Relatório da Energia Astrológica de Dezembro de 2015
NA REDE DO DESPERTAR
Relatório da Energia Astrológica de Dezembro de 2015
Sarah Varcas,
27 de novembro de 2015
luz de gaia
Então, aqui estamos nós aproximando-nos do final de mais um ano. Se vocês se parecerem um pouquinho comigo, estarão se perguntando para onde ele foi! Dezembro começa – apropriadamente, talvez – com reflexos e explosões do passado, lembrando-nos que não deixamos nosso Eu para trás quando mudamos e crescemos, mas, ao contrário, nós o integramos melhor no Eu mais completo, autêntico e eficiente que surge da nossa autoanálise profunda. Este não é um processo que nos torna “especiais” ou alguma coisa mais do que humanos, mas que nos leva a um estado de humanidade plena, funcionando em todos os níveis – físico, mental, emocional e espiritual – de um modo equilibrado e integrado.
Ao evoluirmos coletivamente, cada um contribuindo com sua parte no despertar deste planeta, devemos fazer isto com todo o nosso ser, sem deixar de lado o reino material por algo “mais espiritual”, nem as emoções por algo “mais pacífico”. Todo aspecto da experiência humana é combustível para a máquina do despertar, e cada momento da nossa vida oferece alimento precioso para discernimento e expansão. Neste mês, os céus nos lembram que podemos despertar a qualquer momento, independentemente de quem sejamos, do que estejamos fazendo ou do que fizemos anteriormente. Assim como pode acontecer com qualquer outra pessoa. Ninguém é irrecuperável. Ninguém é uma causa perdida. Todos nós estamos dentro de uma rede energética de luz e escuridão, atividade e descanso, percepção e ignorância, amor e medo. Estes aparentes opostos, ao contrário de dificultarem o despertar, fornecem justamente o atrito que alimenta seu progresso. Pois uma vez que nos abrimos para a possibilidade de poder ser tudo isto e ainda mais, alguma coisa dentro de nós se libera, nossas fronteiras se expandem e passamos a não ser mais definidos por eventos em um caminho linear de experiência, mas pela imensidão daquilo em que todos nós nos transformamos, quando simplesmente nos tornamos quem verdadeiramente somos.
Novembro terminou com a primeira quadratura exata entre Saturno e Netuno. Enquanto dezembro estiver em andamento, nós ainda estaremos nos acostumando com a nova dinâmica que estará conosco durante grande parte do ano que vem. Este alinhamento nos testará e nos fortalecerá, ao mesmo tempo. Ele exige sabedoria madura e não pensamentos fantasiosos; espiritualidade incorporada e não fuga fantástica de um mundo sob pressão. Em sua quadratura, Saturno e Netuno insistem para que cada um de nós aspire a ser o “Eu” mais pleno e autêntico que puder, e a expressar esse “Eu” da maneira mais madura. Esta não é uma tarefa fácil e, para muitos de nós, vai exigir um esforço considerável! Em um mundo muitas vezes mobilizado para espalhar medo e ódio, divisão e enfraquecimento do poder pessoal, precisamos de um coração forte e uma mente clara para não sermos levados por tudo isso. Mas os céus sustentam todos os nossos esforços para não o sermos. Eles incentivam a reflexão e a sabedoria, a observação profunda de questões complexas e não uma avaliação simplista, branco-e-preta de um mundo à beira do caos.
