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Os Amigos de Caminhada!

A essência da Comunicação Não-Violenta (CNV)

Vamos tornar a vida mais maravilhosa? 
Sandra Caselato

Semana passada escrevi sobre relacionamentos trazendo emprestada a analogia de Rubem Alves sobre o jogo de frescobol e o jogo de tênis para descrever duas formas de nos relacionarmos. 

No frescobol a idéia é não deixar a bola cair e um jogador apoia o outro numa intenção colaborativa. 

No tênis, ao contrário, o objetivo é ganhar e, consequentemente, fazer o outro perder, numa relação competitiva. 

São dois paradigmas distintos, que trazem resultados muito diferentes na maneira como nos relacionamos com outras pessoas. 

Tenho utilizado esta analogia para descrever a essência da Comunicação Não-Violenta (CNV), uma proposta que nos apoia a jogar cada vez mais frescobol em vez de tênis. 

Todos nós já experimentamos, em algum momento de nossas vidas, essa qualidade de interação, fundamentada numa intenção cooperativa, compassiva, com apoio uma proposta que nos apoia a jogar cada vez mais frescobol em vez de tênis. 

Venho estudando, praticando e compartilhando a CNV há mais de dez anos e um dos maiores desafios que encontro é transmitir a ideia de que a CNV é um modo de vida, um paradigma, uma forma de entender e estar no mundo e não uma técnica ou uma maneira de falar. 

Experienciar este outro paradigma não é descobrir algo totalmente desconhecido ou difícil de fazer. Faz parte da natureza humana a capacidade de nos conectarmos compassivamente uns com os outros.

O desafio não está em entender o jogo, mas em praticá-lo, já que o jogo de tênis parece ser mais popular em nossa socialização e cultura, portanto estamos mais acostumados com ele. 

Desde crianças aprendemos a jogar tênis, na relação com nossos pais, amiguinhos, professores etc.
Aprendemos a competir, comparar e julgar. Aprendemos o "jogo do culpado", em que alguém está certo e alguém está errado, e quem está errado precisa ser castigado para se arrepender e pedir desculpas, enquanto quem está certo merece recompensa e premiação. 

O desafio de jogar frescobol é mudar nossa intenção de querermos estar certos e querermos ganhar a discussão, para uma intenção de cooperação e compreensão mais profunda em relação ao que acontece internamente com a outra pessoa e conosco mesmos.

Acredito que nosso maior desafio e propósito na vida, de todos nós, seres humanos, talvez seja desenvolvermos nossa inteligência emocional e relacional, nos compreendermos e convivermos melhor conosco mesmos, com as pessoas a nossa volta e com todo nosso entorno, incluindo o meio ambiente e as demais espécies, buscando tornar a vida mais maravilhosa para todos.

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Sandra Caselato, formada em artes plásticas e psicologia, é uma exploradora dos processos psicológicos e das relações humanas.

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