"Niskalkat : Uma mensagem para os tempos de emergência"
Da teoria à prática
Trigueirinho
Se considerarmos a ideia pura que existe por detrás do trabalho de um soldado-bombeiro, poderemos compreender a postura requerida aos que se dispõem a colaborar com o Plano Evolutivo nestes tempos de transição.
Mesmo sem saber especificamente que tipo de situação enfrentará, o bombeiro tem de preparar-se para todas elas. Não as deve atrair e, tampouco, criar expectativas acerca de acontecimentos futuros, mas precisa estar pronto para ir ao encontro da necessidade. Deve estar alerta e responder de imediato à demanda. Para isso, esquece-se de si e dispõe-se a doar a própria vida para que a tarefa se consume. Sem medir esforços, faz da entrega o seu signo.
Em muitos indivíduos que, em serviço, se ofertam ao Plano Evolutivo, tais qualidades estão desenvolvidas em grau suficiente para que atuem como canais de energias superiores; porém, nem sempre estão preparados para agir adequadamente no plano físico.
Se uma tempestade anuncia-se, o homem prudente fecha sua casa antes de sair para o trabalho. Se a maré está para subir, o pescador experiente arrasta seu barco para mais alto na praia. Se o construtor sabe que precisará de madeira seca para sua obra, providencia-a previamente. Por que deixariam ao encargo das energias o que a eles cabe realizar?
Quando, no deserto, Jesus foi instigado pelas forças involutivas a saltar de um lugar muito alto sob a alegação de que “os anjos O protegeriam e não deixariam que se ferisse”, Ele respondeu: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Para reconhecer essa lei espiritual e cumpri-la, é necessário discernimento.
Enganosa é a ação daquele que, com uma pretensa fé no supremo poder das energias, age abusivamente, descurando daquiloque ele, e não a Hierarquia, deve realizar.
Hoje, o estar preparado não mais diz respeito só ao processo evolutivo individual, mas, principalmente, ao serviço que se deve prestar. Nesse caso, a omissão é tão perniciosa quanto a ação perpetrada em proveito próprio. E, em se tratando de momentos críticos, de carências gerais e de crises coletivas agudas, armazenar bens e proteger-se, tolhendo com isso o livre fluir da vida, é uma das grandes limitações à manifestação do desconhecido e imponderável.
Aos que tencionam colaborar com o Plano Evolutivo, é pedido fundir a instrução “viver como os pássaros do céu e os lírios do campo” com a lei “não tentarás o Senhor teu Deus”, ou seja, confiar na providência divina, sem, todavia, deixar de cumprir a parte que lhes cabe na obra cósmica.
Desses dois preceitos aqui expressos em linguagem mística, porém direta e clara, o ser desperto deve extrair sua síntese e procurar vivê-la.
O homem muitas vezes se esmera em salvar-se, construindo, por exemplo, abrigos antirradioativos a fim de se preservar fisicamente; com isso, todavia, distrai-se do principal, que não é buscar a própria salvação material – e a dos seres a quem está coligado –, mas preparar-se em consciência para os momentos que se aproximam, assumindo prontamente o serviço ao Plano Maior, que visa ao bem de todos e que trará situações imprevisíveis e soluções inéditas.
Alguns desencarnarão pouco antes dos momentos de caos generalizado, para nos planos sutis auxiliarem outros, menos experientes, a ingressar nesses planos, quando também deixarem seus corpos densos. Todavia, quando esse serviço incluir a vida externa, material, devem saber lidar convenientemente com as leis desse nível também.
Em geral, grande é o despreparo das pessoas para os momentos de emergência. Poucos são, por exemplo, os que sabem tratar adequadamente de traumatismos do corpo físico, tais como queimaduras, fraturas ou ferimentos, com isso aliviando a dor física de um semelhante.
Poucos são, também, os que sabem reconhecer, intuitivamente ou por estudo, as espécies do reino vegetal que podem ser úteis nas diferentes doenças, ou como aplicar uma injeção, preparar uma compressa regenerativa, socorrer um acidentado. Todas essas práticas deveriam ser corriqueiras, mas não são aprendidas o suficiente.
E quantos saberão algo sobre a cura interior, conhecimento muito mais sutil?
Sobretudo neste último século, por intermédio de diferentes instrutores, repetidas vezes a Hierarquia exortou os homens a se reunirem em grupos harmoniosos, a trabalharem fraternalmente, a se trasladarem dos grandes centros urbanos e a cultivarem a terra – não com sentido mercantilista, mas em colaboração com os demais Reinos da Natureza.
Alertas não faltaram. Mas muitos foram os assédios das forças dissuasivas, e a estes a maior parte da humanidade cedeu, continuando a viver segundo os esquemas tradicionais de usufruto e exploração, que ora se desintegram.
Perdeu-se, assim, importante oportunidade cíclica. Agora é tempo das medidas de emergência e não mais de campanhas educativas preparatórias. Os que despertaram para a premência atual que sejam ágeis, que assumam suas tarefas, mas que se lembrem de que “se o Senhor não edificar a casa, em vãotrabalham os que a edificam”, outra lei eterna e fundamental para estes tempos.
A ajuda dos centros intraterrenos e intramarinhos ao homem da superfície é uma realidade. O auxílio das naves intergalácticas e a Operação Resgate também lhe são acessíveis. O contato do homem com leis suprafísicas e com a supranatureza é possível. Porém, como parte dessa rede de “milagres”, cabe-lhe desempenhar uma tarefa na vida externa. Que dela não se omita.
A oração deve converter-se em ação efetiva, como resposta clara à premência dos tempos e às ajudas que o Cosmos envia à Terra.
Não por temor ou compulsão, mas pela pureza de sua entrega à Lei, o indivíduo reconhecerá os passos a dar e encontrará em seu interior a necessária fortaleza para avançar na senda do serviço e para ajudar com alegria seus semelhantes e os demais seres dos Reinos Infra-humanos.
A vida externa e os níveis profundos devem fundir-se, tornando-se uma única expressão. O homem é o elo para que essa fusão se dê, e aos que compreendem isso dirigimos estaspalavras.
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Do Livro: "Niskalkat : Uma mensagem para os tempos de emergência"
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