"Conversando com Deus"
Neale Donald
7 de setembro de 2014
O mundo se encontra nas condições atuais porque não poderia ser de outro modo e, ainda
assim, existir na esfera inferior da materialidade. Terremotos e furacões, enchentes e
tornados e outras calamidades que vocês chamam de desastres naturais são apenas
movimentos dos elementos de uma polaridade para a outra. Todo o ciclo de nascimento e
morte é parte desse movimento. Esses são os ritmos da vida, e tudo na esfera inferior está
sujeito a eles, porque a vida em si é um ritmo. É uma onda, uma vibração, uma palpitação
no próprio coração do Tudo Que É.
A doença e o mal-estar são os opostos da saúde e do bem-estar, e se manifestam em sua
realidade obedecendo às suas ordens.
Vocês não podem adoecer sem provocar a doença em algum nível, e podem ficar sadios de
novo em um instante simplesmente decidindo por isso. As grandes desilusões pessoais são
reações escolhidas, e as calamidades mundiais são o resultado da consciência mundial.
Contudo, Eu não desejo que esses desastres naturais aconteçam, apenas
observo vocês ocasionando-os. E não faço nada para impedi-los, porque isso seria
contrariar a sua vontade, o que, por sua vez, os privaria da experiência de Deus, que é a
experiência que vocês e Eu escolhemos juntos.
Portanto, não condene tudo que chamaria de ruim no mundo.
Em vez disso, pergunte-se o que considerou ruim e o que deseja fazer para mudá-lo.
Pergunte a si mesmo: "Que parte do meu Eu desejo agora experimentar diante dessa
calamidade? Que aspecto do ser devo fazer aparecer?" Porque toda a vida existe como um
instrumento de sua própria criação, e todos os seus eventos meramente se apresentam como
oportunidades para você decidir e ser Quem É.
Isso é verdadeiro para todas as almas, e portanto você vê que não há vítimas no universo,
apenas criadores. Todos os Mestres que nasceram neste planeta sabiam disso. É por esse
motivo que nenhum deles se imaginava vitimizado, embora muitos literalmente tenham
sido crucificados.
Cada alma é um Mestre, embora algumas almas não se lembrem de suas origens ou
heranças. Contudo, cada qual cria a situação e condição para o seu objetivo mais elevado e
a sua lembrança mais rápida - em cada momento chamado de agora.
Então não julgue o caminho cármico trilhado por outra pessoa. Não sinta inveja do
sucesso e nem pena do fracasso, porque não sabe o que é sucesso ou fracasso na avaliação
da alma. Não diga que algo é uma calamidade ou um evento feliz até decidir, ou
testemunhar, qual é seu objetivo. Pois a morte é uma calamidade se salvar as vidas de
milhares de pessoas? E a vida é um evento feliz se só causar sofrimento? Contudo, não
deve julgar nem mesmo isso. Guarde sempre para si mesmo as suas opiniões, e deixe os
outros fazerem o mesmo.
Por isso, sejam uma luz na escuridão, e não a amaldiçoem.
E não se esqueçam de Quem São no momento em que forem rodeados pelo que não são.
Mas louvem a criação, mesmo quando tentarem mudá-la.
E saibam que aquilo que fizerem no seu momento de maior sofrimento poderá ser a sua
maior vitória. Porque a experiência que criam é uma afirmação de Quem São - e de Quem
Desejam Ser.
Eu lhe contei essa história - a parábola da pequena alma e do sol- para que você pudesse
compreender melhor porque o mundo se encontra na situação atual, e como ele poderá
mudar no momento em que todos se lembrarem da verdade divina de sua realidade mais
transcendente.
Há aqueles que dizem que a vida é uma escola, e que as coisas que o ser humano observa
e experimenta em sua vida visam o seu aprendizado. Eu já disse isso antes, e vou repetir:
Vocês vieram a este mundo sem nada a aprender - só têm de demonstrar o que já sabem.
Ao demonstrá-lo vocês se recriam, através de suas experiências. Dessa forma, justificam a
vida, dão-lhe um objetivo e tornam-na sagrada.
O Senhor está dizendo que todos os eventos ruins que nos acontecem foram escolhidos
por nós? Quer dizer que até mesmo as calamidades e os desastres mundiais são, em algum
nível, criados por nós para que possamos "experimentar o oposto de Quem Somos"? E se
for assim, não há um modo menos doloroso, para nós mesmos e para os outros, de criar
oportunidades de nos experimentarmos?
Você fez várias perguntas, e todas são boas. Vamos responder uma de cada vez.
Não, nem todas as coisas que lhes acontecem e que chamam de ruins são escolha de
vocês. Não no sentido consciente - que é aquele ao qual você se refere. Todas elas são
criações suas.
