A que veio?
A que veio?
por Nelson Sganzerla
Você saberia responder a essa pergunta? Eu sei, não é uma pergunta fácil e em geral eu diria que muitos a fazem a respeito de si próprios e sempre um silêncio toma conta em volta de cada ser.
E resposta nenhuma vem à mente. Por que estamos aqui? Por que estamos aqui para sofrer? Por que somos infelizes?
Vivemos na era da modernidade, da tecnologia avançada, um mundo globalizado onde a informação tem a rapidez de um raio ou um facho de luz. smartphones, ipods, tablets, gps.
O imediatismo toma conta do nosso ser, tudo é para ontem, hoje não existe mais, não nos permitindo parar sequer para entendermos nosso papel nesse mundo. É assim o mundo moderno. Mas lhe digo: nada difere dos tempos passados; ou seja, desde que o ser humano habita o Planeta Terra, nada mudou em relação às nossas ansiedades, nossas dúvidas, nossas carências, apesar de toda tecnologia, toda informação inserida instantaneamente em nossas telinhas, permanecemos os mesmos. Como se habitássemos em cavernas.
Toda vez que vejo na telinha uma celebridade com seu sorriso bonito, discorrendo sobre sua vida, seus feitos, sua carreira, vejo claramente uma postura egocêntrica, cheia de vaidades e de valores que são, no mínimo, fúteis. Mas sei que infelizmente a cegueira tomou conta dessas pessoas, pois foram doutrinadas a viverem nesse mundo egoísta e consumista, com anseios de uma felicidade que é efêmera.
Assim, tal qual fantoches, seguem manipulados pelos grandes oportunistas da mídia que aí estão para servirem a seus interesses financeiros. Essa é a grande realidade. Nunca se viu tantas pessoas expondo suas vidas em troca de migalhas; eu as comparo aos cristãos que eram jogados aos leões, e o povo clamando por sangue.
Nada mudou de 2000 anos para cá, ainda existem os fariseus, com suas indumentárias, de luxo, carrões, mansões e, por que não dizer, rodeados pelos seus asseclas, comendo e bebendo em suas mãos, subjugados e escravizados em troca de um pedaço de pão.
“Quem tiver olhos para ver, verá” claramente essa realidade recorrente em todo evento realizado aqui na Terra. Empresários sedentos por dinheiro e fama a qualquer custo, seja em uma cerimônia do cinema, da música ou de qualquer arte que deveria levar ao povo a cultura, através de um preço acessível e popular; mas isso não se vê.
Ao grande público, esse que deveria ser beneficiado pela cultura é vetado às galerias e os palcos dos grandes teatros e casas de espetáculos, até em festas, ditas populares, cabe a eles os porões e as baixas arquibancadas, como no Coliseu Romano. E a quem pode e deveria pagar são oferecidos lugares e camarotes Vips. Tudo cortesia dos grandes reis aos seus asseclas.
A grande verdade é que a cultura não foi feita para o povo; para o povo foram feitas as igrejas, com seus dogmas e suas doutrinas deturpadas que escravizam e freiam o clamor popular no que diz respeito à verdadeira e divina felicidade. Ao povo só é permitido o direito de rezar e pedir a Deus a bem-aventurança que dentro de cada um já habita, mas estão cegos para enxergar e nem a igreja ou os poderosos assim o permitem.
Enquanto, a grande maioria não enxergar a corrente que os limita e não se desvencilharem desses grilhões jamais conhecerão a bem-aventurança, continuarão acorrentados por seu próprio desejo humano e egoísta. Se a infelicidade, as mazelas dos poderosos se sobrepõem ao direito do bem-estar e ao direito de ser feliz da grande maioria, algo está errado. O homem não está nesse mundo para sofrer e para ser infeliz, Deus, o Supremo Criador não criou tudo à sua volta, para poder ver a desgraça que sofre a sua criação.
Essa realidade infeliz chamada crise mundial em que os povos estão passando; a economia dos grandes poderosos despencando ao limite do zero; as catástrofes cada vez mais recorrentes, nada disso é da vontade de Deus, mas, sim, da vontade dos homens, através de sua ação exploratória e egoísta e desumana que causa a reação destrutiva do planeta, estão cegamente dizimando tudo ao seu redor. Daí o desemprego, a carestia, a falta de humanidade através da violência, das guerras civis de governos totalitários, a descrença na espiritualidade.
A que veio? Por acaso acha que tudo o que você tem hoje o libertará e o fará mais feliz? Acha que acumular mais e mais o fará melhor perante o seu vizinho? Que dar, ao seu filho, games, celulares ou tablets de última geração o tornará um grande homem e fará do seu filho uma criança feliz?
Não se engane, a próxima e grande revolução não será a da tecnologia da informação, essa já está acontecendo. A grande revolução que está por vir é a revolução espiritual e se realizará dentro de cada ser humano. Dentro de mim, de você, do seu filho, sua família, em todos à sua volta e, nesse momento, esteja preparado, pois o inferno será aqui, muitos já estão vivendo nele. Procure enxergar as pessoas com os olhos da alma, esqueça o que lhe dá satisfação efêmera. O amor terá que ser incondicional e não apenas para agradar o seu ego. Se você não mudar de atitude, não rever seus valores e não procurar fazer o bem ao outro, jamais irá encontrar o bem e a bem-aventurança em sua vida.
Não se deixe levar por essa mídia que aí está e que, na realidade, trabalha para poderosos Césares, como na Roma Antiga, por políticos de fala macia ou discursos eloquentes em seus altos palanques. Lembrem-se dos fariseus que Cristo tanto falava. Pois nada mudou... Acredite em você.
Dentro de si está a felicidade, não a procure fora, você é uma fonte inesgotável daquilo tudo que almeja e precisa. E foi para isso que veio.
Pense nisso...
Comentários