Os gráficos, mapas e fotos que mostram a morte lenta da Amazônia e por que o mundo deveria se preocupar ( Parte 1)
Os gráficos, mapas e fotos que mostram a morte lenta da Amazônia e por que o mundo deveria se preocupar

- Navin Singh Khadka, Antonio Cubero e Equipe de Jornalismo Visual da BBC
- BBC World Service
A conferência climática da ONU deste ano (COP30) está acontecendo em Belém, no Pará, cidade frequentemente chamada de "a porta de entrada da Amazônia", a maior floresta tropical do mundo.
É um local simbólico, 10 anos após a COP de Paris, que alcançou um acordo histórico destinado a reduzir a níveis seguros as emissões de gases que aquecem o planeta.
Esses esforços ainda não deram resultado, já que as emissões continuam a aumentar, e a Amazônia, que absorve vastas quantidades de gás carbônico (CO2) da atmosfera, será fundamental para as medidas que finalmente permitirão reverter essa situação.
Mas o futuro da Amazônia é incerto, após décadas de desmatamento, somados agora aos impactos das mudanças climáticas, dizem os cientistas.
No Estado do Pará, os níveis de destruição da floresta tropical estão entre os mais altos de toda a Amazônia.
Enquanto os líderes mundiais discutem os rumos climáticos do planeta, a BBC analisa detalhadamente o atual Estado da Amazônia e as ameaças que ela enfrenta.

O governo do Brasil, onde está localizada 60% da Amazônia, afirma que tentará garantir um acordo que ofereça forte proteção às florestas tropicais úmidas – florestas, geralmente localizadas perto do Equador, que possuem árvores altas, em sua maioria perenes, e vegetação exuberante sustentada por altos índices pluviométricos e umidade.
Mas a Amazônia também contém planícies aluviais, pântanos e savanas.
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Abrangendo mais de 6,7 milhões de km² da América do Sul, ela tem mais que o dobro do tamanho da Índia e é um dos pontos de biodiversidade mais ricos do planeta.
Contém:
- pelo menos 40 mil espécies de plantas;
- 427 espécies de mamíferos, incluindo tamanduás e lontras-gigantes;
- 1,3 mil espécies de aves, incluindo a harpia e o tucano;
- 378 espécies de répteis, da iguana-verde ao jacaré-açu;
- mais de 400 espécies de anfíbios, incluindo o sapo-flecha e o sapo-de-flancos-lisos;
- e cerca de 3 mil espécies de peixes de água doce, incluindo a piranha e o enorme pirarucu, que pode pesar até 200 kg.
Muitas dessas espécies não são encontradas em nenhum outro lugar.

Além disso, centenas de comunidades indígenas vivem na região.

O rio Amazonas é o maior do mundo e, com seus mais de 1,1 mil afluentes, constitui de longe a maior reserva de água doce do planeta.
Essa água deságua no Oceano Atlântico e desempenha um papel importante na manutenção das correntes oceânicas que podem influenciar os sistemas climáticos regionais e globais.
E suas florestas são um importante sumidouro de carbono — nome dado aos sistemas naturais ou artificiais que absorvem mais carbono do que emitem, como florestas, oceanos e solos —, apesar de algumas áreas degradadas emitirem mais CO2 do que armazenam.
A Amazônia também é uma importante fonte de alimentos e medicamentos. É explorada para extração de metais, incluindo ouro, e pode se tornar uma produtora significativa de petróleo e gás.
A destruição de grandes extensões de floresta também a tornou uma grande fornecedora de madeira.
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