Se não conseguirmos acolher as tristezas da vida...
AMANDO A NÓS MESMOS, TRAZENDO-NOS DE VOLTA À VIDA
Sarah Varcas
13 de março de 2021 (10:22h, UTC) – Lua Nova em Peixes em Conjunção com Vênus e Netuno
Esta Lua Nova em Peixes é delicada como uma pluma e suave como uma brisa de verão. Como uma flor, ela abre o coração para o sofrimento, aplicando néctar para curar a divisão e nos unir com aquelas pessoas que normalmente evitaríamos.
Esta Lua nos faz lembrar que a vida de qualquer pessoa pode mudar num piscar de olhos – o poderoso pode cair, o rico perder tudo, o saudável ficar doente e nosso maior amor pode tornar-se insensível a nós. Nossa maneira de reagir às calamidades da vida define nosso caráter atual e nossas escolhas futuras.
Pode ser muito fácil julgar os outros sobre quem eles são hoje, sem conhecer a jornada que os trouxe até aqui – as frustrações dolorosas, as perdas devastadoras e os arrependimentos amargos. Todos nós temos uma história passada, um caminho que nos conduziu a este momento. Ninguém está imune aos caprichos da vida. Esta é a verdade que conecta a todos nós.
O REMÉDIO É AMAR
Com quatro planetas atualmente no signo dos peixes – Lua e Sol, Vênus e Netuno – os limites emocionais podem estar especialmente permeáveis agora. Sentimentos que percorrem o coletivo podem encontrar sua morada em nosso coração, e qualquer um pode estar carregando o fardo emocional de outros junto com o seu próprio.
Mas onde quer que a emoção se origine, o remédio é amar, amar, transbordar de amor, começando por nós mesmos e irradiando para todos. Pode ser difícil abrir o coração em um mundo adverso – e o nosso mundo é frequentemente adverso. Mas também é belo e radiante, com pessoas que procuram fazer a coisa certa, ao lado daquelas que ajudam apenas a si mesmas.
Talvez temamos que amar demais nos torne vulneráveis; que outros se aproveitem de nós, ou que acabemos sacrificando nossas próprias necessidades. Mas Vênus e Netuno nos garantem que amor não é fraqueza, e sim, força; não é rendição, e sim, um abraço que acolhe tudo. O amor não diminui ninguém e renova todas as coisas. No amor, tanto o que ama quanto o que é amado renascem.
Então, se você está inundado de emoção nesta Lua, tudo bem. Mágoas estão sendo curadas, emoções estão sendo reequilibradas. Em Peixes, a Lua é compassiva e gentil. Ela procura um retorno ao Um, de onde todas as coisas se originam. O reino das emoções torna-se uma mistura confusa de “seus” e “meus”, de sentimentos capturados do éter e da atmosfera, nascidos do passado, energeticamente presentes dentro e fora de nós.
A dureza da separação – nascer como indivíduo em um mundo que divide mais – é um anátema para esta Lua. Ela conhece você como eu, agora como depois, passado como presente. Para ela, não importa quem sentiu deste modo originalmente; a intenção é, simplesmente, curar, qualquer que seja a dor, onde quer que a dor esteja.
NÃO SE TRATA DE NÓS
Personalizar nossos sentimentos neste momento é não perceber o ponto essencial. Não precisamos justificar por que nos sentimos como sentimos; simplesmente, temos que sentir, deixar que a emoção venha à tona livremente, sem restrições… talvez pela primeira vez. O medo de emoções fortes pode perpetuar uma psique fragmentada que luta por terreno quando as coisas ficam difíceis.
Se não conseguirmos acolher as tristezas da vida, também não conseguiremos aproveitar suas alegrias. Se evitarmos a dor, não poderemos conhecer o amor; e se negarmos a raiva, teremos dificuldade para conhecer plenamente a busca apaixonada por um mundo melhor.
Independentemente do nosso relacionamento com nossos sentimentos até este momento, esta Lua nos desperta para o poder curativo da aceitação delicada do que quer que surja – de nós mesmos, uns dos outros, deste mundo despedaçado e belo…
Não é fácil deixar a mente de lado quando os sentimentos são abundantes. O pensamento é disparado pela emoção – lembranças, justificativas, aquela voz interior que nos diz para nos controlarmos ou nos lembra que a vida não tem jeito. Deixe a mente fazer o que ela faz. Não precisamos ouvir nem responder. Nossa tarefa é simplesmente acolher a emoção, independentemente de quão desconcertante ela possa ser.
A cura está em ação e todos podem recebê-la. Precisamos, simplesmente, estar presentes com o que for, permitindo, assim, que os sentimentos venham à tona, sejam sentidos e liberados; sejam eles seus, meus ou estejam flutuando pelos éteres há milênios. Toda emoção é energia, e toda energia é divina, buscando seu caminho de volta à Fonte.
ACEITE, ABRACE, AME
Este Lua delicada conserta corações partidos e almas fragmentadas. Ela repara fendas, cura feridas e reintegra tudo o que está dividido.
Ela conhece a separação como uma miragem que se dissolve à luz da verdade, e nos pede para sermos delicadamente corajosos e corajosamente compassivos nos próximos dias – Amar, quando acharmos que não conseguiremos, e nos conectarmos quando procurarmos evitar. Pois o amor incondicional é sempre a primeira opção – pelos outros e por nós mesmos. Se estivermos cheios de raiva, ou perdidos na tristeza e desespero, nos sentiremos totalmente inadequados para a tarefa.
Mas isto simplesmente significa que devemos começar por nós mesmos, aceitando tudo o que somos – cada pensamento, sentimento, comportamento, lembrança e emoção – acolhendo tudo; reconhecendo tudo como nosso; enquanto amamos a nós mesmos, trazendo-nos de volta à vida.
Sarah Varcas
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Tradução de Vera Correa
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