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Tudo está conectado: como a crise climática já atinge a nossa saúde (3)


Limites planetários

Em setembro deste ano, o mundo superou o sétimo dos nove limites planetários, métrica criada pelo Centro de Resiliência de Estocolmo para avaliar a sustentabilidade do planeta. A última barreira a ser ultrapassada também diz respeito aos oceanos.

A água salgada está com tanto CO2 que se tornou mais ácida, o que inviabiliza a vida não só dos corais, mas de diversos micro-organismos e animais marinhos. E o que isso tem a ver com o agronegócio? Muito, já que ele é um dos grandes emissores desse e de outros gases poluentes. 

A produção de pescados é outro problema. Lembre-se: estamos falando de conexões. “O atual sistema agroalimentar, da produção ao consumo, contribui para a ultrapassagem de todos os limites planetários  já esgotados”, aponta Favareto, que é um dos autores do livro Caminhos para a Transição do Sistema Agroalimentar: Desafios para o Brasil (Editora Senac), a ser lançado no início de novembro. 

A tríplice monotonia do sistema agroalimentar

A obra destaca que o sistema vigente padece de uma tríplice monotonia. A primeira se refere à produção vegetal, muito focada na monocultura de grãos como a soja, o que exige maior uso de fertilizantes e pesticidas e altera solo, água e biodiversidade locais, incluindo a perda de insetos polinizadores — algo que, indiretamente, está relacionado a meio meio milhão de mortes humanas por ano, segundo uma pesquisa. 

É que a produção de frutas, legumes e verduras depende desses insetos. Mas não a de soja, milho, trigo… Plantados, aliás, para sustentar a segunda dimensão da monotonia: a da pecuária. “Você tem milhares de vacas, frangos e porcos aglomerados. Um ambiente não só de sofrimento, mas que facilita a transmissão de doenças e intensifica o uso de antibióticos, com repercussões também na saúde humana” descreve Favareto 

Conhecemos essa história. O vírus da gripe espanhola de 1918 pode ter emergido de uma criação de porcos. O patógeno da gripe suína de 2009 também.

E, em 2025, vaga a ameaça do influenza H5N1, por trás da gripe aviária, que já circula entre vacas americanas e em diversos mamíferos. Basta uma mutação e um pulo entre espécies para a zoonose virar epidemia — algo que vivenciamos com a covid. 

Por isso se fala hoje em saúde única, um conceito que está sob o guarda-chuva da saúde planetária, mas é mais focado no estudo de doenças que se originam em animais e chegam à nossa espécie — 70% das infecções emergentes seguem essa rota. “O aumento das doenças zoonóticas têm a ver com a perda de biodiversidade e com a perturbação imposta pelos humanos nos ambientes silvestres”, crava a virologista Helena Lage, também professora da USP. 

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