Quando toda a ciência não é capaz de ajudar a humanidade
Quando toda a ciência não é capaz de ajudar a humanidade
Trigueirinho
O preparo de indivíduos e de grupos de serviços que possam atuar nos momentos agudos de caos planetário transcende a mera capacitação técnica, material e psicológica. Em todos os setores da vida, os problemas serão tão imprevisíveis e as soluções tão distantes da experiência humana atual que somente em sintonia com leis suprafísicas se poderá agir com acerto em situações que, do contrário, jamais se conseguiria enfrentar.
Apesar de o homem da superfície da Terra praticamente desconhecer essas leis, pode aproximar-se delas e até vivê-las, desde que crie no próprio interior um ambiente adequado para acolhê-las e para com elas atuar, individualmente ou em grupo. Nos dias de hoje, testemunhamos três fatos que dizem respeito diretamente a isso e que são importantes para a evolução humana e planetária: o primeiro é a deterioração acelerada da civilização; o segundo é o surgimento de uma energia interna que aponta novos rumos; e o terceiro é a ocorrência de um processo que, simbolicamente, pode ser chamado de redenção.
Nascimento, ascensão e decadência são etapas da evolução natural. São intrínsecas à expressão da vida nos níveis materiais e, de modo geral, nenhuma forma manifestada isenta-se de cumpri-las. Entretanto, a consciência que habita uma forma não necessita vincular-se a esse ritmo natural: pode conduzir-se segundo leis superiores, ainda desconhecidas da maioria dos homens. Assim, mesmo que tudo em volta esteja em degeneração, é possível viver interiormente outra realidade.
Depois que a consciência se deixou envolver pelos enganos do materialismo terrestre, o ato de elevar-se equivale a uma redenção; mas, para reencontrar-se em níveis mais sutis, terá de reconstruir sua estrutura energética e vibratória. Se essa reconstrução é feita inteligentemente, constitui benefício para outros que devem passar pelo mesmo processo.
Ao assumir pesquisas com o objetivo de obter desenvolvimento material e soluções imediatistas para problemas externos sem se voltar para as raízes de tais problemas, o homem realizou um avanço científico dissociado das ampliações de consciência necessárias para um progresso harmonioso da civilização. Assim, convive-se hoje com circunstâncias conflituosas decorrentes do despreparo da humanidade em relacionar-se com o universo do qual é parte.
A ciência perdeu o seu verdadeiro rumo ao restringir-se à análise, aos formalismos e à lógica racional - criações mentais que não podem expressar realidades mais amplas. Raros são os cientistas conscientes de seus atos; a maioria limita-se a dogmatismos ou a uma fantasiosa noção de que se aprofunda no conhecimento da verdade, estados que camuflam a estreiteza de visão do ego e sua sede de poder. Uma consciência dotada de suficiente imparcialidade percebe claramente que o mundo científico caminha à deriva, envolvido com aberrações e comprometido com o império econômico.
A vida de superfície atingiu um ponto no qual, se um indivíduo não contata sua essência interna, indicações sobre a verdade não lhe são acessíveis. O preconceito recíproco entre a ciência e a religião, por exemplo, tornou-se sério empecilho ao progresso. Há formas-pensamento tão arraigadas, e nas quais os homens se fiam tanto para discernir seus passos, que só transformações profundas podem dissipá-las. Essas transformações aproximam-se, rapidamente.
Palestras do autor poderão ser ouvidas, gratuitamente, no site www.irdin.org.br
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