( Ultima parte ) Os gráficos, mapas e fotos que mostram a morte lenta da Amazônia e por que o mundo deveria se preocupar
Impacto da mineração
Como se o desmatamento e a crise climática não fossem suficientemente prejudiciais, a mineração ilegal – particularmente o garimpo de ouro – também causou danos incalculáveis ao ecossistema da floresta tropical.
"E agora a mineração de minerais de terras raras também começou na região", diz Berenguer.
Esses minerais são usados em veículos elétricos, turbinas eólicas, telefones celulares e satélites e, portanto, são essenciais para a economia moderna.
Embora a mineração não cause muito desmatamento, ela polui rios, solo e vegetação com produtos químicos como o mercúrio, que podem envenenar animais e seres humanos.
Há também uma ligação crescente entre garimpeiros ilegais e o crime organizado, incluindo gangues que traficam armas de fogo, dizem os especialistas.
"A rede criminosa está se expandindo pela Amazônia, tornando muito difícil para as autoridades controlarem a situação no território", diz Matt Finer.

O fato de a Amazônia se estender por oito países, cada um com seu próprio sistema jurídico e regime de aplicação da lei, aumenta o desafio de lidar com o crime transfronteiriço.
Outro possível motivo de alarme é a descoberta de que grandes quantidades de hidrocarbonetos estão enterradas sob a Amazônia.
De acordo com a InfoAmazonia, reservas equivalentes a aproximadamente 5,3 bilhões de barris de petróleo foram descobertas entre 2022 e 2024.
A organização afirma que a região detém quase um quinto das reservas mundiais descobertas recentemente, tornando-se uma nova fronteira para a indústria de combustíveis fósseis.
Mesmo antes da descoberta de muitas dessas reservas e das pesquisas mais recentes sobre rios voadores, o Painel Científico para a Amazônia mostrou que mais de 10 mil espécies de plantas e animais corriam alto risco de extinção devido à destruição da floresta tropical.
Importância além da região

A Amazônia continua sendo um poderoso sumidouro de carbono, capaz de absorver grandes quantidades do principal gás que aquece o planeta, o CO2.
Em 2022, estimava-se que ela continha 71,5 bilhões de toneladas métricas de carbono, acima e abaixo do solo, de acordo com o relatório do Programa de Monitoramento dos Andes e da Amazônia (MAAP), divulgado em 2024.
Isso equivale a quase dois anos de emissões globais de CO2 nos níveis de 2022.
Mas o desmatamento, no qual a vegetação é cortada e queimada, e o impacto das mudanças climáticas na floresta tropical ameaçam transformar mais áreas da região em emissoras líquidas, dizem os cientistas.
Perder a Amazônia será equivalente a perder a luta contra a crise climática, acrescentam eles.

As florestas tropicais também produzem uma cobertura de nuvens que reflete a luz solar de volta para o espaço e tem um efeito de resfriamento no planeta.
Enquanto isso continuar acontecendo, irá desacelerar o aquecimento da Terra.
"Assim como a floresta tropical, como a Amazônia, tem a capacidade de armazenar carbono e limitar o aquecimento, ela também tem a capacidade de resfriar o planeta", diz Tasso Azevedo, um cientista florestal brasileiro, fundador e coordenador do MapBiomas.
"É por isso que chamamos a Amazônia de um gigantesco ar-condicionado para este mundo em aquecimento."
E, como observado acima, a maior bacia de água doce do mundo tem uma influência significativa sobre o clima global.
Os cientistas dizem que o enorme despejo de água doce no Atlântico ajuda a determinar as correntes oceânicas e que alterações nesse despejo afetariam tanto as correntes quanto os padrões climáticos regionais e globais que elas ajudam a moldar.
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