Autoiluminação: após experimentá-la, nada mais te perturbará.
Joanna de Ângelis
Por Divaldo Franco
Depois que o ser humano desenvolveu o intelecto e a razão, deu-se conta que essas conquistas não lhe bastam à existência, porque não o preenchem interiormente.
No vazio existencial que o aturde, desenha-se-lhe a necessidade da autoiluminação, isto é, do autoencontro, da autorrealização.
Esse fenômeno é compreensível, porque a iluminação é o vir-a-ser, o encontro com a realidade, a plenificação íntima.
Confundida
com manifestações extrafísicas, tem sido postergada por muitos
candidatos, que receiam o envolvimento com a paranormalidade, com
obrigações mediúnicas e outras que exigem esforços mentais e morais.
Certamente que a iluminação é um tentame de natureza espiritual convidando à conscientização em tomo da imortalidade.
Ela
ocorre quando há uma predisposição psíquica, às vezes, também
inesperadamente, qual sucedeu a Buda, a São Francisco e a milhares de
outros, acontecendo, de igual maneira, quando o ser se encontra sob
imensa emoção, conforme sucedeu com Saulo, ao ver Jesus às portas da
cidade de Damasco, ou discretamente, no silêncio da mente e do coração.
Aquele
que se ilumina, descobre a vida na sua grandiosidade e experimenta um
ilimitado sentimento de compaixão acompanhado de gratidão a todos
quantos o precederam, aos contemporâneos e àqueles que virão depois...
Essa
fascinante experiência transcende as conquistas do intelecto,
caracterizando o despertar do sonho convencional e monótono da vida
física e das suas exigências, abrindo espaço íntimo rico de paz e de
bem-estar.
Com ela rompe-se a dualidade do ser, na qual o ego e o self lutam
pela primazia, conseguindo harmonizá-los em uma suave identificação de
objetivos, em que não mais se combatem, porém se unem na mesma
finalidade existencial.
É
o exemplo das células que estão sempre ativas, mas que não trabalham
exclusivamente para elas mesmas, senão para o conjunto orgânico,
perpetuando-se na mitose até o momento da consumpção pela morte
biológica.
Esse
é o instante significativo da expansão do amor, que passa a
movimentar-se além do estreito círculo do ego e do si mesmo, para servir
à sociedade no seu conjunto, contribuindo com harmonia e bênçãos outras
de solidariedade e bem-estar.
Com
a iluminação adquire-se sabedoria, esse estágio que vai além do
conhecer, alcançando o altiplano moral do ser, do encontrar-se no mundo
com todos e não estar amordaçado nem aprisionado a ninguém.
Torna-se,
aquele que se ilumina, mesmo que o não deseje, observador da própria
consciência, dilatando-a e utilizando-a para a compaixão e o amor.
Transformando-se
em conhecedor do que lhe sucede e acontece em volta, supera as paixões
emocionais, os interesses egoístas e equilibra-se, qual se estivesse
detendo a atenção em uma flor, na magia da sua realidade e do seu
perfume, procurando entendê-la...
* * *
De
alguma forma, a fim de que a iluminação ocorra, é necessário que seja
alcançado o estado de inocência, a superação das suspeitas e dos vícios,
a modificação de estruturas e de conceitos morais.
Não
se trata da conquista de uma inocência qual a que existe nas crianças,
que é ignorância a respeito das coisas, mas a anulação da malícia, das
intenções dúbias e invejosas.
O
sábio é inocente, bem diferente, no entanto, de uma criança, que ignora
quem é, o que deverá fazer, por que se encontra na Terra...
À
medida que cresce, perde essa inocência, enquanto que o sábio, quanto
mais transcorre o tempo mais inocente, mais feliz, mais confiante se
apresenta.
O ego torna-se diluído no ser profundo, e não existe nele tormento nem ansiedade.
Nesse
estágio não teme o futuro, não sofre as recordações do passado, não se
aflige com a chegada da velhice e muito menos com a perspectiva da
morte.
A
autoiluminação é também a mais eficaz maneira de compreender os outros,
porque o indivíduo se conhece a si mesmo, após haver descoberto de onde
veio, para onde vai e como alcançar o novo patamar da felicidade.
Quando
a inteligência se torna capaz de alcançar um conhecimento mais elevado e
poderoso do que aquele que é fruto da reflexão, o campo está preparado
para a autoiluminação, que pode surgir como um relâmpago ou ser
alcançada suave e delicadamente...
É
imprescindível que se aplique todo o empenho para a conquista da
autoiluminação, que se transforma na identificação da Verdade, na
compreensão sobre Deus, em que o raciocínio cede lugar à intuição, à
captação plena do Pensamento Cósmico.
O
ser iluminado compreende que não se pertence e que todo o esforço em
favor do próximo e do mundo no qual se encontra, faz parte da sua vida.
Quando Jesus disse que o reino dos Céus está dentro de nós, acenou com a possibilidade de que, a partir da autoiluminação, o indivíduo já penetrou nele e passa a fruí-lo.
A iluminação não tem limites, porque o seu campo de expansão é o infinito.
Graças
a essa conquista, alcança-se um estágio mais elevado de compreensão que
traduz de maneira incomum a beleza do existir e do evoluir.
Pode-se afirmar que a finalidade precípua da existência corporal é a conquista dessa admirável experiência.
Não
se suponha tratar-se de algo inalcançável, que somente assim o é para
quem se contenta com a existência sensualista, trabalhada nas paixões
servis e nos prazeres entorpecentes dos órgãos sensoriais.
A autoiluminação rompe essa barreira impeditiva.
* * *
Desperto
para a realidade da vida imortal, o candidato à iluminação interior
avança trabalhando os sentimentos, desenvolvendo a compaixão pela vida e
por todos os seres sencientes de forma que o amor domine as paisagens
do coração.
Centraliza
o teu pensamento em Jesus, e mesmo sem afastar-te dos deveres que te
dizem respeito junto à família, à sociedade e ao próximo, trabalha-te na
expectativa da autoiluminação.
Após experimentá-la, nada mais te perturbará, facultando-te entender o estadonuminoso, de graça, de samadi, de reino dos Céus.
Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium
Divaldo Pereira Franco
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