Que a verbalização seja sempre o instrumento da verdade que constrói e não aquela que fere e pune.
POR QUE CALAR QUANDO É POSSÍVEL EXPRESSAR?
Devido ` nossa pouca capacidade de discernir, nós somos especialistas em transformar paradigmas em paradoxos...
Pode ser que, mesmo hoje, alguém ainda duvide que a capacidade de falar de expressar idéias, sensações, impulsos e sentimentos tenha sido um degrau que subimos na escada da evolução. A falta de coordenação entre o que nós pensamos, sentimos, falamos, e atuamos talvez tenha sido a origem desse paradigma: melhor calar.
Como se tivéssemos acabado de descer das árvores, nós ainda não atendemos aos princípios primários da arte da comunicação e de educar: observar, refletir, expressar, agir.
Para os que já galgaram um degrau a mais na escala de desenvolvimento da consciência; um detalhe pode fazer toda a diferença:
A INTENÇÃO É FATOR DETERMINANTE NA FALA.
É preciso determinar uma intenção; pois toda verbalização intenta algo ou tem uma finalidade e, gera efeitos.
Quando falamos (e a palavra hoje é falada, escrita, digitada, ou pode vir na forma de imagens produzidas, copiadas e repassadas), nós somos responsáveis e, a intenção será o juiz dos agravantes e atenuantes.
A motivação também é um agente na relatividade do conceito falar a verdade, usado nas relações e simples interações:
Digo a verdade doa a quem doer!
Dependendo da intenção e da forma como ela foi expressa, muitas vezes essa “verdade” magoa e fere. quem se vangloria de sempre dizer a verdade, doa a quem doer, ao observar-se melhor, percebe-se: recalcado, frustrado, maledicente, pois a intenção real é punir.
A verdade dita ou calada é calma, equilibrada e predominará cedo ou tarde, pois tem sua hora. Mesmo que primária e reduzida em capacidades e vocábulos.
Que a verbalização seja sempre o instrumento da verdade que constrói e não aquela que fere e pune.
Precariamente sábio que:
Na dúvida é melhor calar e aguardar a ação do tempo ou o surgir de um dono da verdade impaciente que servirá de escândalo corretivo, através de sua forma descuidada de agir. Porém; não devemos papaguear.
A falta de intenção também é capaz de causar prejuízo.“Desculpe, não tive intenção de...”
Embora não haja intenção de ferir, aconteceu. A ausência da intenção de... apenas atenua o julgamento final na consciência, mas não elimina o débito relativo à impaciência e preguiça; daí, antes de verbalizar é preciso sempre definir, primeiro, as intenções.
Mas, é vero: de boas intenções o inferno está cheio.
Falar é preciso; calar é preciso – mas antes de tudo é preciso pensar, refletir...
Namastê.
Américo Canhoto
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