Esta humanidade chegou a um ponto de degradação tal que...
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Esta humanidade chegou a um ponto de degradação tal que o retorno à simplicidade tem de ser feito gradualmente, à medida que a consciência consegue estar diante da luz sem se cegar.
Para um indivíduo elevar sua atenção e abdicar da carga de conceitos e expectativas que coloca na vida externa, é preciso que tenha fé no trabalho interior e que sua mente não vacile quanto à certeza da realidade imaterial. A energia que impulsiona esse passo, por si só, poderá conduzir os que estiverem abertos a deixarem-se levar por ela. Sendo desvinculada de padrões humanos e sociais, é um manancial de cura para os que se permitem ir além de si mesmos, para os que estão dispostos a não mais carregar o que acumularam através de éons, o que arrastam consigo por inúmeras encarnações.
Na interação do homem com a matéria, há dois estágios muito distintos, mas que externamente podem assemelhar-se. Num, o homem iludido com a realização material esmera-se a fim de satisfazer suas aspirações pessoais - portanto, busca uma perfeição egoísta. No outro, consciente da importância de a perfeição permear a matéria, ele introduz em tudo que faz uma qualidade superior, puramente por amor à essência da vida; cada atividade que realiza conta, assim, com atenção e dedicação cuidadosas. É por meio dessa segunda atitude que os estímulos supramentais podem chegar à humanidade, eterna peregrina dos patamares do cosmos.
A propósito do relacionamento do ser com a vida material, não é recomendável que ele elimine forçosamente seu interesse humano pela tarefa que lhe foi designada, sem que esteja preparado para essa renúncia ou para o desapego em geral. Esse passo pode ser dado quando perspectivas interiores são vislumbradas, mesmo que mentalmente o indivíduo não as possa definir. Quando esse contato interno existe, a transferência de polarização não traz desequilíbrio, pois a energia já foi elevada; ou seja, o momento correto para se romper com a tendência do ego em satisfazer-se por meio do trabalho é aquele em que realmente as energias do ser podem penetrar o mundo sutil. Caso
Porém, chegada a hora de a consciência romper com esses mecanismos primitivos de perpetuação do ego, é verdadeiramente uma necessidade eliminar todo e qualquer condicionamento humano, especialmente com respeito às atividades externas.
Embora existam diversos níveis de relacionamento possíveis com a atividade, é imprescindível que o ser atinja um equilíbrio com relação às tarefas que executa. Isso virá da sua abertura a assumir seu próprio contato com o mundo interno, a renunciar às ambições e à satisfação pessoal. Para isso deve ter uma fé inabalável. É preciso que saiba, sem dúvida alguma, que o ciclo de evolução do ego está encerrado e que seu término não deve ser postergado.
Mas quantos estão dispostos a assumir incondicionalmente esse desafio?
Segundo a Hierarquia, se não houvesse forças pessoais envolvidas nas ações daqueles que buscam servir, no tempo despendido numa etapa seriam percorridas pelo menos três. Portanto, pode-se redescobrir o tempo e encontrar novas maneiras de relacionar - se com ele, que se revela maleável e flexível quando a consciência estabelece sintonia com leis superiores.
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É importante lembrar que no ato de um ser doar-se há a energia do Sexto Raio (l) agindo, tecendo com fios de devoção seu vínculo com a luz. No que se refere ao serviço, a dedicação excessiva é mais fácil de ser ajustada do que a inércia.
No primeiro caso tem-se de lapidar o diamante bruto, no outro tem-se ainda de esperar que a pedra rara - a abertura a entregar-se - possa emergir na consciência.
As Hierarquias e QS grupos internos (2) contam com a disponibilidade de cada
indivíduo o mais ampla possível. Se há nele resquícios de tendências humanas, sua doação trará meios para que sejam eliminados. Vasta é, portanto, a gama de purificações pelas quais necessitam passar os que se dispõem inteiramente à consagração da vida material.
Livro: A Cura da Humanidade - Trigueirinho
Livro: A Cura da Humanidade - Trigueirinho
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