Escolhendo a Verdade
Elisabeth Cavalcante
Para muitas pessoas, chega um momento na vida em que a verdade de quem realmente são, começa a se impor. Por mais que tentem ignorar este chamado, ele se torna cada dia mais intenso, até que a falsa identidade que elas carregam se torna um fardo pesado demais e precisa ser abandonado.
Este fenômeno, conhecido como o despertar interior ou a noite escura da alma, pode acontecer, de repente, sem qualquer aviso, ou ter início a partir de algum acontecimento extremamente difícil, doloroso, como uma perda afetiva ou uma doença grave.
É quando descobrem que a fachada que assumiram como o eu real, mostra-se, repentinamente frágil, vulnerável e incapaz de lhes dar sustentação em circunstâncias desafiadoras, onde os alicerces em que se apoiavam parecem desaparecer.
Quando chega este momento, a saída é ir cada vez mais fundo neste mergulho interior, por mais assustador que ele pareça a princípio. Aos poucos, todas as falsas camadas que encobrem o verdadeiro ser, vão sendo dissolvidas e se revela, então, uma fonte inesgotável de paz, equilíbrio e serenidade, para a qual sempre é possível retornar.
A partir deste momento, já não nos sentimos mais confortáveis na velha identidade, pois ela se baseava no medo, na angústia e na falta de confiança em nosso poder. Quando este fenômeno acontece, entregamo-nos à vida em total confiança, com a certeza de que, seja o que for que ela nos traga, estará em conformidade com o que nosso ser verdadeiro precisa para crescer, expandir-se, evoluir.
Escolher a verdade é sempre o caminho mais saudável, ainda que os percalços se apresentem pois, ao final, as recompensas certamente compensarão todos os sobressaltos.
...Quando você se esconde atrás de fachadas, o real começa a morrer e o não real prospera, torna-se mais robusto. Se você se expuser, o não-verdadeiro irá morrer, ele estará pronto para morrer, porque o não verdadeiro não consegue permanecer no aberto. Ele consegue permanecer apenas em sigilo, na escuridão, nos túneis da sua inconsciência. Se você o trouxer à consciência, ele começará a evaporar. (......)
...No começo vai ser realmente muito assustador, mas logo você começará a ganhar força porque uma vez que a verdade é exposta, ela se torna mais forte e a não verdade morre. E com a verdade tornando-se mais forte, você se tornará mais enraizado e centrado. Você começa a se tornar um indivíduo. A personalidade desaparece e o indivíduo aparece.
A personalidade é falsa e a individualidade é substancial. A personalidade é simplesmente uma fachada e a individualidade é a sua verdade. A personalidade lhe é imposta de fora, é uma persona, uma máscara. A individualidade é a sua realidade, ela é como Deus o fez. A personalidade é uma sofisticação social, um polimento social. A individualidade é crua, selvagem, forte e com tremendo poder.
Somente no começo haverá medo. Por isso a necessidade de um Mestre, para que no começo ele possa segurar suas mãos e lhe dar suporte, para que ele possa levar-lhe a dar alguns passos com ele. O Mestre não é um psicanalista. Ele é muito mais. O psicanalista é um profissional e o Mestre não é um profissional. Não é sua profissão ajudar as pessoas, é a sua vocação, é o seu amor, é a sua compaixão.
E por causa dessa compaixão ele o conduz apenas o tanto que você precisa dele. No momento em que ele sente que você pode ir por si mesmo, ele começa a soltar as suas mãos. Embora você quisesse continuar agarrado, ele não pode permitir isso.
Uma vez que você esteja pronto, corajoso e desafiador; uma vez que você tenha experimentado a liberdade da verdade, a liberdade de expor a sua realidade, você poderá seguir por si mesmo. Você conseguirá ser uma luz para si mesmo.
Mas o medo é natural... o medo surge porque uma grande crise de identidade aparece... você tem sido um certo tipo de pessoa. ....abandonar aquela identidade e começar a aprender a respeito de si mesmo desde o ABC é assustador.
...O medo é natural. Não o condene e não sinta que ele é algo errado. Ele é apenas parte de toda essa educação social. Nós temos que aceitá-lo e ir além dele. Sem condená-lo, nós temos que ir além dele.
...Você irá descobrir o sabor da verdad ...Sua velha identidade será perdida e você terá uma concepção totalmente nova. Não será, na verdade, uma identidade, mas uma nova visão, uma nova maneira de ver as coisas, uma nova perspectiva.
...Você nunca alcançará uma outra identidade. A sua velha identidade terá ido embora e, pela primeira vez, você começará a sentir-se como uma onda no oceano de Deus. Isso não será uma identidade porque você não estará ali. Você terá desaparecido. Deus terá se apoderado de você.
Se você colocar em risco o falso, a verdade poderá ser sua. E ela vale isso, porque você coloca em risco apenas o falso e ganha a verdade. Você nada arrisca e ganha tudo.
...É melhor ficar quieto, diz a mente. É melhor não trazer todos os velhos fantasmas, não liberá-los. É melhor deixá-los sentados lá....'você já agüentou tanto tempo, por que você não pode agüentar alguns dias mais? Por que criar perturbações? Por que criar agitações desnecessariamente?'
...A repressão cria o inconsciente. Quanto mais reprimido você for, maior o inconsciente que você tem. O que na verdade é o inconsciente? Ele é aquela parte de sua mente que fica de lado, é aquela parte de sua casa onde você nunca vai, o porão. Você vai atirando ali todo tipo de coisas e nunca você vai lá. (...)
O inconsciente é uma criação da civilização. Quanto mais civilizado você for, mais inconsciente você será. Se você for absolutamente civilizado, você será um robô, você será absolutamente inconsciente. Isso é o que está acontecendo. Esta calamidade está acontecendo em todo o mundo. Isso tem que parar. E a única maneira de parar isso é ajudando as pessoas a colocar para fora os seus inconscientes nas meditações.
...não perca esta oportunidade.... Mas você tem que começar neste exato momento a viver conscientemente. Somente então você poderá morrer conscientemente. Mesmo que você consiga viver conscientemente por poucos anos, isso será o suficiente. Mesmo alguns meses ou mesmo alguns dias, se a intensidade for grande, mesmo alguns minutos serão suficientes para viver conscientemente. Então, a pessoa se torna capaz de morrer conscientemente. E morrer conscientemente é ressuscitar numa dimensão totalmente diferente, a dimensão do divino".
OSHO - The Guest.
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga,
Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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