Pois, se estamos à beira de algo, não precisa ser daquilo que muitos consideram que seja. Dizem que estamos na iminência de uma guerra (que já é uma realidade para muitos), que estamos à beira de uma catástrofe climática, à beira de um colapso econômico e de um desastre geral. Sim, tudo isto faz parte da beira do penhasco onde nos encontramos. Mas este é um penhasco de dois lados, sendo que um deles está voltado para a restauração e o despertar, e está a apenas um passo de distância de nós. E podemos escolher para que lado saltaremos! A quadratura Saturno/Netuno exige que moldemos nossa vida de modo a possibilitar uma resposta compassiva e honrada; uma resposta que venha da lucidez de um coração sem restrições, mesmo diante de provas desafiadoras e perversas. É muito mais difícil dar espaço para “o outro” – que muitas vezes é considerado uma ameaça – quando nossa própria vida está tão cheia, que mal conseguimos encontrar tempo para nós mesmos ou para aqueles que amamos. A necessidade de desacelerar, de limpar do nosso cotidiano os detritos que obstruem nossa consciência e ocupam nossas mentes e corações, nunca foi tão vital quanto é agora. É muito mais fácil receber o medo com amor, e o ódio com intensa compaixão, quando permanecemos no nosso próprio centro, conectados com algo maior do que o “pequeno eu” que vive sempre sob tensão. Precisamos organizar nossa vida para dar espaço à compaixão, à sabedoria, à reflexão, em vez de guardá-las como pensamentos, até que tudo o mais esteja fora do nosso caminho. Pois, sempre haverá “tudo o mais”. “Tudo o mais” não vai para lugar nenhum. E para citar Martin Luther, a maioria de nós está sempre muito ocupada para orar, refletir, meditar, dançar, cantar, pintar, tocar ou escrever e assim manifestar nosso próprio Eu sábio e sagrado.
Na última semana de novembro, Júpiter cruzou o grau do eclipse solar de 13 de setembro, reavivando as questões e experiências daquele momento. Como resultado, é possível que agora “caia uma ficha” que antes estava presa, e as coisas que causaram confusão fiquem mais claras. Esta mudança de entendimento e percepção pode ser tão significativa, que nos leve a concluir negócios inacabados, permitindo que nos liberemos e sigamos em frente, ao enxergarmos totalmente o quadro maior no qual os eventos recentes ocorreram.
Entretanto, agora, com Urano e Plutão ecoando sua quadratura de 2012 a 2015, e o Sol em quadratura com Netuno para começar o mês, é possível que achemos o passado muito sedutor, e sejamos atraídos de volta às velhas dinâmicas, justamente quando precisamos enxergá-las através da sabedoria do presente. É bom ficarmos atentos a isto! O cosmos indica uma oportunidade de libertação real do passado agora, mas precisamos nos comprometer a cumprir este potencial em vez de nos deixarmos oprimir por pensamentos e sentimentos ultrapassados que devem ser transformados diante da nossa visão interior.
Vênus entrando em Escorpião no dia 5, seguida pela entrada de Mercúrio em Capricórnio no dia 10, nos ajudam a entender pragmaticamente os desejos mais profundos que alimentam o avanço da nossa jornada pela vida. Neste momento de grande mudança, cada um de nós deve refletir sobre aonde seus desejos o levam e a que necessidades eles servem. Uma autoanálise franca, séria, direta neste mês pode nos trazer revelações relevantes sobre nossa natureza mais profunda, ajudando-nos a perceber como sabotamos a nós mesmos. Com a quadratura entre Saturno e Netuno realizando seu trabalho agora, é melhor evitar procurar satisfação pessoal às custas do bem-estar coletivo. Todos nós somos responsáveis pelo Todo e por cumprir essa responsabilidade alinhando nossas vidas individuais com o impulso maior da evolução consciente. A satisfação pessoal é vital para uma vida bem vivida, entretanto é fácil confundi-la com o esforço para controlar a vida e conseguir o que queremos custe o que custar! Hoje em dia, a satisfação pode ter que adotar um tom diferente…
Uma Lua Nova em Sagitário, em 11 de dezembro, desafia a complacência e estimula o comprometimento com metas mais corajosas do que antes. Os pessimistas podem nos dizer que somos excêntricos, que vivemos nas nuvens, sem nenhuma noção da realidade. Deixem que digam e pensem o que quiserem. Nós, ou provaremos que eles estão certos ou que estão errados. E nenhum destes resultados será o mais importante. Às vezes precisamos da visão de um futuro que nos empolgue, mesmo que, em última análise, nos contentemos com algo totalmente diferente. O importante é não deixarmos a vida passar por nós como um grande sonho sem fazermos nada, mas sonharmos e agirmos, termos esperança e comprometermo-nos. Existe uma grande diferença entre fantasia e planos ousados, e agora é um bom momento para nos familiarizarmos com esta diferença, de modo a nos assegurarmos de que estamos no lado certo dela!
