II - Aprendendo a Nadar e o Fluir da Vida
Aprendendo a Nadar e o Fluir da Vida ( Parte II)
por Marcelo Hindi
No último post sobre esse assunto apresentei a vocês o texto ‘Aprendendo a Nadar (parte I), por meio do qual expus algumas idéias sobre o suave e harmonioso fluir da vida, e propus três exercícios: 1) Relaxar e se deixa conduzir (abrir mão do controle); 2) Perceber sua confiança (paz decorrente da confiança na vida) e 3) Reconhecer o valor e a importância de alguns elementos de sua vida (reconhecimento e gratidão). Aprender a nadar nas águas da Vida Verdadeira só é difícil por força de hábito. É de nossa natureza a união com a vida, sem resistências e tensionamentos, em um movimento harmonioso por meio de fatos, situações, eventos, pessoas, e é nesse aspecto que reside a saúde integral e a conseqüente paz e felicidade. Trata-se, portanto, de um reaprendizado, ou resgate, em nossas almas, de nossa habilidade natural de sermos felizes, espontâneos, leves e saudáveis.
Houve um momento na vida de cada pessoa que a impressão de instabilidade e insegurança tornaram-se fortes, gerando um intenso desejo de preservação do prazer, e medo do sofrimento (ausência do prazer). Iniciou-se o movimento psíquico que validava a nossa fictícia fragilidade enquanto seres. Essas ilusões foram se intensificando e pelo movimento de causas e feitos, foram compondo um complexo sistema de reação do ego aos estímulos da vida, para a tentativa de controlar, garantir, proteger, assegurar-se e sentir prazer. A repetição construiu o hábito.
A vida é sustentada por uma Lei Divina (ou se preferir, uma ordem essencial, ou razão de ser), portanto uma Lei Ordenada, favorável à nossa paz e ao nosso contentamento. Se este princípio divino contém e está contido em todas as coisas, não há necessidade de resistir e controlar, basta a responsabilidade, senso moral adequado ao tempo e contexto social, a escolha consciente e a entrega e esse fluxo do ‘viver bem. Para que vocês retornem àquela segurança original, se desvencilhando das mentiras e ilusões colecionadas ao longo do caminho, por meio das impressões sobre a realidade, o que proponho hoje é que observem em suas vidas duas vidas: a vida "que é" e a vida "que deveria ser".
Muito de nosso esforço resulta do desejo de controlar a vida, para produzir a "vida que deveria ser". Frustração, stress, ansiedade e sofrimento decorrem disso.
Pense em quantas vezes os fatos se aproximaram de suas expectativas, e quando o que desejou se realizou, por quanto tempo você se sentiu em paz e feliz, até se sentir incompleto novamente? Por quanto tempo segurança e estabilidade acompanharam o prazer da satisfação de um desejo? Aposto que em suas reflexões você concluirá que nas muitas vezes que se moveu tentando realizar a "vida que deveria ser", experimentou o prazer da satisfação dos desejos, mas que em todas, o prazer diminuiu gradativamente e logo deu lugar à insatisfação e à necessidade de controle, não é mesmo?
A Vida "É", não o que achamos que nos realiza, mas uma condução perfeita que efetivamente nos realiza. Precisamos tão somente aceitar a "vida que é" e confiar em sua condução. Não buscar em projeções a garantia de nossa segurança e de nossa estabilidade, mas viver exatamente agora, por meio da gratidão e da confiança.
Proponho que hoje, em complemento aos exercícios propostos no post anterior você treine a cessação da luta (só hoje, vamos lá!): relaxe e permita que suas perspectivas se aprofundem. Não combata, não lute, apenas se entregue ao momento e atue suavemente, para viver o momento, o agora.
Se entregue ao momento, aceite o que se apresenta - o que está acontecendo - sem luta, sem combate, sem resistências. Apenas se entregue verdadeiramente ao momento e viva-o. Diga para você: "agora viverei a vida que É e confiarei na vida; não necessito de garantias!"
Este é um movimento simples e ousado. Os resultados são incríveis. Você conhecerá muito mais da força que carrega em seu íntimo. Então, vamos lá! Um grande abraço.
Marcelo Hindi - Psicoterapeuta Holístico
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