O potente impulso transformador que surge no interior de cada ser
Apesar de o homem terrestre ter estabelecido uma relação muito estreita com a matéria e com as forças nela presentes, não pôde ainda conhecer o segredo da energia material, que deve ser buscado onde está guardada a essência da vida, e não em coisas e fatos externos.
O mistério inerente a um nível de existência é revelado ao ser quando ele se liberta das ilusões próprias daquele nível e passa a ser preservado de erros e de desvios ao aplicar o que lhe é confiado.
Pouco a pouco, no decorrer da evolução, vai aprendendo a relacionar-se corretamente com os diversos estados de energia. Do mesmo modo que antes de um ser vir à luz há um período de gestação, antes de uma etapa revelar-se há um estágio no qual sua energia trabalha internamente a consciência dos que dela devem participar.
Nesta época, muitos aspirantes vivem essa preparação: aproximam-se de um ponto em que o contato com a vida material se torna estritamente um fator de serviço. Por meio dessa preparação, grande potencial energético é reunido para manifestar, com precisão, o que é indicado pelo Alto. Portanto, hoje, mais que nunca, não se pode estar inerte, deixando campo aberto para as forças retrógradas.
Um estado de consciência elevado não é contatado enquanto determinados véus não são retirados, véus que impedem o ser de divisar com clareza sua meta. Dentro desses aspirantes há uma pergunta, e em certos casos até uma autoexigência, acerca do que deve ser feito por eles, como integrantes da humanidade, a serviço do planeta.
De modo geral, pode-se responder que acima de tudo é preciso dissolver os obstáculos que separam a vida por eles expressa da vida proposta pelo Plano Evolutivo. É preciso participação efetiva em setores de trabalho desse plano, e não só simpatia e apoios fortuitos. O indicado é aperfeiçoar a própria colaboração.
Assim como existem casos em que a impossibilidade de contribuição externa é suprida por uma comunhão mais profunda em níveis interiores, há outros em que o indivíduo deve desdobrar-se para transcender as limitações cármicas às quais já se curvou. A união com o mundo interno é para ser de fato buscada. A indagação "que sou e que devo fazer?" tem de estar tão estável em sua consciência que permita o rompimento de véus e a plenificação da entrega. Assim, o ser finalmente mergulha na energia do serviço e torna-se imbuído dela.
Mesmo que se diga "Minha vida é vossa, Senhor!", essa entrega não se efetiva facilmente na existência externa. A mente humana está treinada em apresentar as mais veementes desculpas para que o indivíduo se mantenha cristalizado naquilo que já alcançou, isto é, no padrão vibratório nele estabelecido. Mas a comunhão com o Alto não admite inércia ou lassidão; a consciência precisa estar sempre pronta a ir além do ponto em que se encontra.
Existe, não se pode negar, algo que mexe profundamente vínculos arraigados, procurando removê-los; um impulso que incomoda - se a consciência não está aberta a transformações. É justamente esse impulso o que impele a humanidade ao caminho evolutivo.
É preciso estar sempre pronto para, sem apresentar obstáculos, realizar o impossível. Somente assim, o novo dia rasgará os céus do planeta e uma luz indescritível brilhará, dissipando a escuridão.
Obediência aos sinais internos, fé e entrega plena são os instrumentos colocados nas mãos dos que colaboram com o rompimento dessa aurora.
Palestras do autor poderão ser ouvidas, gratuitamente, no site http://www.irdin.org.br/
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