer história.
O Silêncio e o Acolhimento põem fim a todo antagonismo e a toda dificuldade.
Só o que vocês são É.
Nesse sentido, vocês são a Fonte, nisso, vocês são o Absoluto e, enquanto não tenham visto isso, em qualquer outro como em qualquer manifestação, como em qualquer dimensão, mesmo se as tenham explorado, vocês são, realmente, Livres?
Então, você deve ser não, unicamente, isso, mas bem mais do que isso.
E, nisso, você deve desaparecer nesse mundo.
Desaparecer nesse mundo não é esconder-se, mas estar plenamente presente, no Instante Eterno de sua Presença Infinita, da Alegria Infinita, quando você se tem nesse lugar no qual não há mais lugar preferível a outro, no qual não há mais espaço preferível a outro, no qual não existe mais do que você, porque a relação faz nascer «Aquele que é» e «Aquele que vem», Cristo.
Enquanto você não vê Cristo entre você e o outro – porque o outro é você e ele é Cristo – quaisquer que sejam as circunstâncias, você não é digno de ser Livre.
Isso não é, simplesmente, questão de dignidade, mas, bem mais, de ver, realmente, além de toda aparência, ver, realmente, além de toda visão, de toda história e de todo mundo, a realidade de seu ser, aquele que está no não ser e que dá nascimento ao ser.
Isso não pode ser uma convicção, não pode ser uma busca, não pode ser uma crença, apenas pode ser uma Evidência, ou uma recusa, para você.
Não há posição intermediária.
Não há, tampouco, punição.
Há, simplesmente, uma consciência que tem necessidade de ser livre ou há, simplesmente, uma consciência que não tem mais necessidade de existir, ou seja, ter-se fora do que ela é, ou seja, a a-consciência, que compreende, nela, tudo, absolutamente tudo.
E, no entanto, de seu ponto de vista, isso é apenas néant.
Lembre-se de que a Luz é oriunda das Trevas, o que dá a aparência de uma Criação e dá a aparência de uma luta entre a Luz e as Trevas.
Então, constroem-se histórias, constroem-se confinamentos ou liberdades, constroem-se experiências, livres e espontâneas, produzem-se experiências espontâneas e organizadas.
Tudo isso é permitido.
Tudo isso é magnífico, mas é nada, na magnificência do Absoluto.
E, no entanto, isso não pode ser nem uma pesquisa, nem uma busca, nem mesmo uma investigação, doravante, nem mesmo uma refutação.
É uma Evidência que convém acolher, para que esse mundo não seja mais outra coisa que não o que ele é para você.
… Silêncio…
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