Antártida Revelaciones pte 2 (Lemuria: su caída)

Revelaciones sobre la Antártida 2da parte. Serie informaciones de estos tiempos. ¿Como se produjo la caída de la civilización Lemuriana, que sucedió antes de la formación de la Antártida? ¿Estara nuevamente presente, lista para emerger, la sabiduría de otrora?

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Desisti do caminho, mas não de caminhar.

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Um dia, vesti a roupa do acaso
Por Renato Essenfelder

A maior parte das pessoas que eu conheço sofre desse estranho mal que é a síndrome do controle absoluto.

 Esforçar-se ao máximo, física e psicologicamente, para manter tudo no devido lugar: sob controle. Como se o mundo ou qualquer sujeito pudesse realmente ser perfeito, sem defeitos.

Na verdade, não sei se isso é a moléstia em si ou apenas sintoma de outra coisa.

Que coisa será essa?

Tenho dificuldade de abarcar o tema inteiramente. Compreendo a necessidade de segurança. É um  conforto saber que amanhã ainda estaremos vivos, com saúde, teto e comida. Saber que ainda seremos amados pelos amores, queridos pelos amigos, respeitados pelos respeitáveis.

Em linhas gerais, tudo bem. É uma preocupação que às vezes eu vejo com o canto dos olhos, que passa pela minha vida rapidamente, quase imperceptível, como sombra e calafrio.

Para outros, contudo, parece que ela para bem diante dos olhos. E congela. O vento vira pedra, o calafrio se torna montanha: pedra que bloqueia a visão e atormenta a passagem.

Hoje acendi uma vela ao acaso.

Eventualmente, tornei-me fã daquele calafrio suave, o descontrole instantâneo das coisas que são como são. Foi um processo. Começamos com o pé esquerdo, nos tempos em que eu fazia planos. Nos tempos em que eu fazia planos, não havia espaço para o acaso.

Com o tempo, porém, como quem experimenta roupas devagar, despretensiosamente, eu deixei que a pele do acaso cobrisse a minha própria pele.

Desde então, nunca mais a tirei.

Foi assim: meus grandes planos davam de novo em nada. Eu era muito jovem e buscava não um mapa, mas um caminho. Já havia recorrido a tarólogos, astrólogos e mestres do i-ching. Queria que me apontassem, os sábios, uma direção a seguir.

Os sábios, talvez mais sábios do que eu, mas muito menos sábios do que a vida, apontavam, conforme solicitados, um caminho. Mas sempre algo, ou alguém, sobretudo alguém, arrancava-me daquele caminho. (Se você estiver aberto a algo ou alguém, fatalmente sairá do caminho.)

Finalmente, desisti dos caminhos. É isso, crescer? Foi estranho andar por aí vestindo apenas o casaco do acaso e nada mais, mas me acostumei.

Quando consulto os sábios e seus oráculos, hoje – mais sábios do que eu, mas menos sábios do que a vida –, converso sobre todas as coisas e saio pela mesma porta por onde entrei. Não levo livros nem mapas. Fico leve para dar risada.

Desisti do caminho, mas não de caminhar.

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