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Experiências divinas que a vida nos traz.



Experiências divinas que a vida nos traz
por Teresa Cristina Pascotto

A vida é uma experiência divina. Do ponto de vista espiritual, quando expandimos nossa consciência, somos perfeitamente capazes de compreender e enxergar a vida como uma dádiva. Conseguimos compreender os motivos pelos quais nossa existência é permeada de dificuldades e situações que nos afligem, pois entendemos que tudo faz parte de um plano, escolhido pela nosso ser espiritual, para que possamos desenvolver um experimento aqui na terceira dimensão, no sentido de gerar energia que move o Universo, enquanto nos purificamos, evoluímos e ascendemos.
Tudo é lindo e divino quando conseguimos ter esse olhar. Porém, quando estamos mergulhados na dualidade e desconectados de nossa essência, nos tornamos limitadíssimos, ignorantes e sofredores.
Se somos capazes de ter uma compreensão tão sublime e elevada quando nos expandimos, então, precisamos encontrar meios de trazermos essa realidade para o aqui e agora, mesmo enquanto experienciamos situações típicas da dualidade, que nos trazem dor, conflito, angústia e perturbação. Quanto mais evoluímos, mais somos capazes de viver as questões negativas que estão ocultas nas profundezas de nosso inconsciente e que precisam vir à tona para serem solucionadas e equilibradas. Quanto mais luz recebemos, mais a escuridão que há em nós é iluminada e trazida à nossa consciência.
Esta condição faz com que a vida nos proporcione uma série de experiências divinas, se observadas a partir de uma visão espiritual e, ao mesmo tempo, assustadoras, se observadas e vividas a partir de uma visão limitada da terceira dimensão.
Desta forma, quando conseguimos avançar e alcançar níveis de consciência mais elevados, somos surpreendidos por acontecimentos dentro de contextos que acreditávamos que não mais nos ocorreriam, são situações difíceis, angustiantes e dolorosas. Estávamos nos sentindo bem e confiantes, firmes em nosso propósito de seguir o caminho do coração, e o ego estava acreditando que "daqui para frente tudo seria mais fácil e tranqüilo". Porém, justamente por essa condição tão mais equilibrada em nosso ser, é que somos capazes de passar por situações até mais negativas que as anteriores, situações que achávamos que já havíamos resolvidos. E essas questões antigas, que nos traziam muita dor e confusão, nos acometem de súbito. Ficamos perplexos e confusos, e pensamos: Não resolvi essa questão? Por que ainda estou me sentindo perdido dentro dos velhos contextos? Como fui novamente perder aquilo que já havia conquistado? Como estou novamente sendo atacado, se já havia resolvido essa questão?
Para tornar mais claro, vou usar o exemplo de uma interação com determinada pessoa que sempre teve forte poder de domínio sobre nós - e podemos estender isso para a força da "teia que nos ata" à nossa família (e ancestrais). Nós escolhemos mudar e resolver a relação, mas essa pessoa não. Então, quanto mais nos tornamos conscientes e nos distanciamos das velhas interações que tínhamos com ela, dizendo não ao velho jogo, nos desapegando e buscando desaprender o antigo caminho na relação, mais essa pessoa ficará desesperada em nos puxar de volta para o velho contexto, para continuar nos dominando. Se antes a pessoa já tinha poder sobre nós e nos era impossível resistir ao seu domínio, agora que resolvemos dizer "não ao domínio", a força extra e mais negativa que ela colocará para nos puxar, irá nos afetar de forma muito mais intensa.
Sermos acometidos pelas velhas experiências, não significa que, de verdade, estamos vivendo o velho. Quanto mais nos empenhamos em abandonar e desaprender os velhos caminhos, mais situações que nos coloquem dentro desses caminhos nos ocorrerão. É como se a vida estivesse nos oferecendo a oportunidade de passarmos por essa divina experiência, com muita consciência e aceitação, para que possamos sentir as habituais tentações dos jogos e vícios nos atraindo para o velho, para nos libertarmos verdadeiramente e com mais certeza dessa escolha.
Sentiremos a força desses vícios tentando nos arrastar. Se nos entregarmos ou se lutarmos contra ele, seremos arrastados para dentro do jogo, mas não iremos mais nos perder como antigamente, pois a experiência dentro do velho, depois que já conseguimos compreendê-lo e já conseguimos nos afastar um pouco, será totalmente diferente. Talvez ainda precisemos viver um pouco de nosso velho vício para termos a certeza de que não o desejamos mais e isso nos fortalecerá para nos firmar em nosso propósito de nos abrirmos para o novo e para que deixemos, verdadeiramente, que o novo seja trazido a nós - nosso Espírito já tem o novo caminho preparado em potencial criativo e só está esperando que abandonemos o velho e estejamos abertos e encorajados para deixar o novo "programa" ser "baixado" -, para que, então, possamos aguardar as mudanças internas que a experiência do novo nos trará.
Mas pode ser que não precisemos mais viver um pouco do velho vício, por já termos avançado em nosso processo. Neste caso, ainda assim sentiremos o forte fluxo negativo da pessoa, que nos puxa para dentro do velho, sentiremos a força que nos envolve e nos entorpece e sentiremos muito medo de não sermos capazes de resistir. Sentiremos e perceberemos com consciência esse nosso medo. Deveremos, então, aceitar e apenas deixar que o fluxo negativo, com todos os seus tentáculos, se manifeste sobre nós, sem tentarmos lutar contra e sem deixarmos que ele nos puxe de volta e isso se faz apenas com uma firme intenção que diz "NÃO AO VELHO JOGO", não ao fluxo. Perceberemos que não é simples fazer isso, pois isso nos abalará, pela antiga tendência em lutar ou nos deixar arrastar. O "NÃO" não deve acontecer como luta ou fuga, mas com a firmeza de quem não quer mais o jogo e de quem sabe o quanto é difícil resistir a essa força. Enquanto nos firmamos nisso, as energias que nos seduzem, envolvem e puxam, começam a se perder, pois elas não conseguem reconhecer esse novo modelo de firmeza interior e isso faz com que as energias comecem a se dissipar.
Assim, aos poucos, estaremos mais firmes em nosso propósito de desaprendermos o velho. Perceberemos, então, que essa situação, apesar de ter nos assustados, nos fazendo crer que estávamos novamente caindo nas velhas armadilhas, foi uma dádiva, uma experiência divina que nos fez perceber o tamanho de nossa força interior, que nos leva, imediatamente, a fortalecer ainda mais nossa nova estrutura energética e as novas conexões neurais que se formam agora a partir de nossa abertura para o novo real, muito mais saudável e adequado à nossa ascensão.

Teresa Cristina Pascotto - atua através da manifestação de seus dons naturais, e'sensitiva.

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