A encarnação do Cristo, há dois mil anos...
Trigueirinho
A encarnação do Cristo, há dois mil anos, veio estabelecer um vínculo entre esta humanidade e os níveis mais internos da regência do planeta. Esse vínculo deveria aprofundar-se, possibilitando aos seres que habitam os seus estratos mais densos contatar energias sublimes.
Para que esse contato possa um dia efetivar-se, o Cristo e a Hierarquia estimulam a emersão do núcleo interno de cada ser, berço onde se encontra, quase sempre adormecida, a chispa de luz que o une à Fonte de Vida. O ensinamento transmitido no ciclo regido por Shamballa (1) revelou que a Hierarquia simbolizava o reino espiritual na Terra.
A nova exteriorização do Cristo é essencialmente a revelação plena da energia do amor cósmico ao mundo consciente do reino humano. Sendo o propósito dessa consciência levar os indivíduos a polarizarem-se nos níveis internos, seria um grande retrocesso para a evolução se continuassem a esperar a manifestação dessa energia sob as vestes de um ser, como no passado. Mesmo no grau de imaturidade em que se acha o homem de superfície, ele já tem capacidade de vislumbrar o Real.
A materialização de um novo tempo está diretamente ligada à possibilidade de a energia interior exprimir-se no mundo material. O novo é, por natureza, um impulso transformador que se revela espontaneamente quando o centro da vida é contatado. Por seu caráter de total ausência de compromisos com o que já está estabelecido, a vibração desse centro é renovadora. Fornece ao ser as bases necessárias para que nele possam ser purificados os aspectos retrógrados que tolhem sua ascensão.
Esta humanidade poderá ter sua expressão espiritual quando ao menos parte dela reconhecer o amor que sua própria essência nutre pela luz e pela verdade, e a esse amor decidir abrir-se. Não é o número de indivíduos, mas sim a qualidade da sua entrega ao Supremo, que promoverá a mudança de polarização da consciência da humanidade como um todo. Por isso, os pensamentos, os sentimentos e as ações daqueles que despertaram devem estar permeados por essa entrega, a qual não só mantém sua própria conexão com a Realidade, mas a irradia aos semelhantes, auxiliando-os a igualmente atingi-la.
As interferências decorrentes da instabilidade dos corpos materiais exigem um esforço especialmente intenso em certos trechos do caminho da libertação, porém, contribuem para que o peregrino adquira maior habilidade e destreza. Fazem parte da trilha infinita que, a cada nova etapa, descortina à consciência horizontes mais amplos e mais belos, levando-a a reconhecer sua aproximação da Fonte.
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(1) "Shamballa": centro regente da vida planetária na etapa passada da Terra, etapa
que teve seu término em 8.8.88; a partir dessa data, o centro "Miz Tli Tlan" assumiu
essa regência.
Vide MIZ TLI TLAN – Um Mundo que Desperta, do mesmo autor, Irdin Editora.
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Do Livro: " Aos que Despertam" - Trigueirinho
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