Vocês estão sempre envolvidos no processo de criar. Em todos os momentos. Todos os
minutos. Todos os dias. Como podem criar, veremos mais tarde. Por enquanto, aceite
apenas a Minha palavra:
vocês são uma grande máquina criadora e produzem uma nova manifestação tão veloz
quanto o pensamento.
Ocorrências, condições, situações - tudo isso é criado pela consciência. A consciência
individual é muito poderosa. Podem imaginar o tipo de energia criativa que é liberada
quando duas ou mais pessoas se reúnem em Meu nome. E a consciência das massas? É tão
poderosa que pode criar ocorrências e situações de importância e conseqüências mundiais.
Não seria certo dizer - não no modo a que você se refere que vocês escolhem essas
conseqüências. Não as escolhem mais do que Eu as escolho. Como Eu, vocês as observam.
E decidem Quem São com referência a elas.
Contudo, não há vítimas e nem algozes no mundo. E você tampouco é uma vítima das
escolhas dos outros.
Em algum nível todos vocês criaram o que dizem que detestam - e portanto, o
escolheram.
Esse é um nível avançado de pensamento que todos os Mestres atingem mais cedo ou
mais tarde. Porque é apenas quando eles aceitam a responsabilidade por tudo é que podem
ter o poder de mudar parte disso.
Enquanto você nutrir a idéia de que há algo ou alguém "fazendo isso" com você, não terá
o poder de fazer nada a respeito. Somente quando disser "eu fiz isso" poderá ter o poder de
mudá-lo.
É muito mais fácil você mudar o que está fazendo do que mudar o que os outros estão
fazendo.
O primeiro passo para mudar qualquer coisa é saber e aceitar que você escolheu que ela
fosse o que é. Se não puder aceitar isso em um nível pessoal, admita-o através de sua
compreensão de que Nós somos todos Um. Tente então criar mudança não porque algo está
errado, mas porque não é mais uma afirmação exata de Quem Você É.
Há apenas um motivo para fazer alguma coisa: uma afirmação para o universo de Quem
Você É.
Usada desse modo, a vida passa a criar o Eu. Você a usa para criar o seu Eu como Quem
Você É, e Quem Sempre Desejou Ser.
Também há apenas um motivo para desfazer alguma coisa: ela não ser mais uma afirmação
de Quem Você Deseja Ser, não o refletir, não o representar.
Se você quiser ser corretamente representado, deve tentar mudar tudo em sua vida que
não se encaixa na imagem que deseja projetar na eternidade.
No sentido mais amplo, todos os eventos "ruins" que acontecem são da sua escolha. O
erro não é escolhê-los, mas chamá-los de ruins. Porque ao fazer isso, você chama o seu Eu
de ruim, já que os criou.
Esse rótulo você não pode aceitar; portanto, em vez de rotular o seu Eu como ruim, nega
as suas próprias criações. É essa desonestidade intelectual e espiritual que o deixa aceitar
um mundo em tais condições. Se você tivesse de aceitar - ou pelo menos tivesse uma forte
sensação interior de responsabilidade pessoal pelo mundo este seria um lugar muito
diferente. Sem dúvida seria, se todos se sentissem responsáveis. Por ser tão óbvio é que
esse fato se torna tão doloroso e irônico.
As calamidades e os desastres naturais do mundo - seus tornados e furacões, vulcões e
enchentes - desordens físicas - não são especificamente criações suas. O que você cria é o
grau em que esses eventos afetam a sua vida.
Há eventos no universo que nenhum vôo da imaginação poderia afirmar que você
provocou ou criou.
Esses eventos foram criados pela consciência combinada do homem. Todo o mundo,
criando junto, produz essas experiências. O que cada um de vocês faz individualmente é
passar por elas, decidindo o que significam para vocês - se é que têm algum significado - e
Quem e O Que Vocês São em relação a elas.
Portanto, vocês criam coletiva e individualmente a vida e os tempos que estão
experimentando, e o objetivo é a evolução da alma.
Você perguntou se há um modo menos doloroso de passar por esse processo - e a
resposta é sim. Contudo, nada em sua experiência exterior terá mudado. O modo de
diminuir o sofrimento que você associa às experiências e ocorrências terrenas - tanto as
suas como as das outras pessoas - é mudar o modo de vê-Ias.
Você não pode mudar o evento exterior (porque foi criado por todos vocês, e não é
suficientemente maduro em sua consciência para alterar individualmente o que foi criado
coletivamente), por isso deve mudar a experiência interior. Esse é o caminho para o
completo controle na vida.
Nada é em si doloroso. O sofrimento resulta do pensamento errôneo. É um erro no modo
de pensar.
Um mestre pode acabar com a dor mais intensa. Desse modo, o Mestre cura.
O sofrimento resulta de um julgamento que você fez sobre uma coisa. Elimine o
julgamento e o sofrimento desaparecerá.
Neale Donald _ Livro " Conversando com Deus"
Comentários