Esperança
Thais Accioly
"Assim como nasce
O sol todos os dias
Alimentando
O tojo
Perfumado, eternamente,
Pelas flores
Amarelo ouro,
Canta minha alma
Todo dia
Este acalanto,
Que aquece e ilumina
A penumbra ao redor,
Espantando as sombras
Para que brilhe
Mais alto
A vida que pulsa
Em meu coração
Que entoa:
Esperança".
A esperança é uma emoção ativa, baseada em dados de realidade, e também na transcendência da fé, diferente do otimismo, este bem menos profundo, tendo um aspecto mais mental.
O otimismo é na maioria das vezes alicerçado pelas ocorrências do cotidiano, se tudo está bem o otimismo floresce, se tudo está ruim o otimismo desaparece.
A esperança caminha de outra forma, quando tudo está ruim ela mantém-se mais forte, e quando tudo está bem, permanece ativa.
Pode-se dizer que a esperança é tijolo de construção da vida humana, é matéria-prima da vida anímica e matéria viva da nossa existência, por isso deve ser dinâmica, e precisa ser cultivada, alimentada e trabalhada, para que o homem e a mulher ao vivenciá-la atuem de forma a concretizar seus anseios.
Com esperança, os dias mais duros e sombrios, que nos ferem como espinhos, são vistos a partir de um cenário interno de bem-estar e de serenidade. Sem esperança, os dias, ainda que ensolarados e prósperos, são cinzentos, arrastados, sem graça, melancólicos e desprovidos de prazer. Torna-se insuportável viver sem esperança...
Por isso, aquele que quiser robustecê-la precisa agir, começando por fortalecer também a fé.
E a fé para ser forte, operante e não se tornar estéril deve se basear na observação calma, paciente e sábia da vida e da natureza, para que transcenda às coisas desse mundo. Pois, quando não é baseada na sabedoria transcendente, ela desmorona com facilidade, transformando-se muitas vezes em ira contra a vida e o Criador.
No pólo oposto da esperança, há sempre a dúvida, a inquietação da incerteza, que se não for passageira, durando somente o instante saudável da verificação do rumo tomado, destrói o ânimo, inundando a pessoa de inseguranças, pessimismo, depressão, angústia e ansiedade, levando muitas vezes à apatia e a falta de ação focada.
Para trabalhar essa crença emocional chamada esperança, deve-se também observar a vida na natureza, olhando para o passado para apreciar o presente, aprendendo sobre o tempo, sobre o momento da semeadura, do cultivo, da colheita, das finalizações, e dos recomeços, ciclicamente. Para que surja a visão de futuro, e a compreensão mais clara da vida, usar o recurso da meditação e das preces é indicado. Ler biografias de pessoas notadamente esperançosas, como por exemplo, sobre a vida de: Mandela, Martin Luther King, Mahatma Gandhi, Jesus Cristo, Dra. Elisabeth Kubler Ross, Marie Curie, Patch Adams, Dick e Rick Hoyt, entre tantos outros expoentes da esperança dos mais diversos seguimentos de nossa sociedade.
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Thais Accioly é especialista em Terapia Floral pela Escola de Enfermagem da USP
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