Espero que a COP27 resulte em um Pacto de Solidariedade Climática histórico. E combinem as suas capacidades e recursos para o benefício da humanidade”
É preciso pensar uma população mundial de 8 bilhões sob perspectivas de direitos humanos e vida digna, diz ONU
“Se não reduzirmos o enorme fosso entre os que têm e os que não têm, estaremos construindo um mundo com mais tensões, desconfiança, crises e conflitos”, diz secretário-geral da ONU
Rede Brasil Atual - A população mundial deve chegar a 8 bilhões nesta terça-feira (15), de acordo com a Organização das Nações Unidas. O secretário-geral, António Guterres, considera que atingir o marco é uma prova de avanços científicos e melhorias em questões como nutrição, saúde pública e saneamento. No entanto, o líder da ONU adverte, em artigo, que, à medida que a família humana cresce, também está ficando mais dividida.
“Bilhões de pessoas estão em dificuldades; centenas de milhões passam fome ou estão até subnutridas. Um número recorde de pessoas procura oportunidades, o alívio de dívidas e de dificuldades, das guerras e dos desastres climáticos”, afirma Guterres. “Se não reduzirmos o enorme fosso entre os que têm e os que não têm, construiremos um mundo de 8 bilhões repleto de tensões, desconfiança, crises e conflitos.” O secretário-geral alerta que a desigualdade faz com que um pequeno grupo de bilionários possua a mesma riqueza que a metade mais pobre da população mundial.
Os que estão entre os 1% mais ricos do mundo detêm um quinto do rendimento mundial. As pessoas nos países mais ricos podem viver até 30 anos a mais do que nos países mais pobres. À medida que o mundo se tornou mais rico e saudável nas últimas décadas, essas desigualdades também se agravaram.
O chefe das Nações Unidas aponta a existência de bilhões de pessoas em dificuldades e centenas de milhões com fome. Além disso, ele cita números recordes de habitantes do planeta fugindo de casa em busca de ajuda. E também questões como “dívidas, dificuldades, guerras e desastres climáticos”.
De acordo com a ONU, a população global levou 12 anos para crescer de 7 para 8 bilhões. Mas chegará a 9 bilhões em cerca de 15 anos, em 2037. O Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), promove a campanha "#8BillionStrong" no qual os usuários compartilham material de educação sobre oito tendências para um mundo de 8 bilhões de pessoas.
“É preciso ter uma perspectiva de direitos humanos quando se pensa em adaptações no planeta às alterações climáticas”, diz a diretora do Unfpa, Mônica Ferro.
“O mundo tem de reconhecer que este é um momento para se investir na pessoas. Porque esse números são pessoas. Ao darmos um ‘zoom’ nesses números, temos que ter nesse ‘zoom’ a qualidade de vida das pessoas, o que os países precisam fazer que o mundo tenha 8 bilhões de pessoas que possam viver com dignidade. E nós sabemos o que é preciso fazer”.
Distribuição geográfica da população de 8 bilhões
A agência da ONU apontou que, à medida que as regiões crescem em ritmos diferentes, a distribuição geográfica da população global está mudando.
A partir deste ano, mais da metade da população mundial viverá na Ásia, com a Índia e a China representando a maior parte dos habitantes no leste e sudeste da Ásia, onde se concentram 2,3 bilhões de pessoas.
Como os países com os mais altos níveis de fecundidade tendem a ter a menor renda per capita, o crescimento da população global se concentrou nos países mais pobres do mundo.
O aumento populacional amplia o impacto ambiental do desenvolvimento econômico, com o aumento da renda per capita impulsionando a produção e o consumo insustentáveis. O ritmo de crescimento mais lento ao longo de décadas pode ajudar a mitigar os danos ambientais na segunda metade do séculoatual.
“Espero que a COP27 resulte em um Pacto de Solidariedade Climática histórico. Para que as economias desenvolvidas e emergentes se unam em torno de uma estratégia comum. E combinem as suas capacidades e recursos para o benefício da humanidade”, diz Guterres.
“Os países mais ricos devem dar apoio financeiro e técnico às principais economias emergentes para a transição dos combustíveis fósseis. Esta é a nossa única esperança para cumprir as nossas metas climáticas”.
O secretário-geral considera também a Cúpula do G20, que se reúne nesta terça na Indonésia, oportunidade para se discuitr a situação dos países em desenvolvimento. Sobretudo do hemisfério sul. “Pedi às economias do G20 que adotem um pacote de estímulos que proporcionará aos governos do sul global investimentos e liquidez, e ajudará a aliviar e a reestruturar as suas dívidas".
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https://www.brasil247.com/mundo/e-preciso-pensar-uma-populacao-mundial-de-8-bilhoes-sob-perspectivas-de-direitos-humanos-e-vida-digna-diz-onu
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