Uma oposição entre Marte e o planeta anão Eris, entre 15 e 27 de dezembro, indica uma segunda quinzena intensa, com ondas e mais ondas de energias perturbadoras, mas, ao mesmo tempo, libertadoras, que inundarão nosso planeta. O que faremos com elas é uma questão pessoal! Podemos usá-las para remover de uma vez por todas as teias de aranhas deste ano, limpando totalmente nossa vida, abrindo-nos para uma nova. Podemos aproveitá-las para romper bloqueios internos e externos que têm frustrado nosso progresso nos últimos meses. Ou podemos deixá-las assumir o comando e prejudicar as últimas semanas do ano. Sugiro firmemente que uma das duas primeiras opções é o melhor caminho a seguir neste momento! Estas são energias poderosas, mas não estão além da nossa capacidade de gerenciá-las, desde que façamos isto com foco constante, com humildade quando apropriado, confiança quando necessário e a intenção permanente de possibilitar uma amplidão cada vez maior da qual um futuro equilibrado e gratificante possa emergir.
Uma Lua Cheia em Câncer no dia 25 de dezembro traz à tona, mais uma vez, a questão dos nossos desejos e do que fazemos para realizá-los. Se abordarmos a vida a partir da perspectiva do que ela pode fazer por nós, estaremos em eterno estado de carência, procurando alguma coisa “lá fora”, separada de nós mesmos, para preencher um vácuo interno. Ao mudarmos a pergunta para “o que podemos fazer pela vida?”, abrimos as comportas da providência, da sincronicidade e da esperança, que conspiram para possibilitar o cumprimento efetivo do nosso papel no drama coletivo do despertar. Citando um antigo ditado, “Natal é para doar, não para receber”, e isto nunca foi tão apropriado como agora, quando uma Lua Cheia no Natal ilumina tudo o que temos a compartilhar – física, emocional e espiritualmente – e nos pergunta como pretendemos fazer isto!
A última semana do ano nos oferece diversão relaxante bem como alguns enigmas irritantes para nos manter ocupados! A aliança suave e criativa entre Júpiter, Nodo Norte, Vênus e Mercúrio, entre os dias 25 e 27, garantem alguns momentos felizes e insights simples sobre como ajudar a vida a fluir; enquanto um Yod, formado pelo Sol, Netuno e a Lua, em 27 e 28, nos recordam que o melhor meio de fazer isto pode ser simplesmente não se importando com o que possa acontecer, como disse certa vez Krishnamurti. Isto não é o mesmo que aceitar tudo passivamente, mas implica numa atitude de abertura para o momento presente, possibilitando responsividade no lugar de reatividade, e clareza de intenção em vez de uma mente estressada e um coração calcificado pela resistência ao agora.
No dia 30 de dezembro temos Vênus entrando num clima de festa, ao entrar em Sagitário, pouco antes da Lua Negra Lilith formar uma quadratura em T com Urano e Plutão, para encerrar o ano de uma forma poderosa. Há uma sensação leve, embora intensa, ao final do ano, com a incerteza do que poderá se abater sobre nós, ao mesmo tempo em que nos esquivamos das preocupações do mundo para celebrar um novo começo à meia-noite. 2016 promete ser um outro passeio de furacão, com a quadratura Saturno/Netuno deixando sua marca e o início de uma conjunção entre Eris e Urano como nunca se viu antes. Portanto, segurem seus chapéus e inscrevam-se no passeio. A vida está prestes a se tornar mais interessante ainda!
© Sarah Varcas www.astro-awakenings.co.uk
Fonte: http://astro-awakenings.co.uk/december-2015-astro-energy-report
Tradução de Vera Corrêa
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