Maior Inimigo I
Por várias vezes procurei entender quem efetivamente seria o meu maior inimigo. Houve um tempo em que eu achava fosse um personagem criado pelas religiões: Satanás.
Com o tempo descobri que ele, Satanás, nada mais é que uma ficção, como o Saci Pereré, o Boi Tatá, a Bruxa Malvina, o Bicho Papão e coisas do gênero. Personagens utilizados para assustar e criar pânico nos mais desavisados. Apavorar mesmo.
Várias crianças se tornaram vítimas destes elementos. Portanto, eu estava errado, num período de minha vida, em achar que personagens de contos de fada fossem meus maiores inimigos.
Depois, achei que as pessoas que eu não engolia é que eram meus maiores oponentes. Estava, novamente, equivocado. Eles, na realidade, são meus professores, de como não se deve fazer. Quem nós não conseguimos digerir, precisa ser entendido, porque, algumas vezes, nós mesmos somos os errados.
Contudo, temos o péssimo hábito de generalizar as coisas e de situarmos os antagônicos na turma dos inimigos.
Equívoco de interpretação. Nossos antagônicos não são nossos inimigos, só atuam em esferas energéticas diferentes da nossa. Deixá-los viver sua vida -e nós a nossa-, é o caminho.
Certa vez, perguntei a uma pessoa que trabalha comigo:
- Quem é o seu maior inimigo?
Ela pensou um pouco e disse:
- Meu medo!
Fiquei surpreso com a pronta resposta. Não deixa de ser uma realidade, porém...
O medo nada mais é do que a composição e somatória de nossas fraquezas. Muito pouco para ser o nosso maior inimigo.
Quem seria, então, este personagem?
Depois de abandonar todas as religiões, aceitar que a vida precisa de uma filosofia para ser entendida, aplicada e que essa jamais controle nossas atitudes, descobri que EU SOU O MEU MAIOR INIMIGO.
É a mim que preciso vencer. São meus defeitos que devo corrigir. São minhas manias que tenho que entender e rever constantemente. Nada em nossa vida é eterno. Portanto, a verdade de ontem está sob julgamento hoje.
Jamais devo me comportar com fanatismo exacerbado, pois a mutação é a realidade mais presente. Permanecer estático significa regredir.
Jamais devo potencializar uma dor a ponto de torná-la sofrimento.
Jamais devo copiar qualquer coisa porque os parâmetros mudam a cada milésimo de segundo. A verdade de ontem não serve mais para hoje.
Cada encarnação -lembre que teremos de passar por todo o Zodíaco-, serve para tornar nossa vida mais assertiva, menos dependente e mais lúcida.
Por esta razão, temos que ter sabedoria para vencermos nossos hábitos, vícios e manias.
O maior segredo, por conseguinte, é que os pais tenham competência para nos educar e jamais adestrar, porque aquele que tiver sido adestrado não saberá encarar as dificuldades da vida. Para este, a vida se tornará uma droga. Faltará sentido para se viver e a droga vira -literalmente-, companheira dos adestrados.
Somos, sim, nossos maiores inimigos.
Sei que nos veremos...
Beijo na alma
Saul Brandalise Jr. é autor do livro: O Despertar da Consciência da editora Theus
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