O PODER DAS PALAVRAS
O PODER DAS PALAVRAS
Uma Gota no Oceano
Em 1938, um então desconhecido ator e diretor de cinema fez uma dramatização na rádio que levou pânico a cidades norte-americanas. O medo, contudo, não tinha razão de ser. Tratava-se de Orson Welles narrando uma invasão alienígena do livro de ficção científica “A guerra dos mundos”, do escritor inglês Herbert George Wells. A manchete do jornal “Daily News” resumiu o efeito da encenação do genial cineasta: "Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos”. O episódio, com um quê de comicidade, revela algo sério: o poder das palavras. Diante disso, os homens públicos precisam ter cuidado com o que falam. Uma frase mal-aplicada pode gerar confusão e, até mesmo, violência. Todo o estadista que se preze sabe disso. São princípios da arte de governar.
De certa forma, a jornalista da TV Globo Miriam Leitão abordou o tema. Disse, na última segunda-feira, que “os sinais que o governo já deu estão incentivando grileiros a invadir terras indígenas (TIs)”. Os acenos aos quais ela se referiu vêm de mudanças abruptas e atabalhoadas em órgãos governamentais e desastrados discursos sobre a questão indígena. Nas entrelinhas, ela pede prudência com as palavras.
Em apenas 15 dias do novo governo federal, houve quatro invasões em TIs. Pare só um minuto de ler e leve seu olhar à pequena indígena retratada acima. Viaje até sua infância e imagine como você se sentiria se um grupo entrasse no seu quintal, mudasse a disposição das coisas, revirasse o ambiente. Agora, se transporte para uma aldeia indígena. Por que lá “pode” haver invasão? Em nome de quê?
Continua...
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