A QUALIDADE DO AMBIENTE FAMILIAR GERA SAÚDE OU DOENÇA
Desnecessário ressaltar a importância das relações na qualidade de
vida e na saúde física e mental das pessoas.
No meu trabalho como médico de
famílias eu comprovo todos os dias a importância desse aspecto na sanidade dos
componentes do grupo.
Sofremos uma forte ação do meio ambiente durante a
existência e em especial nos primeiros anos de vida, com destaque para o
ambiente familiar.
Poucas pessoas já se preocupam com a qualidade do ambiente em
que a família vive, e quando o fazem, ficam atidos apenas ao ambiente físico.
Evidente que beleza, limpeza, ordem são fundamentais, porém o que mais nos afeta
é a qualidade da energia gerada pelas palavras, pensamentos, sentimentos e
atitudes dos membros da família.
Na ecologia da vida em família, a qualidade
do ambiente doméstico é gerada pelas pessoas que ali convivem. Portanto, a
qualidade das relações entre os familiares é fundamental na conquista da
qualidade e sanidade ambiental.
Somos pessoas nos mais diferentes estágios de
compreensão das razões do viver a compor uma família. No entanto, para que a
convivência seja saudável, a base da boa qualidade das relações familiares, é o
respeito.
Respeitar é acatar os direitos daqueles que convivem conosco.
Respeito não se impõe,
se conquista no dia a dia. Primeiramente no respeito a si próprio. Pais que não
se respeitam entre si dificilmente conquistarão o respeito dos filhos. O
respeito baseado, apenas, na educação social e nas normas de convivência gera a
hipocrisia. É necessário acatar sempre os direitos das pessoas que vivem conosco
para melhorar a qualidade do ambiente familiar até que o respeito seja sincero e
realmente sentido como afeto e amor. A relativa harmonia, entre os membros de uma
família, nada tem de religioso ou de ético moral, apenas é uma constatação
física que pode ser feita usando-se os sentidos. Qualquer pessoa é capaz de
perceber a diferença de qualidade do padrão vibratório de uma, onde seus membros
tentam se respeitar e noutra, onde ainda não há esse desejo. Conceituar qualidade
depende de muitos fatores, dentre eles a relatividade. Mas sempre é possível
identificar alguns indicadores simples.
Indicadores de boa qualidade na vida em
família:
a) Demonstrações de afeto. O carinho físico: o beijo, o abraço, o afago
são indicativos de boa qualidade de relações humanas. Lógico que as
demonstrações de afeto ainda são carregadas de hipocrisia, mas na matemática da
evolução é melhor uma demonstração de afeto hipócrita do que nenhuma ou uma
agressão. Os dois extremos das demonstrações de afeto são inadequados e
problemáticos. Algumas pessoas beijam, abraçam, tocam sem nada sentir, outras
demonstram carinho de uma forma extravagante. Outros não conseguem demonstrar
afeto, mesmo que sintam carinho pelas pessoas. Aos dois extremos indica-se que
busquem o equilíbrio.
b) Saber ouvir. Além de demonstrar educação e respeito, é
um fator de equilíbrio nas relações familiares que muito contribui para a
harmonia do ambiente. É o aprendizado de ouvir o que o outro diz sem
interrompê-lo - uma qualidade ainda rara num mundo onde predominam egoístas e
orgulhosos - que tentam impor sempre seus pontos de vista. Num lar onde as pessoas
ainda não sabem ouvir predomina o falar em altos brados, a gritaria que
desarmoniza e que faz adoecer.
c) Saber falar. O modo de falar denuncia o que
somos para quem nos ouve. A palavra é uma das mais importantes conquistas do ser
humano. O poder da palavra é ilimitado, tanto pode construir como destruir. A
responsabilidade que traz o falar bem ou o falar mal na preservação da qualidade
do ambiente doméstico deve ser analisada com inteligência.
d) Ser amável.
Devemos nos colocar de forma voluntária e ativa na condição de merecermos ser
amados. Nas famílias onde o servir e o ser servido vem sempre acompanhado de um
agradecimento amável, o fluxo das trocas de energia que envolve a relação
contribui para limpar e harmonizar o ambiente.
e) Ser pacífico. A mansuetude na
sua fase inicial é íntima, começa na própria casa mental. A violência é produto
da ignorância e do medo.
f) Ser comedido. O escandaloso, nas suas variadas formas,
perturba a harmonia do ambiente.
g) Disciplina nos deveres. O ambiente do lar
consegue melhor padrão de qualidade quando todos os seus membros cumprem seus
deveres, resguardando seus direitos. Se cumprirmos estes simples indicadores de
qualidade, ao invés de nos preocuparmos com a aquisição de planos de doença, nós
já estaremos investindo no real plano de saúde da vida, cujo investimento é
apenas: BOA VONTADE. O poder de um "Eu te amo"! - dito olho no olho – equivale a
uma cirurgia de grande porte, mesmo que ainda seja da boca para fora. Isso é
algo para o futuro.
Um beijo, abraço, bem sentidos curam muitas doenças – melhor
ainda: Previnem – e em prevenir está a sabedoria. Namastê.
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